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segunda-feira, 25 de junho de 2018

Gripe e resfriado podem ser ameaças para pessoas com doenças crônicas


Para pacientes com DPOC, a vacinação reduz a mortalidade em cerca de 70%

O inverno é um período marcado por temperaturas mais baixas, além da baixa umidade do ar, que fica mais seco. Geralmente, pessoas que têm doenças respiratórias sofrem com as vias aéreas ressecadas e têm maior dificuldade para respirar. Nessa época, as pessoas ficam mais propensas a ter gripes e resfriados, porque costumam ficar em ambientes fechados e sem ventilação por muito tempo, devido ao frio. Assim, os pacientes com doenças respiratórias crônicas, como asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), têm maior chance de ter crises, caracterizadas pelo agravamento dos sintomas e maiores chances de hospitalização e impactos na qualidade de vida.

O diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, Dr. Mauro Gomes, explica os principais sintomas da DPOC: "Cansaço excessivo, falta de ar, tosse frequente e catarro podem ser indícios da DPOC, caracterizada por duas patologias diferentes. A bronquite, que é inflamação dos brônquios, e o enfisema pulmonar, responsável pela destruição de células do pulmão". A condição é causada principalmente pelo tabagismo e atinge pessoas acima de 50 anos, o que faz com que a DPOC tenha um diagnóstico difícil, uma vez que os sintomas são comumente confundidos com sinais de envelhecimento. "Muitos pacientes acreditam ser normal envelhecer com falta de ar e limitações na rotina e acabam demorando para procurar um pneumologista", comenta o Dr. Mauro. Em 2010, o número de pacientes com a doença no Brasil era de cerca de 7 milhões, segundo o Ministério da Saúdei.

Gripes e resfriados são doenças que podem representar um perigo para o estado de saúde de pessoas que sofrem com doenças respiratórias crônicas. Isso ocorre porque elas causam impactos no sistema respiratório do paciente, como maior produção de catarro e coriza, que já é mais debilitado do que o de uma pessoa saudável. No caso dos pacientes com DPOC, os sintomas são agravados, porque essas doenças oportunistas fazem com que o organismo mobilize as células do sistema imunológico para combater essas doenças, fragilizando o paciente.

Para evitar essas maiores complicações, o Dr. Mauro Gomes reforça a importância do tratamento contínuo: "o uso de medicamentos broncodilatadores é importante para manter a doença sob controle. Um dos exemplos é o tiotrópio, que reduz o risco de exacerbações moderadas a graves da DPOC. Com o tratamento, os pacientes têm 16% de redução do risco de mortalidade". A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica é a quarta principal causa de morte no Brasil e estima-se que até 2020 se torne a terceira. Além disso, o pneumologista reforça alguns cuidados simples e importantes durante o inverno, como: evitar fechar todas as janelas, deixando o ambiente arejado; manter o ambiente limpo; usar umidificador nos ambientes fechados, principalmente no quarto.

Além de acompanhamento médico e tratamento contínuo, o especialista dá outras dicas importantes para evitar grandes complicações devido à gripe e ao resfriado. "É importante manter uma alimentação equilibrada e participar das campanhas de vacinação contra a gripe, que costumam ocorrer durante o período", explica o Dr. Mauro. Em pacientes com DPOC, a vacinação reduz a mortalidade em cerca de 70%ii. "Por ser uma doença que afeta principalmente pessoas idosas, que tem o sistema imunológico mais fraco, é importante prevenir gripe e pneumonia".

A prevenção das crises da DPOC é um cuidado essencial e contínuo na vida dos pacientes. O pneumologista evidencia que muitos pacientes não seguem uma rotina de tratamento e têm impactos no dia a dia, com limitações na respiração e nas atividades básicas. "Pessoas que apresentam doenças crônicas e suas famílias devem estar atentos aos sinais de piora e precisam procurar um médico para realizar tratamento contínuo e ter mais qualidade de vida. Além disso, deve-se evitar a exposição a mudanças de temperatura e o contato com fumaça de cigarro, poluição e outros fatores agravantes", finaliza o especialista.

