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segunda-feira, 13 de julho de 2020

Doenças de pele podem agravar no inverno



A dermatite atópica acomete de 10 a 15% da população mundial, não tem cura e costuma ter seus sintomas agravados durante a estação mais fria do ano


Definida como uma doença inflamatória crônica e genética, a dermatite atópica, apresenta erupções avermelhadas na pele que coçam e formam crostas. O surgimento mais comum da doença é nas dobras dos braços e na parte de trás dos joelhos. Agora, no inverno, a pele tende a ficar mais ressecada pois com as temperaturas mais baixas, as pessoas tomam banhos mais quentes, o que tira a oleosidade natural da pele, além de usarem mais roupas. Tudo isso pode gerar um agravamento da doença, segundo o dermatologista do Grupo São Cristóvão, Dr. Bruno Tegão.

“A doença não é contagiosa e o diagnóstico deve ser dado por um dermatologista, sendo que muitas vezes há necessidade de uma biópsia de pele para confirmação. A dermatite atópica acomete de 10 a 15% da população mundial e a maioria dos casos iniciam na infância, mas tendem a melhorar na adolescência e fase adulta. Porém, casos mais graves podem persistir por toda a vida e necessitam de acompanhamento de um especialista.”, disse o dermatologista.

Sem cura, a doença pode ser controlada com tratamentos tópicos, pomadas, cremes e loções, fototerapia e medicações via oral ou injetável. Outra maneira é hidratar a pele com produtos indicados pelo dermatologista, já que os atópicos, em sua maioria, sofrem com deficiência de alguns nutrientes como ácido graxos e ceramidas. Por isso, precisam de hidratação adequada para sua reposição.




Inverno exige mais cuidados para evitar problemas respiratórios em idosos


O inverno é a época do ano em que as doenças respiratórias mais se exacerbam. Nos idosos, as infecções virais são mais comuns. E ainda podem se confundir com os efeitos trazidos pelo Covid-19. Para a geriatria Simone Henriques, do Residencial Club Leger, instituição voltada ao acolhimento de pessoas da terceira idade, em caso de sintomas gripais, é importante procurar atendimento médico para melhor avaliação. Ela destaca que o Covid tende a agravar os sintomas respiratórios após o sétimo dia de evolução, tornando imprescindível o tratamento precoce.
- Por isso, é fundamental a imunização contra influenza. Há também a necessidade de fazer a imunização para o pneumococo, pois reduz a chance de pneumonia bacteriana, que pode complicar bastante o quadro de saúde do idoso - acrescenta a médica.
Ela também destaca a necessidade de reforçar o cardápio com alimentos que melhoram a imunidade, como as frutas cítricas, gengibre, alho, brócolis, cenoura e castanhas, entre outros.
- É fundamental não esquecer da atividade física, que, mesmo em casa, ajuda a manter a imunidade. Assim como repor vitamina D, principalmente nesse momento de pandemia, em que a exposição ao sol está ainda mais difícil pelo isolamento - ressalta a geriatria do Residencial Club Leger.

Ciclo menstrual desregulado durante a pandemia? Especialista explica as principais razões para a ocorrência


Estresse e ansiedade podem ter impacto no equilíbrio hormonal e causar alterações na menstruação

Quando falamos em menstruação atrasada, um dos primeiros pensamentos que vem à mente de uma mulher com vida sexual ativa é uma possível gravidez. Entretanto, são diversas as razões que levam uma mulher a não menstruar em alguns momentos da vida, desde a menarca (1ª menstruação) até a menopausa. Durante a pandemia, relatos de menstruação atrasada ou adiantada e outras alterações de causas hormonais tornaram-se comuns nas redes sociais. Muitas mulheres que conhecem seus ciclos já associam esses acontecimentos ao aumento do estresse e ansiedade gerados pelo isolamento social. Mas como isso acontece?
Um ciclo menstrual geralmente dura 28 dias, podendo haver variação entre 21 e 35 dias, desde que mantenha o mesmo padrão. Segundo a ginecologista Thalita Domenich, o ciclo pode ser afetado tanto por fatores físicos quanto emocionais, que têm potencial de atrasar ou alterar a frequência da menstruação. "Níveis altos de estresse e ansiedade geram um pico de cortisol e adrenalina na região do cérebro responsável pelo controle dos hormônios, e isso pode alterar os níveis do hormônio progesterona, que equilibra o ciclo menstrual", explica a médica.
Para a menstruação voltar ao normal, recomenda-se identificar os fatores que estão causando estresse e tentar eliminá-los. "Meditação, exercício físico, controle do consumo de cafeína e boas noites de sono também podem ser úteis nesse processo", informa Dra. Thalita. Além disso, muitas mulheres optam pela utilização de anticoncepcionais orais para manter a menstruação regulada e controlar outras manifestações hormonais, como pelos e acne em excesso. "A maior parte das pílulas contém estrógeno e progesterona, hormônios sexuais que além de prevenir a gravidez, podem equilibrar os sintomas e o próprio sangramento de privação - como é chamada a menstruação de quem toma pílula".
Fora o estresse e gravidez, há outras causas consideradas comuns para alteração no ciclo, como dietas restritivas e mudanças drásticas na alimentação; síndrome do ovário policístico; infecções ou doenças e obesidade. Em algumas dessas situações, é possível que o desequilíbrio menstrual venha acompanhado de oleosidade excessiva e acne na pele. Mas atenção: "se o atraso for superior a três meses, é necessário procurar um médico para investigar a causa" finaliza a Dra.


