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terça-feira, 3 de setembro de 2019

Compensação tributária antes do trânsito em julgado


O Supremo Tribunal Federal, em sede de Repercussão Geral, firmou o entendimento que o ICMS (imposto sobre circularização de mercadorias e prestação de serviços) não compõe a base de cálculo das contribuições para o PIS e COFINS, estabelecendo, no entanto, o conceito de faturamento. Em razão disso, contribuintes ingressaram e continuam ingressando com ação judicial a fim de obter seu direito, de redução das respectivas bases de cálculos.

Este é um exemplo de tese tributária firmada com inúmeros casos repetitivos, onde o contribuinte para obter o direito à compensação, precisa passar por um longo trâmite processual com as regras ditadas pelo nosso ordenamento jurídico.

Como se sabe, as ações judiciais, mesmo as que detém tramitação que, em tese, deveriam ser mais céleres, possuem um trâmite extenso até o seu fim, levando-se também em conta que o ente público tem a obrigatoriedade de recorrer em todas as instâncias judiciais em obediência ao Princípio da Legalidade.

Sendo assim, indaga-se: Como o contribuinte pode exercer o direito de compensação do crédito tributário antes mesmo do trânsito em julgado da ação que tenha proposto, sabendo-se que o artigo 170-A do Código Tributário Nacional determina que, “É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial”?

A possibilidade está expressa no artigo 311, II do Código de Processo Civil, na chamada “Tutela de Evidência”. Ou seja, havendo direito comprovado, tese firmada em casos repetitivos ou súmula vinculante, o contribuinte pode requerer a compensação imediata do seu crédito tributário através de referido instituto. Isso porque, considerando o direito evidente, não se justifica a espera da longa tramitação processual, para a efetivação do direito.

A “Tutela de Evidência” foi trazida pelo novo Código de Processo Civil de 2015, inovando o Código anterior, incluindo este instituto no rol das tutelas provisórias. Neste caso, não se faz necessária a demonstração do periculum in mora, como é feito no pedido de liminar, por tratar-se de requisito essencial, bastando o fato estar qualificado entre os incisos do referido artigo.

Por outro lado, o embasamento legal não está limitado ao dispositivo acima, que trata da Tutela de Evidência, eis que em sede Constitucional previsto está o direito à duração razoável do processo, estabelecendo que “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. De forma consequente, o acesso a justiça deveria estar alinhado ao tramite processual em tempo razoável até a definição do direito pleiteado. Através deste fundamento constitucional o judiciário necessariamente deveria garantir a agilidade da prestação jurisdicional.

Neste sentido, valendo-se do referido dispositivo legal, é possível pleitear a compensação do crédito tributário antes do trânsito em julgado da decisão que reconhece o direito do contribuinte. Isso não se restringe aos casos de exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS, mas também se aplica às teses já consolidadas ou que tenham súmula vinculante.   

Com referência ao tema, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo vem concedendo o pedido de Tutela de Evidência aos contribuintes que pleiteiam a não incidência das Tarifas de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) e Distribuição (TUSD) no cálculo do ICMS – Imposto sobre a circulação de mercadorias e prestação de serviços, em razão da tese defendida estar consolidada pelo Superior Tribunal de Justiça por meio de julgamentos recorrentes.

O pedido de Tutela de Evidência também não está restrito às ações iniciais, podendo ser pleiteada tanto no pedido inicial da ação judicial ou a qualquer momento processual onde se requer o deferimento por meio de uma decisão incidental.

Nesta época de recessão econômica, as empresas buscam incessantemente alternativas de sobrevivência e melhora nos seus resultados e por muitas vezes se vêm perante a necessidade de escolher, como por exemplo, entre o pagamento de seus funcionários ou os impostos inerentes à sua atividade. Por este motivo, a “Tutela de Evidência” trata-se de uma excelente alternativa e oportunidade aos contribuintes, tendo em vista a possibilidade de compensação do crédito tributário, obtendo, assim, redução da carga tributária, o que consequentemente melhora os resultados das empresas onde as teses consolidadas ou com súmula vinculantes, são aplicadas.




Viviane Torres - formada em Direito e pós-graduada em Direito Tributário pela UNISAL, além de ter MBA Executivo em Direito Empresarial pela FGV-RIO. Há 16 anos, dirige o Torres & Torres Sociedade de Advogados no Vale do Paraíba, SP.

Sustentabilidade: um tema profundo e global



Divulgação
Compras governamentais devem seguir a lógica do mercado e dar preferência a economia verde e aquisições sustentáveis



A América Latina é um dos continentes mais urbanizados do planeta, e cada decisão de um país ou uma cidade ao adquirir bens, serviços ou obras implica em importantes repercussões econômicas e socioambientais em todo o mundo. Esta é um recente discussão de Alejandro López-Lamia, especialista em Habitação de Desenvolvimento Urbano no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), sobre questões urgentes do Brasil.

