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sexta-feira, 29 de junho de 2018

Plano de saúde ou plano de doença?


Modelo que privilegia a saúde e não a doença, mudança cultural e mais diálogo com o governo podem resultar em mensalidades mais acessíveis


Ter um plano de saúde é o terceiro item da lista de desejos do brasileiro, só perdendo para a casa própria e educação. Segundo pesquisa do Ibope mais de 80% dos beneficiários estão satisfeitos ou muito satisfeitos com a assistência de saúde prestada pelas operadoras. Então, por que apenas 25% da população brasileira possui um plano de saúde? A resposta parece óbvia: o alto custo. Os números da crise econômica comprovaram que três milhões de pessoas precisaram abrir mão do plano de saúde nos últimos anos migrando para, principalmente, as duas seguintes opções: o SUS, que opera acima da capacidade e com atendimento deficiente em várias áreas, e as clínicas populares ou cartão de desconto – modalidade de atendimento de saúde de baixo custo que se proliferou pelo País, mas que não é fiscalizada pelo Governo (pelo menos não com tanta seriedade quanto os planos de saúde).

O próprio conceito de sobrevivência da modalidade cartão de desconto já nasceu com uma visão distorcida e operando com uma lógica que pode ser tida como perversa. Isso porque é um serviço que lucra com a doença – e a saúde fica em segundo lugar. Enquanto para as operadoras não é interessante ter um cliente doente – tanto do ponto de vista econômico quanto humano, motivo pelo qual tem investido cada mais em programas de promoção de saúde e prevenção de doenças – para as clínicas populares o que gera lucro é a doença, que faz com que as pessoas necessitem de exames e de tratamentos. Dessa forma podemos enxergar claramente duas visões de assistência de saúde privada: o plano de saúde e o plano de doença.

Os planos de saúde trabalham justamente no viés contrário: quanto mais doente a população, maior seu custo e, consequentemente, menor o resulto positivo. As operadoras têm isso bem claro em sua estratégia e trabalham focadas na promoção da saúde, incentivando hábito saudáveis, como alimentação correta, exercícios físicos e cuidados com doenças crônicas (diabetes, hipertensão, depressão etc). A prevenção propriamente dita também faz parte do dia a dia, o que significa conhecer a saúde de seus beneficiários para propor um adequado acompanhamento de saúde, com a indicação precoce de exames como medida de identificação de doenças. A mamografia, os testes ginecológicos, o exame de toque retal são alguns exemplos. São benefícios que apenas quem tem um plano de saúde pode contar.

Outro movimento forte nas operadoras é o de popularizar a figura do médico gestor ou, simplesmente, médico de família, um modelo de sucesso na área da saúde bastante difundido no Canadá e em países da Europa, que tem um nível de resolubilidade muito superior a encontrada atualmente no Brasil. O médico de família tem a capacidade de cuidar dos pacientes de forma generalista, evitando a troca frequente de profissionais e as consultas desnecessárias. Por conhecer o histórico do paciente, o médico de família é quem irá avaliar e fazer o encaminhamento para o especialista, se necessário.

A grande maioria da população vai ao médico quando já estão com um problema e aí cabe ao profissional (nem sempre o mais indicado) apenas tratar os sintomas. O que se busca é que as pessoas cuidem de sua saúde de forma constante e o médico de família seja o grande aliado nesse objetivo. Esse modelo de saúde proposto é benéfico para a população, para as operadoras de planos de saúde e para a saúde pública. O caminho é longo, pois envolve uma mudança cultural. Mas as perspectivas são otimistas: a tendência é que baixe drasticamente os custos das operadoras que poderão repassar essa economia aos beneficiários. Isso também irá desafogar o SUS que poderá buscar maior equilíbrio e melhores práticas.

Outra solução plausível para a realidade brasileira e que necessita de legislação da ANS é a utilização da ampla rede de operadoras de saúde, com sua expertise em prevenção de doenças e promoção à saúde, na oferta de consultas e exames pré-pagos nos mesmos moldes do Sinam – Sistema Nacional de Atendimento Médico. Estes procedimentos poderiam ser cobrados à parte junto ao plano hospitalar obrigatório, permitindo que o beneficiário tenha a segurança de um plano de saúde em regime de internação hospitalar, justamente onde há grande dificuldade no pagamento direto devido aos altos custos envolvidos. Esta modalidade permitiria baixar em até 50% o custo dos planos médicos, trazendo mútuo benefício para a população e a operadora de saúde.








Cadri Massuda - presidente do SINAMGE-Sindicato Nacional dos Planos de Saúde e presidente da regional PR/SC da ABRAMGE-Associação Brasileira de Planos de Saúde. 


