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segunda-feira, 13 de julho de 2020

Infectologista do GRAACC orienta sobre os cuidados com as crianças em aglomerações e locais públicos


É uma tarefa difícil manter as crianças afastadas de brinquedos e equipamentos esportivos compartilhados em locais como praças, parques e playgrounds de condomínios durante a pandemia, mas é necessário; segundo o estudo do New England Journal of Medicine, o vírus leva até 72 horas para se tornar indetectável em plástico, cerca de 48 horas em aço inoxidável e papelão e até 8 horas em cobre

Com o afrouxamento gradual da quarentena muitas famílias estão com dúvidas se podem ou não levar os seus filhos em parquinhos do condomínio, supermercados, feiras livres, shoppings e locais com aglomeração. O vírus segue com força e a ansiedade dos pais e crianças só cresce durante a pandemia do novo coronavírus. E o que fazer diante deste dilema? Como conciliar ansiedade, medo e proteção da família?
Pesquisas apontam que o grupo de risco da Covid-19 são os idosos e pessoas que sofram com problemas respiratórios, cardiovasculares, diabetes, por exemplo. Diferente da maioria das pessoas, a doença nesse grupo se manifesta de forma mais forte, podendo ser bem grave. Por isso, essas pessoas devem ficar isoladas. No entanto, como o índice de transmissão do vírus é muito alto, adultos, jovens e crianças devem se proteger também, para não transmitir a doença para idosos ou demais pessoas do grupo de risco.
Segundo o estudo do New England Journal of Medicine, o vírus leva até 72 horas para se tornar indetectável em plástico, cerca de 48 horas em aço inoxidável e papelão e até 8 horas em cobre. "Então, mesmo que as crianças respeitem o distanciamento social no parquinho, tocar nas superfícies em que outras crianças também tiveram contato não as mantém seguras. As crianças estão constantemente se movimentando, indo de uma parte para outra, e, nesse período, provavelmente toquem no rosto. Portanto, se eles tocarem em uma superfície com o novo coronavírus as chances de serem infectadas são muito altas", esclarece a infectologista pediátrica do Hospital GRAACC, Dra. Fabianne Carlesse.
A nova pandemia da Covid-19 traz muitas dúvidas aos pais do que se deve e do que não se deve fazer com as crianças. Principalmente durante o período de isolamento, afinal quarentena não é férias. "Portanto, até que haja uma redução expressiva de casos, não é recomendado levar as crianças para o shopping, posteriormente ao cinema ou teatro e locais com aglomerações. Neste momento, precisamos ter um pensamento social", explica.
De acordo com a infectologista pediátrica do Hospital GRAACC, Dra. Fabianne Carlesse, as crianças ainda podem ser portadoras ativas do vírus antes que surjam sintomas. "Acima de tudo, vale ressaltar que eles ainda não entendem a importância do distanciamento social e, portanto, devem ser supervisionados ativamente pelos pais ou responsáveis", diz. Além de não brincar em parquinhos compartilhados, é recomendável que as crianças também lavem as mãos com água e sabão constantemente, além do uso das máscaras de tecido, caso precisem sair de casa", orienta a médica.

Mesmo que as crianças não façam parte do grupo de risco, por que elas precisam ficar em casa?
No momento atual, mesmo que não façam parte do grupo de risco, as crianças precisam ficar protegidas. Isso porque podem ser assintomáticas, portadoras do vírus, e transmiti-lo para outras pessoas. "Então, o recomendado atualmente é que, caso os pais não possam fazer home office, não deixem os filhos com os avós. O ideal é pedir ajuda para outros parentes e amigos, que também não tenham contato com idosos e não estejam no grupo de risco", explica.

Cuidados necessários nos passeios: em relação aos passeios, os cuidados devem começar mesmo antes de sair de casa. Crianças acima de dois anos devem usar máscaras, desde que não haja contraindicações. "Deve-se conversar com a criança sobre a importância da máscara e dos cuidados com seu uso antes de sair de casa. Importante que qualquer pessoa sintomática não saia de casa, a não ser que seja para atendimento médico", explica Dra. Fabianne Carlesse.

