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segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Sociedade Brasileira de Pediatria sugere que, a partir dos 3 anos de idade, atividades como natação, danças, lutas ou esportes coletivos entrem na rotina infantil

 Ortopedista pediátrica orienta que estímulos a exercícios físicos comecem com incentivos a sentar, engatinhar, se arrastar e andar, e devem evoluir a momentos de prazer e de autoimagem positiva


Evitar comportamentos sedentários é a grande chave para estimular os filhos a se exercitarem fisicamente. De acordo com a médica ortopedista pediátrica Dra. Natasha Vogel, desde o nascimento, pais e cuidadores devem incentivar os bebês a se sentarem, andarem etc., conforme vão crescendo. Essa missão só termina quando promoverem experiências por meio das quais os filhos poderão se identificar com a prática esportiva.

Além dos benefícios físicos de atividades como natação, lutas, danças e esportes coletivos, o esporte favorece a socialização infantil. "O esporte pode ajudá-las a fazer amigos, trabalhar em equipe, aprender a respeitar os limites com os seus colegas e se respeitar. As regras de cada modalidade esportiva permitirão que as crianças aprendam a se relacionar com os outros, ouvir o outro e ser ouvido. É importante estimular e permitir que os filhos participem de jogos e esportes da escola e da comunidade onde vivem", indica a ortopedista.

Além de promover benefícios físicos, o esporte impacta positivamente na saúde mental infantil, favorecendo a tomada de decisões, o gerenciamento de frustrações e a solução de problemas.

"As atividades coletivas podem permitir a descoberta de habilidades; desenvolvimento da coordenação motora; aprendizagem quanto aos cuidados referentes a cada atividade, o uso de equipamentos de proteção, o uso de calçado adequado, a importância da hidratação, do aquecimento e do alongamento, além de oferecer momentos de prazer; e um ponto fundamental é a prevenção da obesidade na infância e na vida adulta", adverte Natasha.


A importância de ser ativo

Para que o modo de vida ativo seja desejado e praticado pelas crianças, é interessante que as experiências esportivas sejam agradáveis, respeitem a maturidade mental da criança, sejam seguras e contribuam para o desenvolvimento natural da criança. "Os educadores físicos e os pais, de modo geral, devem oferecer um ambiente de competição saudável para estimular a confiança, a cooperação e uma autoimagem positiva, em vez de visar apenas vencer", alerta a médica. Ela explica também que se a criança não gostar de um determinado esporte, o papel dos pais é proporcionar o contato com diversas outras modalidades e explicar sobre a importância disso até que se identifiquem com um esporte ao qual queiram se dedicar.

 


Dra. Natasha Vogel - médica subespecialista em Ortopedia Infantil pelo IOT-HC/FMUSP, membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica.  Dedicada à ortopedia e ligada a atividades acadêmicas, concluiu o Mestrado em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade São Paulo e participa como preceptora na formação de novos ortopedistas no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo.

Instagram: @natashavogel

Portal: www.natashavogel.com.br

 

Sinal de perigo no Verão pós-vacinas

Especialista ensina técnica para avaliar pintas e manchas antes de viajar e alerta: "Não há mais horário seguro para tomar sol"


Vacina em dia, verão chegando… combinação perfeita para umas férias de libertação depois do longo período de confinamento e restrições da pandemia. A tendência já aparece na crescente procura por destinos nacionais e também sinaliza o tempo ideal para um check-up da pele antes de viajar. 

O uso de máscaras e o isolamento social manteve grande parte das pessoas longe da exposição solar por quase dois anos. De acordo com a médica Flávia Villela, especialista em dermatologia, o cuidado agora deve ser redobrado, principalmente para quem vai viajar no fim de ano para praia ou locais ao ar livre. “Não dá mais para falar para tomar o sol antes das 10h e depois das 16h, o índice de radiação hoje é bem alto”, destaca.

Além do filtro solar obrigatório, é importante conferir manchas e pintas que possam ter surgido no corpo e rosto antes de tomar sol diretamente nessas áreas. “Toda pinta tem de ser observada e muito bem observada, de crianças a idosos”, explica a médica.   