De acordo com o especialista, mesmo depois de um intenso debate, ele e os colegas não chegaram a nenhuma conclusão. Cidadãos comuns já podem optar por carros e equipamentos que consomem menos energia, como geladeiras e aparelhos de ar-condicionado.

Compras públicas - López-Lamia destaca que, de uma perspectiva econômica, as compras públicas atingiram um terço dos gastos globais em 2016, o que equivale a 8,5 trilhões de dólares todos os anos. Por outro lado, ele cita que, de acordo com um estudo recente do BID, ineficiências em compras governamentais, serviços públicos e transferências no Brasil podem custar até US$ 68 bilhões, ou 3,9% do PIB. Na região, US$ 220 bilhões por ano, ou o equivalente a 4,4% do PIB regional.

O artigo destaca que “um caminho para a sustentabilidade será em um contexto em que os cidadãos exigem maior transparência e eficiência nos investimentos governamentais, com impactos que beneficiam a sociedade e medidas efetivas para mitigar os efeitos da degradação ambiental e da mudança climática, o que é essencial reavaliar o papel das contratações públicas”.


Para o especialista, o caminho das “aquisições sustentáveis” necessita mudar a perspectiva de curto para longo prazo, integrando as dimensões econômica, social e ambiental. "Hoje, qualquer cidadão entende muito bem que os temas socioambientais são parte inseparável da equação econômica; em países com tanta desigualdade e sérios desafios ambientais como os nossos, devemos ir além de comprar pensando unicamente na eficiência econômica”, explica o especialista.

Compras governamentais - Os governos locais que incentivam a incorporação das compras verdes em seus processos de aquisições têm uma maior probabilidade de mitigar a degradação ambiental, favorecendo padrões de consumo ambientalmente amigáveis e replicáveis. “Um exemplo é o caso do Centro de Negócios e Desenvolvimento do Trabalho, um edifício ecoeficiente construído no coração do Bairro 31, um dos mais pobres de Buenos Aires, certificado com a metodologia EDGE”, explica.

 

O especialista destaca o salto qualitativo para compras inteligentes e as aquisições sustentáveis, que incluem as verdes, que “são transformadas em inteligentes ou inovadoras quando, além de incorporarem as três dimensões mencionadas, são usadas não apenas para uma cidade adquirir bens, obras ou serviços sustentáveis, mas também como plataforma de interação com potenciais empresas dispostas a resolver problemas urbanos via experimentação e uso de tecnologias de informação e comunicação”, conta.


De acordo com David Graham, diretor adjunto de Comunidades Inteligentes e Sustentáveis de San Diego, Califórnia, "a tendência é realizar pilotos para aquisições complexas (pilot-to-procurement), onde as cidades compartilham o problema que desejam resolver com um grupo de potenciais fornecedores dispostos a realizar testes antes de oferecer uma solução definitiva (try before you buy)". 



Por que os estereótipos ainda são tão presentes nas empresas e na sociedade?


Me lembro de uma entrevista publicada há alguns anos na revista Exame com um especialista alemão em negócios e multiculturalismo, o professor Sebastian Reiche. Ele falava dos perigos dos estereótipos em um mundo em que o trabalho é globalizado e, logo, sobre a necessidade de fugir dos rótulos baseados em nossa cultura e formação.

Poucos anos antes eu havia experimentado na pele os efeitos dos estereótipos no trabalho. Era executiva de uma grande companhia brasileira e fui enviada a uma reunião no exterior representando a empresa. Ao chegar, tentaram barrar a minha participação na reunião com o presidente mundial da outra empresa envolvida, pois não era possível a minha organização ter enviado uma mulher jovem para representar seus interesses. Esse episódio me marcou, mas foi um dos muitos que também me ensinou a lidar com os estereótipos no ambiente corporativo, não permitindo que eles se tornassem uma pedra no caminho da minha trajetória profissional.

Uma das principais lições que aprendi com esse acontecimento - e com tantos outros - e que hoje compartilho com líderes e profissionais é: no ambiente corporativo o único julgamento permitido é sobre o desempenho e, pessoas diferentes, têm resultados melhores quando trabalham juntas. Um relatório de 2018 da empresa de consultoria global Ernst & Young (EY) mostrou que nas empresas que tinham pelo menos 30% de diversidade de gênero, os resultados financeiros eram melhores.

Mas como conviver com colegas intolerantes às diferenças e preconceituosos? Sim, infelizmente eles ainda existem: os colegas de trabalho que adoram esterótipos e trazem suas preferências pessoais para o ambiente corporativo, muitas vezes de forma velada. Esse preconceito advém da ignorância e, nestes casos, a resposta é educar. Punir não mudará essas pessoas, brigar muito menos, mas a educação pode fazê-las entender que orientação sexual, peso, características físicas e etc. não definem caráter e desempenho no trabalho. Ignorante a gente educa pelo exemplo e diálogo!