Uso de elevadores: atender ao cuidado de entrar somente se vazio. Evitar que crianças toquem paredes, botões e portas e todos devem higienizar as mãos ao saírem do elevador, pois pode haver contágio através do toque em superfícies contaminadas. Atenção redobrada ao uso de aparelhos celulares enquanto estiverem fora de casa e sempre mantê-los higienizados.

Passeios ao ar livre e piscinas: são bem-vindos. Escolher locais onde o distanciamento social seja possível, evitando sempre aglomerações, como parques e praças. "No momento, não se recomenda que crianças brinquem com outras de famílias diferentes. Parquinhos e playgrounds não são indicados por geralmente estarem mais cheios, impossibilitando o distanciamento social. O uso de piscinas é possível, desde que o distanciamento social seja respeitado, uma vez que não há evidência de contágio através de água tratada", orienta.

Posso levar meu filho ao supermercado?
"É melhor que ele fique em casa. O supermercado é um local fechado e costuma ter aglomerações. Você vai colocar a mão no carrinho, nos produtos e não conseguirá limpá-las do jeito que precisa ser feito. E a criança também vai querer pegar as coisas e é mais difícil cuidar e controlá-la no local", esclarece a Dra. Fabianne.

Uso de máscaras: deve ser usada durante todo o período fora de casa, respeitando os protocolos de higiene e distanciamento social. "O uso é indicado para maiores de dois anos, sendo que de dois a cinco anos o uso correto dependerá da maturidade de cada criança. Não utilizar em crianças com dificuldade respiratória. A máscara caseira deve ser feita com três camadas de tecido, sendo a camada exterior impermeável e a camada próxima ao rosto de tecido tipo algodão, além de cobrir boca e nariz e estar ajustada ao rosto. Trocar a máscara a cada duas horas e sempre lavar após o uso", explica a infectologista.

A volta dos pais ao trabalho: algumas famílias terão a necessidade de apoio em casa para que possam retornar ao trabalho, já que creches e escolas ainda não funcionarão. Para diminuir os riscos, tanto para os colaboradores quanto para as famílias, é aconselhável o uso de máscaras, além de roupas e calçados separados para uso domiciliar e fora dele. "Objetos pessoais como carteiras, bolsas, chaves e celulares devem estar guardados em um local específico. Outra medida para aumentar a segurança nesse processo seria planejar turnos alternativos, que propiciem aos funcionários evitar o transporte público nos horários de maior aglomeração", orienta.
Haverá um período de adaptação na retomada das atividades, inclusive na questão de sociabilização da criança, seja com amigos ou com familiares. Os cuidados no contato com os avós devem ser mantidos e, caso a opção seja visitá-los, as medidas de distanciamento social e o uso de máscaras devem ser reforçados. "Os adolescentes devem ser orientados a manter o autocuidado mesmo quando seu grupo tiver conduta diferente da preconizada pela família. Importante que as decisões sejam tomadas com cautela e segurança. Dessa maneira, protegemos nossas crianças, nossas famílias e, consequentemente, nossa comunidade", finaliza Dra. Fabianne Carlesse.



Sobre o GRAACC
Instituição criada em 1991 para garantir a crianças e adolescentes com câncer todas as chances de cura. Com hospital próprio, tornou-se referência no tratamento e na cura do câncer infantojuvenil, principalmente em casos de maior complexidade. Possui uma parceria técnica-científica com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) que possibilita, além de diagnosticar e tratar o câncer infantil, o desenvolvimento do ensino e pesquisa. Em 2019, foram realizadas mais de 35 mil consultas, 1400 procedimentos cirúrgicos e 22 mil sessões de quimioterapia. Mais Informações no http://www.graacc.org.br

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