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terça-feira, 26 de junho de 2018

Quais são os principais obstáculos de quem quer empreender no Brasil?


Tributação, juros bancários e fiscalizações ardilosas: beirando a política, país precisa de grandes ajustes para trazer melhores condições ao empreendedorismo

Acredito que o brasileiro seja o povo mais empreendedor do mundo. Não faltam aqui cases de sucesso de inovação nos negócios. Mas temos que reconhecer que ser empreendedor no Brasil é muito difícil, uma verdadeira loucura, face a hostilidade do ambiente governamental. Estar assessorado por bons profissionais — em especial na área jurídica e contábil — é essencial, pois as regras do jogo nesse país costumam mudar durante o campeonato, sempre no anseio de arrecadar mais e fiscalizar mais a fundo, fazendo com que o empresário não consiga se planejar a longo prazo (como ocorre em outros países).

No Brasil, além de termos uma carga excessiva de tributos — que oneram demais o consumo, seja ele de bens ou serviços —, a forma como somos cobrados, exigidos e fiscalizados é muito desleal (para não dizer cruel). Aqui, diferentemente dos demais países do mundo, além de tributarmos o lucro, somos tributados também pelo faturamento; ou seja, sobre o que você vende, seja bens ou serviços. Também tributamos nossas despesas, como é o caso da folha de salários!

Cada vez mais o governo investe em tecnologia para fiscalizar as atividades empresariais. Com isso, atualmente é muito difícil viver na informalidade empresarial. Isso porque com os mecanismos criados pelo governo, até mesmo o poder/dever estatal de fiscalização, foram "terceirizados" aos empresários e consumidores que; ora são obrigados a exigir certidões negativas de seus fornecedores (por exemplo, para comprar seus produtos e serviços, sob pena de ser acusado de "cúmplice tributário" em caso de não recolhimento dos tributos daquela operação); ora, pedem o "CFP na nota fiscal" para receberem migalhas de valores como "retorno". Dessa forma, fica muito difícil trabalhar sem estar formalizado, pois a sistemática comercial te impede e com isso os custos empresariais aumentam — e muito.

Para que os empresários possam "tocar" seus negócios se veem praticamente obrigados a recorrer ao conhecido "Capital de Giro" oferecido pelas instituições financeiras; bancos esses que exigem as maiores taxas de juros do mundo e que praticamente não existe concorrência entre eles, haja vista a quantidade pífia no Brasil. Essa forma de cobrança tributária, aliada às altas alíquotas dos impostos, incidência em cascata dos tributos, bitributação etc., aliada à ardilosa condição que os bancos oferecem aos seus "clientes" faz com que o dia a dia dos empresários seja uma verdadeira aventura.

Por tudo que disse acima, dá para perceber o quanto hostil é o habitat que os empreendedores estão no Brasil. O cenário é de muita dificuldade, muita taxação e praticamente nenhuma contrapartida. Algumas manobras políticas poderiam ser adotadas para se amenizar esse quadro. Ao meu ver, a Reforma trabalhista e melhor regulamentação da Terceirização trouxeram um grande alívio e maior equilíbrio na relação empregatícia, onde os empresários eram vistos como vilões da economia e exploradores do trabalho humano e o trabalhador, como hipossuficiente em todos os sentidos, gerando enormes injustiças.

Mas muitas outras ações poderiam ser feitas, não apenas visando o fortalecimento do empreendedorismo, mas sim que colocariam o Brasil no eixo do crescimento econômico novamente, como a Desoneração Tributária em geral. Não digo ajuste fiscal, pois isso não cabe mais no bolso dos empresários, mas sim, após um corte drástico nas despesas e gastos públicos em todos os setores da federação, fosse permitido que os empresários, ao invés de recolher alguns tributos (ex.: IRPJ e CSLL), pudessem contratar livremente planos de saúde recentes e escolas privadas aos seus funcionários e filhos destes; garantindo, assim, o binômio básico: educação e saúde, além de fomentar a economia, através da iniciativa privada e livre concorrência. Ou, ao menos, permitisse que tais despesas fossem integralmente dedutíveis do IRPJ e CSLL das empresas ou do IRPF na apuração anual. Enfim, como disse, empreender no Brasil, embora seja muito prazeroso e realizador, não é tarefa das mais fáceis, além de estar cercado por armadilhas por todos os lados.



Andréa Giugliani - advogada tributarista na Giugliani Advogados


O futuro do futuro: o que esperar da inteligência artificial cognitiva?