Libbs Farmacêutica

Doenças respiratórias: período de inverno requer ainda mais cuidados e prevenções



Com a chegada do inverno, acende-se o alerta para os cuidados com as doenças respiratórias. Isto porque, nesta época, a baixa umidade do ar e as alterações de temperatura favorecem a ocorrência de tosse, espirros e alergias. Além disso, apesar das atuais recomendações de distanciamento, ambientes como o interior de transportes públicos, com janelas fechadas, tornam-se propícios para a propagação de vírus e bactérias responsáveis por estas condições.

Quando falamos de doenças respiratórias, as mais comuns são gripes, resfriados, rinite alérgica, sinusite, bronquite, pneumonia e asma, que podem ter sintomas mais leves como também mais severos. Por isso é importante que os cuidados sejam recorrentes.

Considerando o momento que vivemos pela pandemia do coronavírus, estes cuidados devem ser ainda maiores, já que os sintomas de muitas destas doenças são bem parecidos com os da Covid-19, como a gripe e coriza. Além disso, ambas as condições se propagam por gotículas de saliva, tosse, espirro ou por passar a mão infectada nos olhos, nariz e boca, e podem trazer complicações se não tratadas corretamente. Por esta razão também é tão importante se imunizar contra a gripe, com a vacina trivalente disponível nas redes pública e privada de saúde.

Para ajudar a evitar essas doenças, é indicado evitar aglomerações e ambientes fechados, dando sempre preferência a locais ventilados; higienizar as mãos após espirros e tosses; evitar o contato com o rosto após tocar em outras superfícies; arejar a casa; lavar e secar bem as roupas de inverno antes de serem usadas, principalmente se elas ficaram guardadas por muito tempo; manter hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada, atividades físicas e ingestão de líquido e, se possível, tomar a vacina da gripe anualmente.

“O uso de máscaras de proteção, que agora já faz parte do cotidiano do brasileiro, deveria ser adotado mesmo quando todo o cenário do coronavírus passar. Em qualquer sintoma gripal, a máscara pode evitar a contaminação de outras pessoas que podem passar por você pelo seu caminho. Outra atenção que devemos ter é a de não subestimar estas doenças. É muito comum que gripes, sinusites e outras tenham seus sintomas e efeitos acentuados com a falta de tratamento e cuidados adequados, podendo gerar consequências graves ao paciente”, afirma o pneumologista dr. Osvaldo Sabino da Clínica IMUVI, do Hospital HSANP.  

Além disso, o pneumologista alerta: “Em caso de febre, tosse com escarro amarelado e dor torácica, que durem mais que um dia, procurar o serviço de saúde e consultar o médico para evitar, possíveis internações e/ou internar, quando necessário, com brevidade para evitar complicações graves e propiciar alta hospitalar com precocidade. Os sintomas mencionados nunca devem ser subestimados. Todo cuidado é necessário neste momento para preservar nossa saúde e a de quem faz parte do nosso convívio."




Imuvi HSANP
R. Maria Amália Lopes Azevedo, 147 – Tremembé
Telefone: (11) 3531-6666



Doenças respiratórias de inverno: como fazer da casa um ambiente saudável?


Philips Walita dá dicas de como melhorar a saúde respiratória durante o período frio mantendo os ambientes limpos de forma prática
As temperaturas mais baixas são as grandes causadoras de doenças respiratórias e, com a chegada do inverno, muitos brasileiros que residem nas regiões Sul e Sudeste do país são acometidos por rinite alérgica, bronquite, gripes e resfriados, ou bronquiolite no caso dos bebês, entre outras enfermidades. Além disso, outra grande parte do território brasileiro passa por um período de seca durante estes meses, o que também acarreta algumas enfermidades nas vias aéreas e traz para casa mais partículas de poeira e sujeira. Diante deste cenário, é importante adotar medidas que ajudem a minimizar os incômodos causados ao sistema respiratório, inclusive nos cuidados com a casa, onde passamos grande parte dos nossos dias, ainda mais neste novo cotidiano que estamos vivendo.
Pensando nisso, Philips Walita listou algumas dicas de como manter os ambientes sempre limpos, de maneira prática e eficiente, para garantir a melhora da saúde respiratória em meio a estes quadros clínicos. Confira!
• Elimine a poeira: a poeira é a grande vilã de quem sofre com doenças respiratórias, por isso, opte por aspirar a casa ao invés de varrer. Com o aspirados PowerPro Aqua Philips Walita é possível aspirar e já passar pano ao mesmo tempo, eliminando assim, as possibilidades de suspender o pó e os ácaros durante a limpeza.
• Limpe os móveis com um pano úmido: ao contrário do espanador, que apenas transfere o pó de um lugar para outro da casa, o pano úmido consegue efetivamente retirar a sujeira dos espaços.
• Atenção com os vidros: embora não pareça, os vidros também acumulam poeira. Para fazer uma limpeza profunda, dilua uma colher de sopa de bicarbonato de sódio em 250 ml de água e aplique o produto sob os vidros com um pano de algodão.
• Mantenha portas e janelas abertas: sempre que possível mantenha a casa aberta e deixe a luz entrar. Aproveite os períodos da manhã e tarde para arejar o ambiente e manter o ar circulando.
• Mantenha o ambiente úmido: o clima seco pode ocasionar tosse e dificuldade para respirar, então, use um aparelho umidificador para aumentar os níveis de umidade do ar. Outra opção é manter uma bacia com água ou uma toalha molhada no ambiente. Para as pessoas extremamente alérgicas, utilizar a limpeza autônoma do SmartPro Easy Philips Walita, robô que aspira e passa pano sozinho, é uma boa opção.
• Use produtos de limpeza com moderação: os produtos de limpeza convencionais costumam ter odores fortes que, por consequência, podem instigar as alergias. Opte por produtos que possuem cheiros mais suaves.