De acordo com o GOLD (Iniciativa Global de DPOC) é importante que pessoas que fazem parte do grupo de risco fiquem atentos aos sintomas e, caso haja suspeita, procurem um pneumologista imediatamente para iniciar tratamento que desacelera a progressão da doença. Existem 5 perguntas básicas que ajudam a identificar pacientes que podem ter a doença:

  • Ter mais de 40 anos;
  • Fumante ou ex-fumante;
  • Tosse frequente;
  • Expectoração ou "catarro" constante;
  • Cansaço ou falta de ar ao fazer esforço, como subir escadas ou caminhar.





Segundo cérebro do corpo: mau funcionamento do intestino pode afetar vida social


Problemas no intestino podem provocar mau-humor, depressão e ansiedade e levar, até mesmo, à ataque cardíaco. Conexão cérebro-intestino vai além do esperado


Quem pensa que a única função do intestino é transportar os alimentos, absorver os nutrientes e dispensar o que não é aproveitado está muito enganado. A sua relação com o cérebro e o funcionamento do organismo como um todo é intrínseca e demanda muita atenção para evitar problemas futuros. Uma das áreas afetadas pode ser o humor, mas doenças mais graves, como problemas cardíacos e a Síndrome do Intestino Irritável (SII), também podem ser desencadeadas por conta de algum transtorno desenvolvido no intestino. 

Com mais de 200 milhões de neurônios, o intestino é capaz de abrigar o segundo maior sistema nervoso do corpo e coordenar a liberação das substâncias digestivas e dos movimentos que estimulam o bolo fecal a sair. Segundo o médico nutrólogo Lucas Penchel, por produzir cerca de 90% da serotonina do corpo, ele pode atuar diretamente no bem-estar e na felicidade das pessoas. “Além da função digestiva, o intestino também possui função neurológica, endócrina e imunológica. Com ele funcionando perfeitamente bem, a qualidade de vida melhora consideravelmente", afirma. Chamado de segundo cérebro por conta da sua complexa rede nervosa e neuronal, o intestino comunica-se constantemente com o cérebro e vice-versa. 

Mesmo sem uma causa comprovada, a hipótese levantada para a causa da Síndrome do Intestino Irritável (SII) é que pessoas com sensibilidade elevada no trato digestivo, que ingerem alimentos irritantes e estão inseridas em um meio que causa estresse são acometidas. “Já se sabe que a SII pode propiciar depressão, mau-humor e ansiedade”, aponta Lucas. Ele explica que pessoas com intestino preso podem apresentar quadros de nervosismo e perda de foco, assim como quem passa por um quadro de estresse pode manifestar dificuldade para ir ao banheiro ou problemas no trato digestivo. Além disso, um estudo feito no Hospital Universitário do Centro Médico de Cleveland, nos Estados Unidos, mostrou que dos 17,5 milhões de prontuários de pacientes, 211 mil deles tinham sido diagnosticados com Crohn ou retocoline ulcerativa. Ao comparar com indivíduos saudáveis, as taxas de infarto eram 23% maiores naqueles que possuía algum distúrbio intestinal.

Por ser uma comunicação direta, o ideal é prestar bastante atenção no que é ingerido para que não desenvolva nenhum problema maior. “Alimentos ricos em fibras aliado à ingestão de água e probióticos, são excelentes para manutenção do funcionamento do intestino e devem ser inseridos na dieta. Assim como alimentos industrializados, processados, ricos em sódio ou açúcar devem ser descartados da alimentação, por possuírem fatores que irritam o sistema digestivo”, indica Lucas.







Dr. Lucas Penchel - Diretor técnico da Clínica Penchel
Nutrologia – Faculdade de Medicina da Santa Casa- SP
Medicina Esportiva – Universidade Católica de Petrópolis
Pós-Graduando em Endocrinologia – IPEMED
Mestre em Biotecnologia da saúde
Nutrição – Faculdade Universo


Risco de cegueira cresce no Brasil


 Em 10 anos o número de brasileiros com catarata aumentou mais que o dobro das cirurgias oferecidas pelo SUS. Saiba como adiar a progressão da doença.