Você já ouviu falar sobre Ke Jie? Ele foi considerado o melhor jogador humano do antigo jogo de tabuleiro chinês Go. Recentemente, porém, foi derrotado por um jogador virtual conhecido como AlphaGo, desenvolvido pelo grupo de pesquisa DeepMind AI da Alphabet. Enquanto isso, em outro canto do mundo, mais precisamente na Suíça, pesquisadores da Penn State University e da Écola Polytechinique Fédérale de Lausanne, usavam conceitos de reconhecimento facial para treinar um computador, a fim de que ele reconhecesse doenças de plantas. O objetivo final, era dar a qualquer pessoa com um smartphone em mãos as mesmas habilidades que um especialista. Fantástico, não? 
O potencial de aplicações de inteligência artificial como essas é vasto; e as pessoas já começaram a se familiarizar com apps transacionais em seu dia a dia, seja uma interação com a Siri para buscar um restaurante, ou no momento em que paramos para perguntar para Alexa ou Google Home quanto tempo levaremos para chegar ao aeroporto. No mundo B2B, esses apps também se proliferam rapidamente: um exemplo são os chat bots que servem de gateways em sistemas corporativos, como ERP ou Human Capital Management (HCM), e utilizam AI para automatizar tarefas por meio de funções de voz ou chats. Eles podem atuar em funções simples como pedir a um sistema do HCM para inserir uma solicitação de férias; ou tarefas mais avançadas, como entender o histórico de compras do cliente nos últimos 30 dias.
Você pode argumentar, com razão, que os exemplos acima não são inteligência artificial de verdade, mas sim uma forma trivial de aprendizado de máquina. Mas o que você não pode discordar, é que essa é apenas a ponta de um grande iceberg
Pensando e não apenas aprendendo
As tecnologias de inteligência artifical que usamos hoje são, na verdade, bastante limitadas. A tendência é que a próxima geração de sistemas crie novos canais de conhecimento por conta própria. É o que chamamos de inteligência artificial cognitiva, onde os sistemas são capazes de agir com base em aprendizado e raciocínio, fazendo deduções e ampliando seus conhecimentos para que possam fornecer informações, detectar e evitar possíveis problemas, identificar padrões de dados e muito mais.
Com a AI cognitiva, o sistema de gestão de uma empresa que gerencia grandes frotas, pode prever problemas, solicitar peças, agendar a manutenção e executar testes de qualidade para garantir que o equipamento esteja no padrão. No âmbito da saúde, por sua vez, é possível utilizar apps de radiologia baseados em nuvem para reconhecer e identificar resultados normais, permitindo aos radiologias se concentrarem nos diagnósticos que mostrem potenciais anormalidades. Já na área industrial, um fabricante de produtos químicos pode utilizar a AI cognitiva para monitorar as emissões de CO2.

Áreas a observar
Todo mundo que aposta em inteligência artificial quer saber onde estão as maiores oportunidades. Embora as previsões nesse estágio ainda sejam um pouco tênues, existem algumas áreas que a maioria dos especialistas concorda que possuam um potencial significativo

- Big Data + AI + visualização de dados e controle de voz - O mundo dos negócios está repleto de dados, mas a AI tem o potencial de levar o uso de big data para a estratosfera. Combinando capacidade de processamento com capacidades de aprendizagem cognitiva, a AI poderá identificar rapidamente padrões em dados que seriam difíceis ou impossíveis para os humanos verem de forma independente. E quando os humanos puderem acessar essas informações via controle de voz ou com fácil entendimento e manipulação de visualizações de dados, seu valor cresce exponencialmente
- Asset Management – Essa é uma área em que a IoT já tem um impacto positivo significativo. As informações dos sensores que monitoram tudo, permite que as empresas evitem problemas e aumentem o retorno de seus investimentos. Outras fontes de dados - como relatórios de drones sendo usados para inspeções - estão tornando a informação ainda mais acessível e reduzindo a necessidade de intervenção humana. Acrescente AI cognitiva a essa mistura e você terá o potencial de eliminar em grande parte os seres humanos de um processo que antes era demorado e altamente manual. Imagine um mundo com equipamentos que são virtualmente “auto mantenedores”.
- Produtividade – Aqui AI pode ter maior impacto. O conceito é: quando as máquinas podem ser usadas para automatizar tarefas rotineiras, os humanos podem dedicar mais tempo ao trabalho que importa.

Carmela Borst - Carmela Borst, Diretora Sênior de Marketing para América Latina 
Infor
www.brasil.infor.com

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