Atendimento do Cliente: WhatsApp (11) 99533-5576 ou (11) 2121-0203 para consumidores da Grande São Paulo e 0800-701-0203 para outras localidades



Infectologista do GRAACC orienta sobre os cuidados com as crianças em aglomerações e locais públicos


É uma tarefa difícil manter as crianças afastadas de brinquedos e equipamentos esportivos compartilhados em locais como praças, parques e playgrounds de condomínios durante a pandemia, mas é necessário; segundo o estudo do New England Journal of Medicine, o vírus leva até 72 horas para se tornar indetectável em plástico, cerca de 48 horas em aço inoxidável e papelão e até 8 horas em cobre

Com o afrouxamento gradual da quarentena muitas famílias estão com dúvidas se podem ou não levar os seus filhos em parquinhos do condomínio, supermercados, feiras livres, shoppings e locais com aglomeração. O vírus segue com força e a ansiedade dos pais e crianças só cresce durante a pandemia do novo coronavírus. E o que fazer diante deste dilema? Como conciliar ansiedade, medo e proteção da família?
Pesquisas apontam que o grupo de risco da Covid-19 são os idosos e pessoas que sofram com problemas respiratórios, cardiovasculares, diabetes, por exemplo. Diferente da maioria das pessoas, a doença nesse grupo se manifesta de forma mais forte, podendo ser bem grave. Por isso, essas pessoas devem ficar isoladas. No entanto, como o índice de transmissão do vírus é muito alto, adultos, jovens e crianças devem se proteger também, para não transmitir a doença para idosos ou demais pessoas do grupo de risco.
Segundo o estudo do New England Journal of Medicine, o vírus leva até 72 horas para se tornar indetectável em plástico, cerca de 48 horas em aço inoxidável e papelão e até 8 horas em cobre. "Então, mesmo que as crianças respeitem o distanciamento social no parquinho, tocar nas superfícies em que outras crianças também tiveram contato não as mantém seguras. As crianças estão constantemente se movimentando, indo de uma parte para outra, e, nesse período, provavelmente toquem no rosto. Portanto, se eles tocarem em uma superfície com o novo coronavírus as chances de serem infectadas são muito altas", esclarece a infectologista pediátrica do Hospital GRAACC, Dra. Fabianne Carlesse.
A nova pandemia da Covid-19 traz muitas dúvidas aos pais do que se deve e do que não se deve fazer com as crianças. Principalmente durante o período de isolamento, afinal quarentena não é férias. "Portanto, até que haja uma redução expressiva de casos, não é recomendado levar as crianças para o shopping, posteriormente ao cinema ou teatro e locais com aglomerações. Neste momento, precisamos ter um pensamento social", explica.
De acordo com a infectologista pediátrica do Hospital GRAACC, Dra. Fabianne Carlesse, as crianças ainda podem ser portadoras ativas do vírus antes que surjam sintomas. "Acima de tudo, vale ressaltar que eles ainda não entendem a importância do distanciamento social e, portanto, devem ser supervisionados ativamente pelos pais ou responsáveis", diz. Além de não brincar em parquinhos compartilhados, é recomendável que as crianças também lavem as mãos com água e sabão constantemente, além do uso das máscaras de tecido, caso precisem sair de casa", orienta a médica.

Mesmo que as crianças não façam parte do grupo de risco, por que elas precisam ficar em casa?
No momento atual, mesmo que não façam parte do grupo de risco, as crianças precisam ficar protegidas. Isso porque podem ser assintomáticas, portadoras do vírus, e transmiti-lo para outras pessoas. "Então, o recomendado atualmente é que, caso os pais não possam fazer home office, não deixem os filhos com os avós. O ideal é pedir ajuda para outros parentes e amigos, que também não tenham contato com idosos e não estejam no grupo de risco", explica.

Cuidados necessários nos passeios: em relação aos passeios, os cuidados devem começar mesmo antes de sair de casa. Crianças acima de dois anos devem usar máscaras, desde que não haja contraindicações. "Deve-se conversar com a criança sobre a importância da máscara e dos cuidados com seu uso antes de sair de casa. Importante que qualquer pessoa sintomática não saia de casa, a não ser que seja para atendimento médico", explica Dra. Fabianne Carlesse.