Quem já dirigiu sob neblina sabe bem como é desagradável enxergar tudo embaçado. É o que acontece na catarata, doença que torna opaca a lente natural de nosso olho, o cristalino. que fica atrás da parte colorida, a íris. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier a catarata é a maior causa de cegueira tratável no mundo e está relacionada na maior parte dos casos ao envelhecimento. Por isso, não tem como escapar. Depois dos 60 anos um dia todos nós vamos ter.  Pior: Nunca a população envelheceu tão rápido, o número de brasileiros que dependem do SUS está em ascensão e o atendimento público em declínio. Para se ter ideia, o número de brasileiros acima de 60 anos cresceu cerca de 160% entre 2008 e 2017.  Passou de 11,5 milhões para mais de 30 milhões segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No mesmo período, as cirurgias feitas pelo SUS que responde por 65% dos procedimentos no país, teve um acréscimo de 72%. Saltou de 286 mil para 482 mil cirurgias conforme relatório do DATASUS, ficando, portanto, bem abaixo da demanda.


Como adiar a progressão

Queiroz Neto afirma que o envelhecimento causa a  degeneração das proteínas do cristalino, mas outros fatores, alguns controláveis, outros não. Uma pesquisa realizada pelo médico com 814 pacientes revela que 9% dos participantes usavam corticóide continuamente para tratar doenças crônicas . O especialista  diz que o medicamento antecipa a catarata além de aumentar o risco de contrair glaucoma. 

“Hoje a medicina está equipada para diagnosticar um número muito maior de doenças. Além do corticóide, alguns medicamentos para emagrecer, ansiolíticos, antidepressivos  também podem contribuem com o desenvolvimento das catarata”, afirma. Por isso, quem faz tratamentos contínuos deve passar por consulta oftalmológica anualmente e até em períodos menores caso sinta a visão alterada”, afirma. Outras variáveis que podem antecipar a doença são o consumo excessivo de sal, a alta miopia, diabetes e hipertensão arterial, salienta.

No mesmo estudo, a falta de sono que acelera a oxidação de todas as nossas células, inclusive do cristalino, foi apontada por 31% dos participantes. “Dormir pouco acelera o envelhecimento e, portanto, formação da catarata. O ideal é dormir de 6 a 8 horas/dia” recomenda. Outros 55% não protegem os olhos do sol com lentes que filtrem 100% da radiação UV (ultravioleta) O oftalmologista destaca que a falta de proteção UV aumenta em até 60% o risco de contrair catarata.  “O filtro nos olhos deve ser usado durante o ano todo, inclusive no inverno” destaca. 

Outra dica do oftalmologista é Incluir na alimentação vegetais verde escuro e gema de ovo, ricos em luteína e zeaxantina, mais as frutas cítricas que contêm vitamina  para que protege o cristalino do efeito oxidativo do envelhecimento.


Sintomas

Além da visão embaçada, Queiroz Neto observa que a catarata aumenta a fotofobia a ponto dos faróis contra causarem perda temporária da visão e inviabilizarem a direção noturna. Outros sinais da doença elencados pelo médico são:

·         Perda da visão de contraste. 

·         Alteração frequente da prescrição dos óculos.

·         Enxergar halos ao redor da luz.

·         Necessidade de mais iluminação para ler.


Cirurgia

O oftalmologista explica que a cirurgia de catarata é um procedimento ambulatorial feito com anestesia local. Consiste em retirar o cristalino com aplicação de ultrassom. fazer uma incisão na córnea e implantar uma lente intraocular que hoje pode eliminar definitivamente o uso de óculos, inclusive em quem tem astigmatismo.

O procedimento pode também ser feito com femtosegundo, laser ultrarrápido que realiza os cortes com absoluta precisão. Um dos pioneiros em cirurgia de catarata a laser no Brasil, Queiroz Neto afirma que as vantagens da técnica são a maior precisão dos cortes e a menor exposição da córnea ao calor do ultrassom que provoca a morte de células da córnea que são irrecuperáveis.

Independente da técnica, pontua, a recuperação é rápida e exige o uso correto de colírios após a cirurgia.



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