Como nas relações de trabalho modernas ninguém faz nada sozinho, o "manda quem pode, obedece quem tem juízo" foi substituído pela empatia e tolerância, em que todos podem errar e somar no trabalho. Não cabe no escritório o "não gosto de gays", "fulano está acima do peso", "prefiro trabalhar só com homens". Ninguém quer saber a sua opinião! Na vida pessoal você escolhe com quem conviver, no ambiente de trabalho isso não é uma escolha: é preciso se adaptar, exercitar a empatia e se colocar no lugar do outro.

Parece simples, mas não é. Diversidade não é só colocar um monte de pessoas diferentes em uma mesma sala. É preciso uma mudança de mindset de líderes e liderados. Isso exige treinamento comportamental! As empresas devem ter um olhar crítico ao que já é uma grande revolução na gestão de pessoas moderna: o fato de que comportamento vale muito mais do que técnica!




Erika Linhares - pedagoga e especialista em educação corporativa. Iniciou sua carreira aos 19 anos como atendente de loja. 20 anos depois, era Diretora Nacional de Vendas de uma das maiores empresas do Brasil, gerindo mais de 600 parceiros comerciais e 15 mil colaboradores. Com seu olhar de educadora e gestora fez crescer a companhia que detém hoje mais de 57 milhões de clientes e os melhores resultados financeiros do setor. Erika acredita em educar as pessoas para que sejam mais engajadas e felizes e, assim, produzirem e entregarem mais resultados para as corporações. Em 2018, fundou a B-Have, empresa que oferece mentoria especializada em mudança de comportamento humano nas empresas. www.bhavecorp.com

Acertar na escolha do pacote de serviços bancários é estratégico aos pequenos e médios empresários

  Segundo a FecomercioSP, os custos de manutenção de uma conta empresarial podem variar entre R$ 588 e R$ 5,76 mil ao ano


Os valores dos pacotes de serviços bancários para pessoa jurídica oferecidos pelas cinco maiores instituições bancárias do Brasil variam de R$ 49 até R$ 480 por mês, segundo levantamento feito pela assessoria econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Para quem é Microempreendedor Individual (MEI), os bancos têm pacotes mais acessíveis, com valores entre R$ 17 e R$ 26. Os pequenos e médios empresários devem estar atentos a essas despesas, administrando-as de forma coerente, já que a contratação avulsa dos serviços é mais cara, e a escolha do pacote mais adequado ao tipo de negócio pode gerar uma grande economia ao fim do ano.

A recomendação é que seja feita uma lista dos serviços utilizados, bem como a frequência mensal. Também é importante avaliar se há divergência entre os valores estabelecidos em contrato e os que estão sendo cobrados atualmente. Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, considerando que são mais de 60 tipos de tarifas (reajustadas anualmente) e que novos pacotes de serviços são lançados, é essencial que os empresários façam um acompanhamento constante dessas despesas. Além disso, à medida que a empresa expande sua operação, é possível renegociar os valores cobrados pelos bancos.

Alguns estudos de caso mostram que a renegociação ou a troca de instituição financeira pode reduzir pela metade os gastos anuais da empresa com tarifas bancárias. A FecomercioSP lembra, ainda, que os bancos oferecem descontos progressivos nas tarifas para clientes que adquirirem as máquinas de cartões e tenham investimentos financeiros. Contudo, nesse último caso, também é necessário avaliar as taxas cobradas pela administração do fundo, que podem ser maiores do que a de corretoras. Outra opção a ser avaliada são os pacotes oferecidos pelas cooperativas de crédito.

A recente opção de se trabalhar com fintechs e contas digitais tem cumprido o propósito de oferecer os mesmos serviços de consolidadas instituições financeiras a preços menores, com uma economia que pode chegar até R$ 800 por ano para as empresas. Existem alguns pacotes gratuitos para pessoas jurídicas que incluem serviços de Transferência Eletrônica Disponível (TED) e emissão de boletos, por exemplo.



Administração: uma área majoritariamente masculina

No dia do administrador, conheça o progresso feminino nesse ramo


No dia 9 de setembro, é comeorado o dia do administrador, então nada melhor que celebrar a conquista de grandes mulheres nessa área que pode ser tão concorrida.

A mulher já conquistou bastante espaço no mercado de trabalho, elas respondem atualmente por 43,8% de todos os trabalhadores brasileiros. Mas a participação vai caindo conforme aumenta o nível hierárquico. Elas representam 37% dos cargos de direção e gerência. No topo, nos comitês executivos de grandes empresas, elas são apenas 10% no Brasil. Entrar nesse meio é difícil, mas grandes mulheres conseguem graças a sua competência.