Uso de elevadores: atender ao cuidado de entrar somente se vazio. Evitar que crianças toquem paredes, botões e portas e todos devem higienizar as mãos ao saírem do elevador, pois pode haver contágio através do toque em superfícies contaminadas. Atenção redobrada ao uso de aparelhos celulares enquanto estiverem fora de casa e sempre mantê-los higienizados.

Passeios ao ar livre e piscinas: são bem-vindos. Escolher locais onde o distanciamento social seja possível, evitando sempre aglomerações, como parques e praças. "No momento, não se recomenda que crianças brinquem com outras de famílias diferentes. Parquinhos e playgrounds não são indicados por geralmente estarem mais cheios, impossibilitando o distanciamento social. O uso de piscinas é possível, desde que o distanciamento social seja respeitado, uma vez que não há evidência de contágio através de água tratada", orienta.

Posso levar meu filho ao supermercado?
"É melhor que ele fique em casa. O supermercado é um local fechado e costuma ter aglomerações. Você vai colocar a mão no carrinho, nos produtos e não conseguirá limpá-las do jeito que precisa ser feito. E a criança também vai querer pegar as coisas e é mais difícil cuidar e controlá-la no local", esclarece a Dra. Fabianne.

Uso de máscaras: deve ser usada durante todo o período fora de casa, respeitando os protocolos de higiene e distanciamento social. "O uso é indicado para maiores de dois anos, sendo que de dois a cinco anos o uso correto dependerá da maturidade de cada criança. Não utilizar em crianças com dificuldade respiratória. A máscara caseira deve ser feita com três camadas de tecido, sendo a camada exterior impermeável e a camada próxima ao rosto de tecido tipo algodão, além de cobrir boca e nariz e estar ajustada ao rosto. Trocar a máscara a cada duas horas e sempre lavar após o uso", explica a infectologista.

A volta dos pais ao trabalho: algumas famílias terão a necessidade de apoio em casa para que possam retornar ao trabalho, já que creches e escolas ainda não funcionarão. Para diminuir os riscos, tanto para os colaboradores quanto para as famílias, é aconselhável o uso de máscaras, além de roupas e calçados separados para uso domiciliar e fora dele. "Objetos pessoais como carteiras, bolsas, chaves e celulares devem estar guardados em um local específico. Outra medida para aumentar a segurança nesse processo seria planejar turnos alternativos, que propiciem aos funcionários evitar o transporte público nos horários de maior aglomeração", orienta.
Haverá um período de adaptação na retomada das atividades, inclusive na questão de sociabilização da criança, seja com amigos ou com familiares. Os cuidados no contato com os avós devem ser mantidos e, caso a opção seja visitá-los, as medidas de distanciamento social e o uso de máscaras devem ser reforçados. "Os adolescentes devem ser orientados a manter o autocuidado mesmo quando seu grupo tiver conduta diferente da preconizada pela família. Importante que as decisões sejam tomadas com cautela e segurança. Dessa maneira, protegemos nossas crianças, nossas famílias e, consequentemente, nossa comunidade", finaliza Dra. Fabianne Carlesse.



Sobre o GRAACC
Instituição criada em 1991 para garantir a crianças e adolescentes com câncer todas as chances de cura. Com hospital próprio, tornou-se referência no tratamento e na cura do câncer infantojuvenil, principalmente em casos de maior complexidade. Possui uma parceria técnica-científica com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) que possibilita, além de diagnosticar e tratar o câncer infantil, o desenvolvimento do ensino e pesquisa. Em 2019, foram realizadas mais de 35 mil consultas, 1400 procedimentos cirúrgicos e 22 mil sessões de quimioterapia. Mais Informações no http://www.graacc.org.br

Saiba como agir nos principais casos de intoxicação infantil


O Ministério da Saúde contabilizou 3.318 mortes de crianças em 2018 decorrentes de quedas, queimaduras, trânsito, afogamento e intoxicação. Os acidentes também lideram as estatísticas de internações hospitalares: foram 112,6 mil no ano passado. Segundo um levantamento em 2019 pelo Ministério da Saúde, 3.876 crianças foram internadas só devido a intoxicação.
Segundo a pediatra Dra. Andressa Tannure, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e especialista em Suporte de Vida em Pediatria pelo Instituto Sírio-Libanês e pelo HCOR, crianças pequenas são intoxicadas, em geral, por produtos que temos na nossa própria casa. Pode ser medicamentos, produtos de limpeza, cosméticos, inseticidas, tintas, solventes, entre outros.

“Colocar coisas na boca e experimentar seu gosto é o modo como crianças pequenas exploram o ambiente. Isso ocorre em um rápido momento de distração dos adultos. Com a pandemia e, consequentemente, com as crianças em casa, o risco de acidentes domésticos aumenta, incluindo a intoxicação exógena. Ainda não há dados deste semestre divulgados, porém, em média, 30% dos óbitos acontecem nos meses de janeiro, julho e dezembro, o que assemelham em muito com o período de quarentena”, diz.