TROCO UMA CENTENA DE CORRUPTOS


       Faríamos bom negócio se trocássemos cem corruptos por um STF decente. Com um Supremo formado por juristas de alto nível, juízes de verdade, conscientes de seus deveres e responsabilidades, ficaríamos livre desse flagelo que mantém a nação em sobressalto. E os corruptos acertariam suas contas com a sociedade porque é isso que acontece quando as instituições funcionam.
        Não estou sendo sarcástico. É incalculável o montante dos prejuízos que esse STF vem causando à política, à moral do povo, à credibilidade das instituições, à segurança jurídica e à estabilidade necessária ao funcionamento regular da economia.
        Não há adjetivo polido para a conduta do ministro Dias Toffoli na sessão de ontem (26/06) da Segunda Turma do STF. A finalidade da sessão era abrir as portas da liberdade a um grupo de condenados da Lava Jato com culpa confirmada pelo TRF-4. No lote, para disfarçar, o ex-chefe José Dirceu. A ideia do trio Toffoli, Lewandowski e Gilmar era romper o entendimento colegiado da corte sobre a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. Sabem todos os ministros, sabem os advogados dos presos, sabem os condenados, sabe o Brasil que prisão após o trânsito em julgado de sentença condenatória é sinônimo de liberdade eterna para quem roubou muito. E um tanto mais breve para quem roubou pouco. É uma liberdade alugada com dinheiro das vítimas. É, também, outro nome que se pode atribuir à impunidade, benefício mais importante para o criminoso do que o produto de sua atividade.
Na imagem e possibilidade mais remota e positiva, o STF é um conjunto de 11 pessoas que, segundo maiorias instáveis e seus bestuntos individuais, impõem ao país o convívio com o intolerável. Na imagem mais provável, a coisa fica muito pior. Só para lembrar: em 10 de março de 2015, o ministro que coordenou a operação no dia de ontem enviou ofício ao colega Lewandowski, que presidia o STF, manifestando interesse em ser transferido da Primeira para a Segunda Turma da Corte, ocupando a vaga aberta pela morte de Teori Zavaski. Com essa mudança, o grupo que, por mera coincidência, tinha a seu encargo os processos da Lava Jato ganhava a atual configuração.
        Para quem não sabe, ou já esqueceu, quando José Dirceu era chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dias Toffoli foi seu subchefe da área de Assuntos Jurídicos. Em junho de 2005, acusado por Roberto Jefferson de ser o mentor do mensalão, Dirceu foi obrigado a demitir-se do cargo, sendo substituído por Dilma Rousseff, a quem Toffoli, imediatamente, solicitou a própria demissão. O fato confirma a estreita ligação entre os dois. Quem disse que gratidão é sempre uma virtude?
        Não é de hoje que o STF vem cuidando bem da criminalidade de jatinho. Em fevereiro de 2014, esse Supremo, com voto decisivo do recém-nomeado e gratíssimo ministro Roberto Barroso, decidiu que não houve formação de quadrilha no mensalão. Ela não só houve como jamais interrompeu atividades e agora tem tratamento VIP nesse STF que não nega os fatos, mas soluça com os condenados falando em “sanha punitivista”.



Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o Totalitarismo; Cuba, a Tragédia da Utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil, integrante do grupo Pensar+.


quinta-feira, 28 de junho de 2018

Leitura Dramatizada – Autores Consagrados



Nos dias 03, 04 e 06 de julho, a Casa Aguinaldo Silva de Artes realizará 03 leituras dramatizadas de autores consagrados: William Shakespeare, Nelson Rodrigues e Plínio Marcos. O projeto de incentivo à leitura tem como objetivo abrir o espaço da Casa para que o público possa conhecer, debater, ouvir, entender e refletir sobre obras de autores consagrados.

Programação:


Terça – 03/07 


O Drama Humano – obra do autor William Shakespeare

Trechos das peças: Hamlet, Romeu e Julieta, A Megera Domada, Sonho de Um noite de Verão, Otelo e Macbeth

Adaptação: Júlio Luz e Rafael de Albuquerque

Concepção e Direção: Júlio Luz

Elenco: Aline Graciano, Andriely Cassia, Carla Rodolfi, Cicero Baltazar, Edson Bispo, Gabriela Rodrigues, Gilvan dos Santos, Giulia bonita, Hugo Nexos, João Victor Lima, Luana Bonfiette, Marcos Padilha, Mirély Teles, Nando Garcia, Rafaela machado, Renata Casarim, Renata Jesus, Sawil Cordeiro , Victhor Lima & Wany Damas



Quarta – 04/07 

Notícias Cariocas – obra do autor Nelson Rodrigues

Trecho das peças: Perdoa-me por me traíres, A Serpente e O Beijo no Asfalto.
Adaptação, concepção e direção: Júlio Luz

Elenco: Déborah Olywer, Gabriela Catan, Leonardo Robbi, Manuela Lacerda, Mirela Lucena, Nadine Gerloff, Nilton Antoper. Victória Caroline e Rebecca Oliveira



Quinta – 05/07 

Bendito Maldito – obra do autor Plínio Marcos

Trecho das peças: Navalha na Carme, Querô e O Abajur Lilás
Adaptação e direção: Júlio Luz

Elenco: Aline Graciano, Gui Resende, Jonh Cortez, Lívia Leonetti, Pietra Viani, Victor Sally e Well Nascimento




Horário: 20h30
Duração: 60 minutos

Entrada Franca – Distribuição de senha 01 hora antes



Serviço

Casa Aguinaldo Silva de Artes
Rua Major Sertório, 476 – Vila Buarque
(11) 32138754
 



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