Uma delas é Madalena Feliciano, CEO de duas empresas, Outliers Careers e IPCoaching, consultora executiva de carreira e master coach internacional. Com muitas dificuldades como o desemprego na família e poucos recursos, conseguiu abrir suas empresas e se destacar como grande executiva. Madalena conta que valoriza a figura feminina em seu trabalho e conta da dificuldade em se inserir num seleto grupo de mulheres chefes. “Eu valorizo muito as mulheres na contratação de colaboradores para minha empresa, porque a mulher consegue unir o conhecimento técnico ao seu lado humano” conta ela.

Outro dado interessante é que as mulheres já chefiam 36% das melhores empresas para trabalhar no Brasil. Bem acima dos 11% de cargos de liderança no ano de 1997. O crescimento da confiança em chefes mulheres demonstra que a aliança da firmeza com o lado mais sensível das mulheres pode ser o segredo para grandes chefias. Para esse número crescer ainda mais, as mulheres podem buscar formas de realocação profissional. Grandes líderes, como é o caso de Madalena, se formam através de autoconhecimento, virtudes e personalidade.

Madalena Feliciano é CEO da Outliers Careers, empresa especializada em serviços de desenvolvimento humano utilizando as mais respeitadas metodologias e ferramentas de mercado e já ganhou prêmios como o Top of Mind e o de Empresária do Ano por duas vezes. Ela explica que se as mulheres buscarem mais esse autoconhecimento para se entenderem e entenderem o mercado como um todo pode adentrar ainda mais os grandes cargos. “Grandes mentes lideram grandes corporações. Se hoje sou uma mulher de sucesso foi graças a esse tipo de processo comigo mesma. Outras mulheres podem e devem ir atrás disso”, completa Madalena.




Madalena Feliciano - Gestora de Carreira
Professor Aprígio Gonzaga 78, São Judas, São Paulo - SP.

Judiciário homologou 4,4 milhões de acordos em 2018


Em 2018, o Poder Judiciário proferiu, aproximadamente, 4,4 milhões de sentenças homologatórias de acordos entre as partes envolvidas em processos, ou seja, 11,5% de todas as ações que tramitaram na Justiça no ano passado. 

Dessas, 3,7 milhões foram sentenças na fase processual e 700 mil na fase pré-processual.  O estímulo ao entendimento entre as partes integra a política do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desde 2006, quando foi implantado o Movimento pela Conciliação. A iniciativa, além de responder de maneira ágil e satisfatória aos envolvidos em conflitos judiciais, o que, por consequência, ainda ajuda na redução das demandas na Justiça. 

A análise da série história que integra o Relatório Justiça em Números 2019 revela um quadro de estabilidade, com tendência a queda, em termos de realização de conciliação entre os envolvidos no processo. O gráfico a seguir retrata a variação na efetivação de acordos em diferentes fases processuais e graus de jurisdição. É importante observar que o índice de conciliação é dado pelo percentual de sentenças e decisões resolvidas por homologação de acordo em relação ao total de sentenças e decisões terminativas proferidas.

Entre 2015 e 2018, o percentual de conciliação na fase de conhecimento do processo manteve-se estável durante três anos e registrou ligeira redução de 0,4 ponto percentual no último ano. Após crescimento por dois anos consecutivos, os acordos na fase de execução se estabilizaram. No segundo grau de jurisdição registrou-se pequena variação positiva de 0,2 ponto percentual. Já o universo total de conciliações realizadas, após dois anos de ligeiro crescimento (1,1 ponto percentual), apresentou redução de 0,7 ponto percentual.



O relatório Justiça em Números 2019 aponta que o segmento que mais promoveu conciliações no decorrer de 2018 foi a Justiça do Trabalho, que solucionou 24% de seus casos por meio de acordo. Esse índice cresce para 39% quando se considera apenas a fase de conhecimento no primeiro grau.

Já nos juizados especiais, na fase de conhecimento, o índice foi de 16%, sendo de 18% na Justiça Estadual e de 11% na Justiça Federal. Na fase de execução nos juizados especiais, os números chegaram a 13%. O levantamento revela que, enquanto no 1º grau a conciliação chegou a 13,2%, no 2º grau, ela se mostrou praticamente inexistente, com índices baixos em todos os segmentos de Justiça.

Ao considerar o índice de conciliação total, incluindo os procedimentos pré-processuais e as classes processuais que não são contabilizadas neste relatório (por exemplo, inquéritos, reclamação pré-processual, termos circunstanciados, cartas precatórias, precatórios, requisições de pequeno valor, entre outros), o índice de conciliação na Justiça Estadual se mantém, observando o total do segmento (10,4%), mas os números mudam nas avaliações por tribunal. Na Justiça Federal, os indicadores aumentaram para todos os TRFs, registrando no total uma elevação de 1,1 ponto percentual. Já a Justiça Eleitoral promoveu apenas 0,6% de acordos de conciliação.

O Movimento pela Conciliação promovido pelo CNJ inclui a realização da Semana Nacional pela Conciliação, criada para incentivar os tribunais a estimular acordos nas fases pré-processual e processual. A implantação dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejuscs) e dos Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemecs), determinados por meio da Resolução CNJ nº 125/2010, também são iniciativas que visam fortalecer e estruturar unidades destinadas ao atendimento desses casos.