ABCDE das Pintas 

“Diferenças das lesões podem soar como um alerta quando identificamos uma pinta”, conta Flávia Villela.Para saber quais sinais na pele indicam perigo, a médica indica uma técnica simples de observação chamada ABCDE das Pintas.

A pessoa pode fazer em casa mesmo e, identificando algum dos cinco pontos, vai saber se é hora de procurar um dermatologista. 

São eles: assimetria no formato (um lado mais que o outro); bordas (pintas redondas são normais, mas se estiverem irregulares nos cantos, pode ser um indício de que precisam de remoção); cor alterada (variedade de tons, geralmente de preto); diâmetro maior que 6 mm e evolução (mudanças em tamanho, forma, cor, casquinhas e sangramento).

“Câncer é o que mais nos preocupa, mas existem outras manchas decorrentes do do sol, sem contar o envelhecimento da pele. Se a pessoa, entretanto, tem antecedente de câncer de pele nos pais ou avós, é interessante uma avaliação de todo corpo a cada 6 meses”, diz a médica. 

Muitas vezes a situação se resolve apenas com uma pequena remoção cirúrgica da pinta ou com um procedimento de prevenção. “ Se for o caso, o médico remove a pinta e encaminha para biópsia. Há também vários tratamentos em consultório mesmo, como peeling e laser, que fazem as remoções das manchas do sol.”, aponta Flávia Villela. 

O que provoca manchas e pintas na pele? 

“As pintas são um erro de produção do nosso organismos e formam uma reação hiperplásica. São muito comuns, tem pessoas com vários tipos de pintas e não são malignas, mas tem de ser observadas”, conta a médica Flávia Villela. 

Já as manchas são reações diferentes e podem ou não estar ligadas à exposição ao sol. “Manchas são mais organizadas que as pintas. Também são maiores e mais diversificadas”, destaca a especialista.

Ela recomenda sempre uma avaliação clínica para um veredito final sobre o risco da mancha ou pinta. “A dica é sempre a proteção solar, uso do filtro solar em todo corpo, inclusive no couro cabeludo, com as roupas de proteção ultravioleta, UVA e UVB, bonés, blusas, biquínis, maiôs, vários acessórios para proteger nossa pele”, afirma.

Cresce procura por voos no Brasil

O país registrou alta nas decolagens pelo quinto mês consecutivo, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR). O levantamento teve como base dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) até o mês de setembro de 2021. 

O país ainda não alcançou os índices anteriores ao da pandemia, mas com os 1.793 voos domésticos registrados em setembro já atingiu 74,6% da oferta do início de março de 2020. É o segundo melhor índice do ano, abaixo apenas de janeiro de 2021, que teve 75% de retomada. 

A pandemia de 2020 provocou a pior crise da história da aviação. A recuperação no Brasil é atribuída principalmente à vacinação da população contra Covid-19 realizada este ano.

 

SAIBA MAIS

O que o ABCDE das Pintas observa

Assimetria (um lado mais que o outro)

Bordas irregulares

Cor muito variada

Diâmetro maior que 6 mm

Evolução (mudanças em tamanho, forma, cor e sangramento)

 

SBD alerta população a respeito de sinais e sintomas da psoríase e sobre o acesso a medicamentos eficazes contra essa doença


Alertar a população sobre uma doença de pele que afeta cerca de 5 milhões de pessoas no País, em especial nos grupos de 30 e 40 anos e 50 e 70 anos, sem distinção quanto ao gênero. Esse é o objetivo da Campanha Nacional de Conscientização sobre a Psoríase, lançada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A iniciativa engloba uma série de ações que ocorrerão durante o mês de outubro e tem como alvo também atualizar os médicos sobre as opções existentes para o diagnóstico e o tratamento dessa doença.