De acordo com Andressa, a maioria das intoxicações em crianças pode ser tratada, se for dado atendimento imediato. “Se achar que seu filho ingeriu algo tóxico, fique atento aos seguintes sinais e sintomas: manchas estranhas na roupa da criança, queimaduras nos lábios ou na boca, salivação excessiva ou hálito com odor forte, náuseas ou vômitos de início súbito e sem explicação, dor abdominal sem febre, dificuldade para respirar, alterações súbitas de comportamento (sono, irritabilidade ou excitação). Em casos mais sérios, pode haver até convulsões ou até perda de consciência”, explica a pediatra.

Saiba como agir nas situações abaixo:


Substâncias ingeridas

Tire a substância de perto da criança. Se ainda tiver um pouco na boca, faça com que ela cuspa. Guarde esse material, embalagens, rótulos, bulas ou qualquer outra coisa que possa ajudar na identificação da substância. Cheque os seguintes sinais: dor de garganta importante, salivação excessiva, dificuldade respiratória, convulsões, tontura ou sonolência excessiva. Na dúvida, segundo ela, nunca provoque vômito. “Se a substância for muito ácida ou muito básica, provocar o vômito pode causar piora e nova queimadura das mucosas”.

O ideal, de acordo com a pediatra, é levar a criança ao pronto-socorro mais próximo, chamar o SAMU (192) ou existe o Disque-Intoxicação (0800-722-6001). A ligação é gratuita e o atendimento é oferecido em quase todo o território nacional.  Ao ligar, tenha em mãos os seguintes dados: o nome da criança, idade e peso, e eventuais doenças ou medicações que esteja em uso; o nome da substância ingerida, e as informações contidas no rótulo; a hora que ingeriu e a quantidade engolida estimada”, orienta Andressa Tannure.

No pronto-socorro, o tratamento se baseia em quatro itens principais: diminuir a exposição do organismo ao tóxico, promover a eliminação do tóxico já absorvido, uso de antídotos e, por fim, medidas gerais e de suporte. “Muitas vezes, é necessário realizar exames e permanecer em observação por 6 a 12 horas”, diz a pediatra.


Contato com a pele

Se a criança derrubar alguma substância perigosa no corpo, tire toda a roupa e lave-a com água fria, até retirar ao máximo todo o produto. Se houver queimadura e a queimadura for leve (aspecto avermelhado) e não houver bolhas, use compressas frias periodicamente para aliviar a dor. Pode colocar vaselina líquida para hidratar e, se necessário, dar analgésico. Não coloque nenhum tipo de pomada ou outro produto na queimadura.


Contato com os olhos

Lave bem os olhos, com água corrente. Para crianças pequenas, pode ser necessário um outro adulto para segurá-la. Lave abundantemente e ligue para o Centro de Intoxicações para receber orientações. Não pingue colírios ou qualquer outra substância no olho.


Prevenção

‘’Cerca de 90% dos acidentes domésticos poderiam ter sido evitados com medidas de prevenção. Por isso, é fundamental orientar as famílias sobre o assunto’’, diz a pediatra. Além de manter medicamentos e produtos tóxicos trancados e fora do alcance das crianças, ela cita outras orientações:

- Não tome medicamentos na frente de crianças, pois elas gostam de imitar os adultos.

- Não chame medicamentos de “balinha”, ou ‘’docinho’’ só para que ela aceite tomar.

- Cheque o rótulo e a dosagem prescritos, principalmente na madrugada, e com uma luz acesa.

- Nunca mude a embalagem de um produto, colocando substâncias tóxicas em garrafas de refrigerante ou latas de alimentos.

- Dê preferência a embalagens de medicamentos que tenham tampas de segurança.

- Não permaneça com o motor do carro ligado em uma garagem fechada. Ao sentir cheiro de gás, desligue imediatamente e chame a companhia de gás.

- Não ofereça embalagens ou frascos contendo medicamentos para uma criança brincar. Afinal, remédio não é brinquedo.

- Deixe o telefone do SAMU e do Centro de Intoxicações sempre em local de fácil acesso, inclusive para babás ou outros cuidadores da criança.

“Redobre a atenção em visitas a amigos e parentes que não tenham crianças. Provavelmente, o local não terá os mesmos cuidados que sua casa”, finaliza a pediatra Andressa Tannure.

Brasil perde R$ 214 bilhões por ano com evasão escolar de jovens

Estudo inédito, parceria entre Fundação Roberto Marinho e Insper, calcula o custo social que o país tem todo ano pelo fato de seus jovens não concluírem a educação básica: o custo da evasão de um jovem supera o PIB per capita de uma década. No contexto da pandemia e na pós-pandemia, esse problema pode se agravar.

Seminário virtual nesta terça-feira, dia 14, vai debater o custo para o país por não priorizar a educação básica, com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e mediação da jornalista Miriam Leitão



O Brasil perde R$ 214 bilhões por ano pelo fato de os jovens não concluírem a educação básica. Essa é a conclusão do estudo "Consequências da Violação do Direito à Educação", parceria da Fundação Roberto Marinho com o Insper. O cálculo é inédito e aponta as consequências da evasão escolar e da falta de prioridade para a educação, ao mensurar o custo, em valores monetários, para o país e para cada um dos 575 mil jovens que não concluirão a educação básica.