Jeferson Melo
Agência CNJ de Notícias

Perda do emprego e redução da renda são principais causas da inadimplência no país, apontam CNDL/SPC Brasil


Mais da metade dos entrevistados sabe pouco ou nada sobre a renda do próximo mês; 45% extrapolam limite do orçamento e 32% deixam de pagar alguma conta para comprar algo que desejam 


O cenário de dificuldades que ainda assombra a economia do país vem contribuindo para o alto endividamento dos brasileiros. É o que revela pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). E as principais causas da inadimplência entre os que tinham dívidas em atraso há mais de três meses da realização do estudo foram perda do emprego (30%) — que chega a 31% nas classes C, D e E —, redução da renda (29%), empréstimo do nome para terceiros (14%) e falta de controle financeiro (13%).

Considerando aqueles que se endividaram por descontrole ou por conseguirem crédito fácil, 36% disseram que compraram porque se fossem esperar sobrar dinheiro, demorariam para conseguir. Outros 33% quiseram aproveitar as promoções oferecidas pelas lojas, levando-os a contrair gastos extras sem avaliar o orçamento. Já 14% reconhecem não ter negociado bem os preços no momento da compra, enquanto 11% disseram estar tristes e, por essa razão, compraram mais do que o necessário para se sentir melhor.

O levantamento mostra também que muitos chegam até a negligenciar as despesas do dia a dia: 46% sabem pouco ou nada sobre o valor de suas contas básicas, como luz, água, telefone, aluguel, plano de saúde, condomínio e mensalidade escolar. Outros 53% admitem ter pouco conhecimento em relação à própria renda do mês, entre salários, recebimento de aluguéis e demais rendimentos. Já mais da metade (52%) desconhece o número total de parcelas das compras realizadas por meio do crédito.

“Apesar de a conjuntura econômica continuar afetando o bolso da população, tanto pelo desemprego elevado quanto pela diminuição da renda, ainda se vê o mau hábito do brasileiro em não controlar suas finanças. Boa parte da inadimplência é reflexo de uma falta de conscientização em controlar o quantose ganha e se gasta, provocando esse desequilíbrio no orçamento”, avalia o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior.


Estado emocional influencia inadimplência: 42% passavam por problemas financeiros e 14% foram levados pela ansiedade

Além da falta de planejamento financeiro, o estado emocional diante de determinadas situações pode influenciar negativamente o orçamento. Ao investigar o que contribui para um desequilíbrio nas contas do ponto de vista emocional, a pesquisa constatou que o fator número um está ligado aos problemas financeiros (42%). Em seguida, 14% dos entrevistados mencionaram a ansiedade e 12% citaram a insatisfação ou problemas no trabalho como responsável por esse tipo de comportamento. Outros 9% contraíram dívidas enquanto passavam por dificuldades no relacionamento familiar. Por outro lado, 24% disseram não estar vivenciando nenhum problema emocional no período em que se endividaram.

Apesar dos transtornos provocados pela inadimplência, poucos são os que se mostraram dispostos a adotar novos hábitos para uma vida financeira saudável. Entre os que se endividaram por descontrole ou compras por impulso, 47% reconhecem não ter feito nada para mudar de atitude. Metade desses alega não considerar o problema tão grande (52%), enquanto 34% argumentam que este hábito faz parte do seu jeito de ser e que nunca irão mudar. Já 11% afirmam que a situação não provoca nenhum tipo de incômodo. Em contrapartida, 53% tentaram mudar sua atitude para evitar gastos desnecessários.

Além disso, questionados sobre como lidaram com a situação, seis em cada dez (66%) revelam que não buscaram qualquer ajuda para resolver suas dificuldades com o controle das contas. Nesse caso, 58% justificaram a decisão dizendo serem capazes de resolver os problemas sozinhos, ao passo que 24% afirmaram não ter dinheiro para contratar ajuda profissional e 18% não sabiam a quem recorrer. Apenas um terço (34%) disse ter tomado algum tipo de providência, dos quais 62% pediram apoio a um amigo ou parente para organizar as contas, 19% procuraram ajuda profissional e 16% algum tipo de auxílio psicológico para ter mais controle sobre as compras e o orçamento. Outros 41% disseram ter tentado ajuda após outras medidas sem sucesso.


45% extrapolam o orçamento e 32% admitem às vezes deixar de pagar alguma conta para comprar algo que desejam

A impulsividade, motivada pelo desejo de adquirir um produto ou serviço sem pensar no impacto nas contas mensais, pode colocar em risco o equilíbrio do orçamento. Nesse aspecto, a pesquisa aponta certa contradição entre os inadimplentes ouvidos. Sete em cada dez (70%) entrevistados garantem que costumam avaliar os custos de serviços ou assinaturas para ver se podem cortá-los e 68% dizem planejar antes de fazer alguma compra.