"Queremos deixar claro para todos que a psoríase tem tratamento, pode ser controlada. O melhor de tudo: graças ao trabalho da SBD e de outras organizações da sociedade, o SUS e os planos de saúde disponibilizaram para os pacientes acesso a medicamentos de alta eficácia, os chamados imunobiológicos. Ao contrário de anos anteriores, em 2021, temos um motivo para comemorar", resumiu o coordenador Nacional da Campanha, André Carvalho.

A estratégia desenvolvida pela SBD inclui postagens (textos e vídeos) nas redes sociais, o compartilhamento de vídeos de especialistas com esclarecimentos sobre a doença e a participação de celebridades com depoimentos sobre o tema. A cantora Kelly Key, que tem o diagnóstico de psoríase, e o jornalista Fernando Rocha estão entre as personalidades que emprestaram sua imagem e voz para alertar os brasileiros sobre os cuidados.

A SBD também preparou uma live para a população, no dia 29 de outubro, quando interessados poderão interagir com especialistas. Além disso, vários prédios e monumentos também vão iluminar suas estruturas em roxo e laranja, as cores da psoríase. Entre eles, estão o Congresso Nacional e a o Palácio do Buriti (sede do Governo do Distrito Federal), em Brasília, a sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), na capital paulista, a prefeitura de Belo Horizonte e a Fonte Cruzeiro do Sul na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, e o Teatro Amazonas, em Manaus. Prefeitura, órgãos públicos e outras entidades também vão compartilhar as mensagens de prevenção em seus canais de comunicação.

Para os dermatologistas, a SBD desenvolveu duas abordagens. A primeira é a realização de uma live, durante a qual serão compartilhadas as mais recentes atualizações científicas e terapêuticas para o diagnóstico e o tratamento da psoríase. Da mesma forma, os profissionais serão alertados, por meio de mensagens, sobre a disponibilidade de medicamentos modernos e de alta performance na rede pública e nos planos de saúde.


Psoríase - A psoríase é uma doença da pele, relativamente comum, crônica, não contagiosa e que tem tratamento. Trata-se de um quadro autoinflamatório, no qual por predisposição genética, surgem lesões avermelhadas e que descamam na pele. Aspectos ambientais e emocionais podem funcionar como gatilho para o início de crise, que podem ser controladas com a ajuda de dermatologistas.

O combate ao preconceito contra as pessoas que têm psoríase é um ponto importante na assistência aos pacientes, lembra André Carvalho. Segundo ele, por não ser contagiosa, o contato com os pacientes não precisa ser evitado. Além disso, ele destaca que a confirmação dessa doença significa que seu portador tem mais chances de desenvolver outras comorbidades.

"Em até 30% dos pacientes com psoríase, inflamação similar pode acontecer nas articulações, levando à artrite psoriásica, outra forma de manifestação da doença. Também existe associação de psoríase com doenças cardiometabólicas e gastrointestinais, assim como com diversos tipos de cânceres e distúrbios do humor, o que diminui a qualidade de vida do paciente e pode também, dependendo da gravidade, diminuir a expectativa de vida, se não tratados", explicou.


Ciclos - Segundo André Carvalho, a psoríase se caracteriza por apresentar ciclos, ou seja, sintomas aparecem, desaparecem e reaparecem periodicamente. Entre eles, estão: manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas; pequenas manchas brancas ou escuras residuais após melhora das lesões avermelhadas; pele ressecada e rachada; às vezes, com sangramento; coceira, queimação e dor; unhas grossas, descoladas, amareladas e com alterações da sua forma (sulcos e depressões); inchaço e rigidez nas articulações; e em casos mais graves, destruição das articulações e deformidades. As manifestações variam, conforme a gravidade.

"Em casos de psoríase leve pode haver apenas um desconforto por causa dos sintomas, mas nas formas graves, pode ser dolorosa e provocar alterações que impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima do paciente. Assim, o ideal é procurar tratamento o quanto antes", enfatizou André Carvalho.

Alguns fatores podem aumentar as chances de uma pessoa desenvolver a doença ou piorar o quadro clínico já existente, dentre eles: histórico familiar, estresse, obesidade, tempo frio, infecções diversas, uso de medicamentos, consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo. "Há vários tipos de psoríase, sendo necessário procurar um dermatologista especializado no tratamento da doença para poder identificar, classificar e indicar a melhor opção terapêutica caso a caso", salientou o coordenador da Campanha da SBD.