Mantido o ritmo atual, 17,5% dos jovens que hoje têm 16 anos não completarão a educação básica (pré-escola, fundamental e médio). A pesquisa, conduzida pelo economista Ricardo Paes de Barros, professor titular do Insper, mediu o custo social total de cada jovem sem educação básica em quatro dimensões:

1. empregabilidade e remuneração dos jovens;

2. efeitos que a remuneração dos jovem têm para a sociedade, que são chamadas externalidades;

3. longevidade com qualidade de vida;

4. violência.

Inicialmente, a pesquisa calculou quantos jovens não concluirão a educação básica, mantido o ritmo atual. Depois, quais seriam as consequências, em valores monetários, por jovem nas quatro dimensões. Por fim, estimou o custo total para o país.

O resultado é que, anualmente, o país perde R$ 372 mil por jovem que não conclui a educação básica. Isso porque os jovens que têm a educação básica completa passam, em média, mais tempo de sua vida produtiva ocupados e em empregos formais, com maior remuneração; têm maior expectativa de vida com qualidade -estima-se que cada jovem com educação básica viverá quatro anos de vida a mais que um jovem que não terminou a escolaridade -; e tendem a ter um menor envolvimento em atividades violentas, como homicídios -o cálculo é que a evasão representa uma perda de 26% do valor da vida de um jovem. (Veja abaixo os destaques da pesquisa)


Destaques gerais:

· A evasão escolar corresponde a 3% do PIB anual e equivale a cerca de 70% do gasto do Governo Federal, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios com a provisão da educação básica por ano.

· 575 mil jovens que têm hoje 16 anos não concluirão a educação básica, mantido o ritmo atual do aumento da escolaridade.

· Por jovem, a perda é de R$ 372 mil por ano.

· A perda total anual para o país é de R$ 214 bilhões, o que equivale a 3% do PIB anual.

· O PIB per capita brasileiro é de R$ 32 mil, portanto, o custo da evasão de um jovem supera o PIB per capita de uma década.

· O custo de oferecer toda a educação básica (pré-escola, fundamental e médio) é da ordem de R$ 90 mil por estudante. Assim, o custo da evasão por jovem supera 4 vezes o que custa garantir a sua educação básica.

· A evasão representa uma perda de 26% do valor da vida de um jovem.

Os resultados da pesquisa "Consequências da Violação do Direito à Educação" e o impacto econômico e social da educação na sociedade serão debatidos em um webinário no dia 14 de julho, das 16h às 18h, com participação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e mediação da jornalista Miriam Leitão. A apresentação será feita pelo economista Ricardo Paes de Barros, responsável técnico da pesquisa, seguida de debate com o secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, Wilson Risolia, e o presidente do Insper, Marcos Lisboa. A transmissão será na página do Canal Futura no YouTube [ youtube.com/canalfutura ]

"A pesquisa traz a resposta para uma pergunta objetiva: quanto custa não priorizar a educação? Esse indicador é um poderoso instrumento para o gestor público. A partir dele, o gestor pode reorganizar suas ações de forma a alocar os recursos de forma mais eficiente. Não reconhecer a educação como propulsora do desenvolvimento do país traz um gigantesco prejuízo monetário ao país. No contexto atual de forte restrição econômica, especialmente em virtude da pandemia, priorizar a educação, evitando a evasão escolar, é, sobretudo, mais importante. E cabe ainda outra mensagem ao gestor: não deixem de educar seus jovens. Além de ser um direito garantido na Constituição, ele traz um retorno gigantesco para o país", diz Wilson Risolia, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho.

"Cada jovem que abandona a escola representa um custo muito elevado para a sociedade brasileira. Não é uma questão menor um jovem no século XXI não concluir a educação básica. É um problema gravíssimo que não afeta só uma minoria. Afeta 17,5% de todos os jovens de 16 anos deste país", diz Ricardo Paes de Barros, professor titular do Insper.


"O Brasil vem aumentando significativamente a sua despesa com educação nas últimas décadas, mas os nossos indicadores de proficiência avançaram pouco e ainda são inferiores em relação aos de países emergentes que gastam valores parecidos", afirma Marcos Lisboa, presidente do Insper. As consequências da evasão escolar reforçam a necessidade de aperfeiçoar as políticas públicas para termos um melhor nível de aprendizado."


Veja abaixo os destaques da pesquisa "Consequências da Violação do Direito à Educação" em cada segmento:

Contexto:

· Magnitude do problema da educação brasileira: mantido o ritmo de melhoria da educação brasileira, 17,5% dos jovens que hoje têm 16 anos não concluirão a educação básica quando tiverem 25 anos. Portanto, a expectativa é que, a cada ano, o país tenha aproximadamente 575 mil jovens sem escolaridade básica. 

· Vale ressaltar que 17,5% é uma média nacional, há estados em que a porcentagem de evasão escolar entre os jovens é ainda maior. 


1. Empregabilidade e remuneração dos jovens 

. Os jovens que não concluem a educação básica passarão 10% a menos de sua vida produtiva ocupados e, quando ocupados, passarão quase 20% a menos do seu tempo em empregos formais. 

. Os jovens que não concluíram a educação básica recebem remunerações entre 20% e 25% inferiores ao que receberiam se tivessem concluído a educação básica. 

. Um jovem que não concluiu a educação básica recebe ao longo do seu ciclo de vida R$ 159 mil (37%) a menos do que receberia caso tivesse concluído a educação básica.