Entretanto, nos últimos três meses, 33% fizeram compras, mesmo sabendo que seria difícil pagá-las, ao passo que 24% compraram sem pensar se conseguiriam pagar ou não e 17% fizeram aquisições sabendo que não teriam como pagar. Além disso, 45% declararam gastar mais do que o orçamento permite e 44% quase sempre costumam ceder aos desejos e impulsos quando querem muito comprar alguma coisa.

Ainda de acordo com o levantamento, a imprudência de alguns consumidores chega a tal o ponto em que se negligencia o pagamento de compromissos para satisfazer uma vontade: 32% admitem que às vezes deixam de pagar uma conta para comprar algo que se deseja. Além disso, 36% reconhecem que nos dias em que não estão muito bem acabam comprando coisas não planejadas para se sentirem valorizados.

“O consumo como mecanismo de alívio emocional é uma armadilha perigosa por proporcionar apenas uma satisfação temporária. No dia seguinte os problemas continuam os mesmos, com a diferença de que agora há mais um compromisso a pagar, mais uma dívida pressionando o orçamento. Nesses casos, uma alternativa seria ter acompanhamento psicológico para detectar os motivos que levam a pessoa a buscar, nas compras, o conforto e a autoestima que ela tanto procura”, orienta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.



Metodologia

A pesquisa ouviu 600 consumidores com contas em atraso há mais de três meses acima de 18 anos, de ambos os gêneros, de todas as classes sociais e que residem nas 27 capitais do país. A margem de erro é de no máximo 3,4 pontos a um intervalo de confiança de 95%.



https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas

O SILENCIOSO GRITO DO ATRASO


        O atraso grita no silêncio, fala aos olhos e expressa escolhas. Há muitos anos o Brasil, por avenidas tão largas quanto indiretas, vem optando pelo atraso.
        A história dá vida aos nossos equívocos. Tem sido sistematicamente audível a opção preferencial dos brasileiros por uma ideologia que fala enternecida sobre os pobres e os produz em proporções demográficas. Por isso, com aquelas inexpugnáveis certezas que a análise marxista estabelece, politizamos todo o ambiente cultural. Impuseram-nos associações mentais entre o privado e a ganância, entre o público e a solicitude, entre igualdade e justiça. E disso redundou uma inexcedível fé no Estado. Reverenciamos quem pretende acabar com a pobreza mediante farta conversa fiada e tal discurso eleva o orador a um padrão moral superior. Quantas vezes, falando entre pessoas esclarecidas, percebi entranhado nelas o conceito de que o igualitarismo seria um desejável horizonte para a organização social!
        Durante décadas me incluí entre os raros autores brasileiros a combater aquelas ideias.  Tempos em que “liberal” e “conservador” eram xingamentos. Tempos em que ser “de direita” definia um tipo marginal da política. Roberto Campos estava errado. Meira Penna estava errado. Leonardo Boff e João Pedro Stédile estavam certos. Sobre isso nascia e crescia o ruído. Mas o atraso vinha de arrasto, silencioso.
        É hora de abrir as janelas! Observem as economias desenvolvidas e as que saíram do atraso e cresceram mediante opções pela prosperidade, pelas potencialidades de seu próprio povo. E nós, país onde a pobreza parece ser objetivo e a riqueza um mal dispensável e desprezível, ostentamos um Índice de Desenvolvimento Humano que nos coloca em 79º lugar entre os povos da terra. Nosso índice de liberdade econômica nos guarda a posição 153 entre 180 países.
        Sobre o silêncio do atraso, dá vontade de gritar o nome de Irineu Evangelista de Souza, nosso Barão de Mauá, o maior empreendedor de nossa história. Defensor do liberalismo econômico, empregava operários, combatia a escravidão, construía as próprias ferrovias e hidrovias, criou indústrias e empreendimentos comerciais em vários países, abriu o próprio banco e alcançou tamanha fortuna que o balanço de suas empresas se tornou muito maior do que o orçamento do Império. Fez-se o silêncio sobre o que sobreveio às pressões que o destruíram.
        As últimas décadas adubaram o atraso. As ideias de liberdade foram sistematicamente sepultadas em favor de um Estado de porte crescente. Teoricamente, na Constituinte de 1988, o Brasil comprou o projeto de sair da pobreza mediante a constitucionalização de um Estado de Bem Estar Social. Sim, fizemos isso! Para sustentá-lo instituíram-se novos impostos, tomando dinheiro da sociedade, que ficou mais pobre e, na sequência, crescentemente endividada através do Estado. Como é que não o previmos?
O atraso é silencioso. A ruptura com a tradição, também. A burrice, contudo, é estridente. Vivemos dias decisivos. São grandes as possibilidades de recuperarmos as liberdades que perdemos para o Estado e de buscar os valores morais que, tombados no caminho, nos tornaram ridiculamente liberais em tudo que não convém, sob a servidão do politicamente correto.
Finalmente, creio, o atraso se faz ouvir.


Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Campanha sobre saúde cardiovascular cria heartmojis para estimular a mudança de comportamento



Em sua 5ª edição, a Campanha Siga seu Coração do Instituto Lado a Lado pela Vida aposta na emoção e linguagem digital para comunicar dados sérios e impactantes


Um coração não deveria sofrer nem por amor, muito menos por doenças cardíacas: este é o mote da edição 2019 da campanha Siga seu Coração, criada pela agência 4 Barra 12 para o Instituto Lado a Lado pela Vida, (LAL). O objetivo da campanha, que será intensificada em setembro, mês destinado aos alertas para a saúde do coração, é promover de forma leve e divertida a conscientização e o envolvimento das pessoas na mudança de comportamento necessária para prevenir doenças cardíacas, que representam 43% dos óbitos no planeta, sendo a primeira causa de morte no Brasil e no mundo.

Em sua 5ª edição, a campanha Siga seu Coração deste ano prevê  uma série de peças de comunicação, como posters, anúncios, mobiliários urbanos, mídia digital de edifícios, web, YouTube, Rádio Merchandinsing e Rádio Spot mostrando o cenário das doenças cardiovasculares, com dados relevantes que coloquem o assunto em pauta. “Nossa proposta é comunicar mensagens sérias, com leveza e até uma dose de bom humor, sem perder o poder da informação e da influência positiva”, explica Ricardo Furriel, diretor de criação da 4 Barra 12.

Para isso, a agência criou os heartmojis, ideogramas personalizados em formato de coração, que estarão presentes em todas as peças. “Eles foram idealizados para representar de forma lúdica como as pessoas tomam atitudes que impactam diretamente o coração, sejam elas boas ou ruins”, revela Furriel. Há o heartmoji sedentário, o fumante e o que abusa do álcool; em contrapartida, há aquele que se exercita com frequência e se alimenta saudavelmente.

Para Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, a campanha não tem o objetivo de dar bronca ou julgar comportamentos, mas sim mostrar que o coração precisa de cuidados constantes. “Os heartmojis traduzem com bom humor e simpatia o que precisa ser falado com seriedade e, também,  ajudam a fixar importantes informações sobre os cuidados com o coração usando uma linguagem atual e muito aderente às mídias digitais. Os heartmojis são também muito atrativos para as crianças, que desde cedo passarão a absorver as mensagens sobre a importância de cuidar do coração”, completa Marlene.

Uma pesquisa realizada em julho deste ano pelo LAL e a Revista Saúde apontou lacunas de conhecimento e comportamento alarmantes dos homens, relacionados à saúde do coração. Dos 2.405 entrevistados, mais da metade não se sente plenamente bem do ponto de vista cardiovascular e assumem sofrer de hipertensão, colesterol alto e excesso de peso. “Assusta principalmente o fato de que os homens não costumam fazer exames cardiológicos e somente 32% dos usários da rede pública com 40 anos ou mais realizam esses exames pelo menos uma vez ao ano”, afirma Marlene Oliveira, presidente e fundadora do LAL.

A pesquisa identificou também uma nítida dificuldade dos entrevistados em fazer a transposição do conhecimento sobre os hábitos saudáveis para a rotina. Isso é significativo em relação à atividade física (apenas 35% se exercitam pelo menos três vezes por semana), alimentação balanceada (quase 80% relatam se exceder em açúcar, gordura, sal ou industrializados), gerenciamento do estresse e controle do peso. “A campanha Siga seu Coração visa justamente criar um ambiente propício a um estilo de vida equilibrado, que direcione as pessoas para as escolhas mais saudáveis. Acreditamos que só desta forma conseguiremos reverter achados como estes que encontramos em nosso último estudo”, finaliza a presidente do LAL.




Ficha Técnica
Cliente: Instituto Lado a Lado pela Vida
Produto: Siga seu Coração
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Estudos alertam que câncer infantil pode ser resposta genética a exposições durante vida intrauterina



Referência mundial em pesquisas sobre o assunto, o médico australiano Terence Dwyer virá ao Brasil em setembro para falar sobre o tema


No próximo dia 16 de setembro, o médico e pesquisador australiano Terence Dwyer estará no Fórum Meio Ambiente e Câncer da Criança, que acontecerá no Centro Infantil Boldrini, em Campinas (SP), para falar sobre os resultados do estudo que lidera, globalmente, para identificar fatores de risco do câncer infantil,  intitulado Consórcio Internacional do Câncer da Criança.

O Consórcio Internacional do Câncer da Criança tem como objetivo compreender os fatores relacionados na origem do câncer da criança para, posteriormente, ter condições de trabalhar na prevenção da doença. “Apesar da incidência global de câncer em crianças e adolescentes ter aumentado de forma constante no mundo, os avanços sobre compreensão das causas envolvidas ainda são limitados, daí a necessidade de estudarmos os mecanismos molecurares que levam a essas neoplasias malignas”, explica o pesquisador Terence Dwyer.