Tratamento - Há inúmeras opções de tratamento (tópicos, sistêmicos, biológicos e com fototerapia) para a psoríase. A escolha terapêutica da melhor para cada caso deve sempre ser feita por um médico dermatologista. De acordo com André Carvalho, "cada situação pode de forma diferente a um tipo diferente de tratamento (ou combinação de terapias). O que funciona bem para uma pessoa não necessariamente funcionará para outra. Dessa forma, o tratamento da psoríase é individualizado. Hoje, com as diversas opções terapêuticas disponíveis, já é possível viver com uma pele sem ou quase sem lesões, independentemente da gravidade da psoríase".

Outro ponto importante, destacado pelo coordenador, é a necessidade de adesão ao tratamento por parte do paciente. "Nunca se deve interromper o tratamento prescrito sem autorização do médico. Esta atitude pode piorar a psoríase e agravar a situação. É fundamental estar atento. Caso perceba qualquer um dos sintomas, procure o dermatologista imediatamente. Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais precoce será o tratamento e menores os riscos de impacto da doença sobre a qualidade e quantidade de vida", finalizou.


Qual é a importância dos primeiros mil dias de vida do bebê?


Os primeiros mil dias são fundamentais na vida de uma criança. É nessa fase que ocorre o maior desenvolvimento físico, cognitivo e emocional do bebê. Contado desde o início da gestação, é o momento de ouro, que exige maior cuidado, atenção e acompanhamento, que serão fundamentais para um crescimento saudável e para evitar futuros problemas de saúde.

 

A fase abrange os 270 dias da gestação aos 730 dias, até que o bebê complete dois anos de idade. Nesse momento tão sensível, é onde acontece a nossa programação genética, pois fatores ambientais podem atuar, modificando a leitura dos nossos genes. É o conceito de epigenética. Dentre as influências ambientais, a má alimentação vem se mostrando como uma das principais causadoras de futuros problemas físicos, como cardiovasculares, obesidade e diabetes, bem como doenças psicológicos, como depressão.

 

Em um estudo divulgado pela Unicef, pelo menos uma em cada três crianças com menos de cinco anos está subnutrida ou com sobrepeso. Para piorar, quase duas em cada três crianças entre seis meses e dois anos não recebem alimentos necessários para sustentar o desenvolvimento adequado de seu corpo e de seu cérebro.

 

Cada vez mais mulheres estão malnutridas ao engravidarem, seja por meio de exposições tóxicas de alimentos, opções gordurosas ou outros fatores – fato que se não for cuidado logo, poderá impactar severamente no desenvolvimento de seu filho. Por isso, a modulação da saúde desde a fase gestacional se torna fundamental para evitar ao máximo tais problemas, programando o desenvolvimento e crescimento do bebê graças à maior sensibilidade de seu sistema neurológico e endócrino nos primeiros mil dias.

 

No início da vida, os dois fatores de grande impacto para o bebê são o parto normal, uma vez que o recém-nascido é colonizado pela microbiota materna, e, indiscutivelmente, o aleitamento materno. Já sabemos que o leite materno apresenta uma composição específica para o desenvolvimento físico e neuronal, sem falar que bebês amamentados apresentam uma microbiota intestinal diferente dos bebês que utilizam fórmulas – o que têm se mostrado como um fator protetor da saúde no futuro.

 

Muitos outros cuidados, contudo, devem ser iniciados antes mesmo da gravidez, com pelo menos seis meses de antecedência. Assim, qualquer problema identificado poderá ser tratado devidamente a fim de garantir uma gestação mais saudável. As futuras mães devem fazer um pré-natal adequado, dormir bem, praticar exercícios físicos regularmente e dar preferência a alimentos naturais, como verduras e legumes, evitando ultra processados e opções mais gordurosas.