2. Efeitos que a remuneração dos jovens tem para a sociedade 

. Os benefícios para a economia de uma força de trabalho com maior escolaridade vão além daquilo que o próprio trabalhador se apropria por ter uma remuneração mais elevada. Beneficia a sociedade como um todo.
. A perda econômica adicional para a sociedade, devido a externalidades econômicas, será de R$ 54 mil por jovem que não concluir a educação básica. 


3. Longevidade com qualidade de vida 

. Os jovens com educação básica têm maior expectativa de vida com qualidade.

. Um jovem com educação básica vive quatro anos a mais com qualidade do que aqueles sem educação básica.

. O valor monetário da perda por jovem que não concluir a educação básica será de R$ 114 mil. 


4. Violência 

. Os jovens com educação básica tendem a ter menor envolvimento em atividades violentas, como homicídios. A cada ponto percentual de redução na evasão, seriam 550 homicídios a menos a cada ano.

. Uma morte que poderia ser evitada, caso o jovem concluísse a educação básica, custa R$ 2,7 milhões por ano e, portanto, tem valor de R$ 45 mil por jovem que não conclui a educação básica.


Resumos das dimensões:

· A cada ano, o país perde R$ 372 mil por jovem que não conclui a educação básica.

· Isso significa uma perda total de cerca de R$ 214 bilhões por ano.

· O custo de oferecer toda a educação básica (pré-escola, fundamental e médio) é da ordem de R$ 90 mil por estudante. Assim, o custo da evasão por jovem supera 4 vezes o que custa garantir a sua educação básica.

· Representa um custo social que equivale a cerca de 70% do gasto do Governo Federal, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios com a provisão da educação básica por ano.

· Um jovem que não concluiu a educação básica recebe ao longo do seu ciclo de vida R$ 159 mil (37%) a menos do que receberia caso tivesse concluído a educação básica.

· A perda econômica adicional para a sociedade será de R$ 54 mil por jovem que não concluir a educação básica.

· Um jovem com educação básica vive quatro anos a mais com qualidade do que aqueles sem educação básica. A perda por não ter educação básica é de R$ 114 mil por jovem. A evasão representa uma perda de 26% no valor da vida.

· A perda a ser evitada pela redução da violência seria de R$ 45 mil por jovem.

· A violência entre jovens custa R$ 26 bilhões por ano ao país.



Estudo sugere que tecido adiposo pode servir de reservatório para o novo coronavírus

   Experimentos conduzidos na Unicamp mostram que o SARS-CoV-2 é capaz de infectar adipócitos humanos e que a carga viral é três vezes maior nas células envelhecidas. Resultados podem ajudar a entender por que obesos e idosos correm mais risco de desenvolver a forma grave da COVID-19 (microscopia de fluorescência de adipócitos; imagem: Andréa Rocha e Danilo Ferrucci)

Experimentos conduzidos na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) confirmam que o novo coronavírus (SARS-CoV-2) pode ser capaz de infectar células adiposas humanas e de se manter em seu interior. Esse dado pode ajudar a entender por que indivíduos obesos correm mais risco de desenvolver a forma grave da COVID-19.
Além de serem mais acometidos por doenças
crônicas, como diabetes, dislipidemia e hipertensão – que por si só são fatores de risco –, os obesos teriam, segundo a hipótese investigada na Unicamp, um maior reservatório para o vírus em seu organismo.
“Temos células adiposas espalhadas por todo o corpo e os obesos as têm em quantidade e tamanho ainda maior. Nossa hipótese é a de que o tecido adiposo serviria como um reservatório para o SARS-CoV-2. Com mais e maiores adipócitos, as pessoas obesas tenderiam a apresentar uma carga viral mais alta. No entanto, ainda precisamos confirmar se, após a replicação, o vírus consegue sair da célula de gordura viável para infectar outras células”, explica à Agência FAPESP Marcelo Mori professor do Instituto de Biologia (IB) e coordenador da investigação.