Em sua apresentação no Fórum, o pesquisador abordará as descobertas recentes que evidenciam como as exposições ambientais ainda no útero, podem influenciar no surgimento e desenvolvimento de doenças na criança. Dados consistentes, obtidos via pesquisa prospectiva, sugerem a relação entre exposição dos pais a agentes infecciosos, químicos e pesticidas ao surgimento de diferentes tipos de câncer, principalmente leucemia e tumores cerebrais.

“Há uma janela de vulnerabilidade durante o desenvolvimento na vida intra uterina, no qual fatores e exposições maternas podem alterar o epigenoma fetal, aumentando a suscetibilidade a doenças na infância”, explica. “Trata-se de mudanças hereditárias no DNA, que não afetam sua sequência (genoma), mas podem influenciar na sua constituição, originando, inclusive, diversas doenças. Com as novas tecnologias disponíveis para pesquisa, nosso objetivo é analisar os padrões epigenéticos em tecidos com câncer e células normais, para poder identificar as alterações associadas à doença, gerando biomarcadores”, informa Dwyer.

De acordo com a Dra. Silvia Brandalise, médica e pesquisadora do Centro Infantil Boldrini, vale ressaltar que as células dos bebês são imaturas e embrionárias, altamente vulneráveis. “Então, para eles, a exposição aos fatores de risco é ainda mais prejudicial. Para se ter ideia, a exposição aos produtos químicos, como benzeno, por exemplo, pode estar ligada às malformações”.
Dwyer alerta ainda que a exposição constante dos pais em período pré-concepção, também influencia na saúde dos filhos. Um exemplo é a constante exposição dos profissionais que atuam em indústrias químicas, por exemplo, que estariam em contato frequente com substâncias que atuam como reguladores endócrinos, que interferem na atividade dos hormônios sexuais em seres humanos. Outros profissionais do sexo masculino, constantemente expostos a substâncias tóxicas, são aqueles que trabalham na área rural, em função do contato com os agrotóxicos.

 “Devemos ter em mente que todos os seres vivos são constituídos por milhões de células. Dentro dessas células, se localizam os cromossomos, formados por milhares de genes. Assim sendo, o que é lesivo ao gene afeta também a função das células, podendo levar a uma série de doenças nas crianças, como deficiências imunológicas, câncer, malformações, distúrbios endócrinos, hematológicos e neurológicos. E isso desde a vida intrauterina.  O tempo e a intensidade da exposição a esses fatores de risco, e também a forma como eles são metabolizados no organismo, influenciam nesse processo. Sabe-se ainda, que a defesa do organismo é constituída pelo sistema imunológico e que o ambiente em que vivemos influencia na formação dos genes (epigenética), afetando-os. Somos aquilo que respiramos, comemos e bebemos ao longo da vida”, informa Dra. Silvia.

Em termos epidemiológicos, muito pouco se conhece sobre as neoplasias pediátricas no Brasil. No entanto, a formação de consórcios internacionais de pesquisas, como o realizado pelo Dr. Dwyer, possibilitou a geração de informações consistentes, entre as exposições ambientais e uso de medicamentos na gestação, nas diferentes etapas do desenvolvimento fetal nos níveis da biologia celular, da relação genômica-epigenética, e da evolução de clone tumoral, sendo possível estabelecer associações de riscos com potenciais agentes “associados ou relacionados” com as leucemias agudas e em alguns tumores pediátricos. A principal conquista, com isso, é que podemos ser otimistas quanto a possibilidade de estabelecer programas de redução da incidência da doença e, por que não, medidas de prevenção do câncer pediátrico.



Fórum Meio Ambiente e Câncer da Criança

No próximo dia 16 de setembro, acontece no Centro Infantil Boldrini, em Campinas (SP), o Fórum Meio Ambiente e Câncer da Criança. Na programação, quatro palestras abordarão questões relacionadas à contaminação de crianças por agrotóxicos:
8h30 - Consórcio Internacional do Câncer da Criança: um esforço mundial. Terence Dwyer (ICCC)
Para se inscrever, basta acessar https://bitt.com.br/evento/exibir/871



Sobre o Centro Infantil Boldrini

Centro Infantil Boldrini − maior hospital especializado na América Latina, localizado em Campinas, que há 41 anos atua no cuidado a crianças e adolescentes com câncer e doenças do sangue. Atualmente, o Boldrini trata cerca de 10 mil pacientes de diversas cidades brasileiras e alguns de países da América Latina, a maioria (80%) pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Um dos centros mais avançados do país, o Boldrini reúne alta tecnologia em diagnóstico e tratamento clínico especializado, comparáveis ao Primeiro Mundo, disponibilidade de leitos e atendimento humanitário às crianças portadoras dessas doenças. www.boldrini.org.br



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