Os experimentos com adipócitos humanos estão sendo conduzidos in vitro, com apoio da FAPESP, no Laboratório de Estudos de Vírus Emergentes (Leve). A unidade tem nível 3 de biossegurança, um dos mais altos, e é administrada por José Luiz Proença Módena, professor do IB e coordenador, ao lado de Mori, da força-tarefa criada pela Unicamp para enfrentar a pandemia (leia mais em agencia.fapesp.br/32861). Os resultados ainda são preliminares e não foram publicados.
Como explica Mori, não é em qualquer tipo de célula humana que o SARS-Cov-2 consegue entrar e se replicar de forma eficiente. Algumas condições favoráveis precisam estar presentes, entre elas uma proteína de membrana chamada ACE-2 (enzima conversora de angiotensina 2, na sigla em inglês) à qual o vírus se conecta para invadir a célula.
Nas comparações feitas in vitro, os pesquisadores da Unicamp observaram que o novo coronavírus infecta melhor os adipócitos do que, por exemplo, as células epiteliais do intestino ou do pulmão.
E a “dominação” da célula de gordura pelo vírus torna-se ainda mais favorecida quando o processo de envelhecimento celular é acelerado com uso de radiação ultravioleta. Ao medir a carga viral 24 horas após esse procedimento, os pesquisadores observaram que as células adiposas envelhecidas apresentavam uma carga viral três vezes maior do que as células “jovens”.
“Usamos a radiação UV para induzir no adipócito um fenômeno conhecido como senescência, que ocorre naturalmente com o envelhecimento. Ao entrarem em senescência, as células expressam moléculas que recrutam para o local células do sistema imune. É um mecanismo importante para proteger o organismo de tumores, por exemplo”, explica Mori.
O problema, segundo o pesquisador, é que tanto nos indivíduos obesos como nos idosos e nos portadores de doenças crônicas as células senescentes começam a se acumular no tecido adiposo, tornando-o disfuncional. Tal fato pode resultar no desenvolvimento ou no agravamento de distúrbios metabólicos.
Ainda de acordo com Mori, o envelhecimento acelerado do adipócito induzido pela radiação UV mimetiza o que costuma ocorrer no tecido adiposo de indivíduos obesos e nos idosos.
“Recentemente, começaram a ser testados em humanos alguns compostos capazes de matar células senescentes: são as chamadas drogas senolíticas. Nos experimentos com animais, esses compostos se mostraram capazes de prolongar o tempo de vida e reduzir o desenvolvimento de doenças crônicas associadas ao envelhecimento”, conta Mori.
O grupo da Unicamp teve então a ideia de testar o efeito de algumas drogas senolíticas no contexto da infecção pelo SARS-CoV-2. Em experimentos feitos com células epiteliais do intestino humano, observou-se que o tratamento reduziu a carga viral das células submetidas à radiação UV.
“Alguns compostos chegaram a inibir em 95% a presença do vírus. Agora pretendemos repetir o experimento usando adipócitos”, conta Mori.
Até o momento, foram usados nos testes adipócitos diferenciados in vitro a partir de um tipo de célula-tronco mesenquimal (pré-adipócito) isolada de pacientes não infectados e submetidos a cirurgia bariátrica. Após a diferenciação, as células foram expostas a uma linhagem do novo coronavírus isolada de pacientes brasileiros e cultivada em laboratório por pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (leia mais em: agencia.fapesp.br/32692).
As etapas seguintes da pesquisa incluem a análise de adipócitos obtidos diretamente de pacientes com diagnóstico confirmado de COVID-19, obtidos por meio de biópsia. “Um dos objetivos é avaliar se essas células encontram-se de fato infectadas pelo SARS-CoV-2 e se o vírus está se replicando em seu interior.
Também serão conduzidas análises de proteômica para descobrir se a infecção pelo SARS-CoV-2 afeta o funcionamento do adipócito e se deixa alguma sequela de longo prazo na célula. Essa etapa da pesquisa será feita em colaboração com o professor do IB-Unicamp Daniel Martins de Souza.
“A ideia é comparar todas as proteínas que estão expressas nas células com e sem o vírus. Desse modo, conseguimos identificar as vias de sinalização que são alteradas pela infecção e como isso impacta o funcionamento celular”, explica Mori.

Envelhecimento precoce
No Departamento de Bioquímica e Biologia Tecidual do IB-Unicamp, Mori tem se dedicado nos últimos anos a estudar a biologia do envelhecimento. Em seu projeto atual, o pesquisador investiga por que idosos e pessoas com doenças associadas ao envelhecimento são mais suscetíveis às complicações da COVID-19.
“Esse achado de que adipócitos senescentes apresentam maior carga viral aponta um possível link entre doenças metabólicas, envelhecimento e maior severidade da COVID-19”, avalia o pesquisador.
No entanto, ainda não se sabe se a carga viral é mais elevada nessas células porque elas se tornam mais facilmente infectáveis quando expostas ao SARS-CoV-2 em cultura ou se a quantidade de vírus que entra é a mesma, mas o patógeno consegue se replicar mais. “Precisamos fazer novos experimentos e acompanhar a evolução da carga viral ao longo do tempo”, explica Mori.
Caso se confirme que o vírus causa algum tipo de impacto metabólico no adipócito, afirma Mori, as implicações poderão ser grandes. “As células de gordura têm um papel muito importante na regulação do metabolismo e na comunicação entre vários tecidos. Elas sinalizam para o cérebro quando devemos parar de comer, sinalizam para o músculo quando é preciso captar a glicose presente no sangue e atuam como um termostato metabólico, dizendo quando há necessidade de gastar ou armazenar energia. Pode ser que o vírus interfira nesses processos, mas por enquanto isso é apenas especulação”, diz o pesquisador.
Esses aspectos estão sendo investigados em parceria com o pesquisador Luiz Osório Silveira Leiria, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Peto (FMRP-USP). Leiria coordena um projeto – apoiado pela FAPESP – que tem como objetivo descobrir o papel de determinados lipídeos no controle da inflamação causada no organismo pelo SARS-CoV-2.

“A pesquisa também conta com uma ampla rede de colaboradores que integram a Força-Tarefa Unicamp Contra a COVID-19”, ressalta Mori.

 



Karina Toledo
Agência FAPESP 
http://agencia.fapesp.br/estudo-sugere-que-tecido-adiposo-pode-servir-de-reservatorio-para-o-novo-coronavirus/33612/


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