 

Quando o bebê nascer, estimule o aleitamento materno e, após a introdução alimentar, dê preferência também por alimentos in natura, sem açúcar, agrotóxicos ou ultra processados. A suplementação, caso necessária, deve ser individualizada, o que torna indispensável o acompanhamento de um pediatra desde o pré-natal. É ele quem irá conhecer e acompanhar a criança desde a barriga, identificando onde poderá interferir antecipadamente e, como ela irá evoluir.

 

A medicina de prevenção é o melhor cuidado que as mães podem seguir para garantir um desenvolvimento saudável de seus filhos. Com ela, diversos problemas de saúde como diabetes, hipertensão, obesidade, câncer e distúrbios de neurodesenvolvimento, como autismo, podem ser tratados desde cedo. Por isso, não deixe de buscar um obstetra, nutricionista e pediatra para chamar de seu – e, acima de tudo, dê amor, carinho e colo aos pequenos. Brincar, estar próximo e incentivar o contato com a natureza também são ações que contribuem muito para tornar os primeiros mil dias mais saudáveis.

 

 


Dra. Patrícia Consorte - pediatra e especialista em nutrição materno-infantil.

https://www.drapatriciaconsorte.com.br/

Casos de Doença Mão-Pé-Boca em Porto Alegre acendem sinal de alerta

Lavar frequentemente as mãos é uma das medidas preventivas
(Freepik)

Sintomas comuns são febre, falta de apetite e vômito além de feridas, principalmente na boca, nas mãos e nos pés


A infecção viral contagiosa caracterizada por pequenas feridas avermelhadas na cavidade oral, mãos e pés afeta principalmente crianças menores de 05 anos, e eventualmente pode atingir adultos. Casos recentes registrados em Porto Alegre preocupam a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS). Segundo o médico pediatra e diretor da SPRS, Benjamin Roitman, o período de incubação é de 3 a 6 dias.

“Os primeiros sintomas costumam ser a dor de garganta e a febre, que fica por volta dos 38ºC. Mal-estar e perda do apetite são frequentes. Um ou dois dias após os primeiros sintomas, surgem as feridas avermelhadas na pele, características que dão o nome à doença. Na maioria dos casos, é uma doença branda e benigna que desaparece espontaneamente sem causar complicações. Há risco de desidratação quando a criança rejeita alimentos e líquidos em decorrência dos sintomas”, explica.

Em nota recente a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre confirmou 27 casos em crianças. A questão está sendo monitorada pelas autoridades.

A transmissão se dá pela via fecal/oral, através do contato direto entre as pessoas ou com as fezes, saliva e outras secreções, ou então através de alimentos e de objetos contaminados.

A Síndrome Mão-Pé-Boca em adultos, na maioria dos indivíduos que entram em contato com o vírus não desenvolvem sintomas.

Medidas de prevenção e controle

● O tratamento para a doença é sintomático e não existe vacina;

● Pessoas sintomáticas devem ser avaliadas e isoladas;

● Higienizar as mãos após ir ao banheiro, antes e após troca de fraldas;

● Manter as superfícies limpas e higienizar imediatamente após o uso,
especialmente trocadores;

● Higienizar as mãos ao manusear alimentos e processar a limpeza cuidadosa
destes, bem como cozinhar adequadamente os alimentos;

● Trocar e lavar diariamente roupas comuns e roupas de cama, pois podem ser
fontes de contágio;

● Os ambientes escolares e brinquedos compartilhados em creches devem ser
higienizados com maior frequência,


A ocorrência de dois casos ou mais de diarreia, relacionados entre si, caracteriza
um surto.

Na suspeita, notificar imediatamente à Vigilância Epidemiológica através dos
telefones (51) 3289-2471 e (51) 3289-2472, telefone do plantão epidemiológico ou e-mail epidemio@portoalegre.rs.gov.br

 


Marcelo Matusiak


Dobra número de pessoas com artrose de joelho na pandemia

Robótica garante precisão milimétrica nas cirurgias e mobilidade mais rápida aos pacientes


A covid-19 afetou a qualidade de vida da população mundial. Aumento de peso e sedentarismo são reclamações comuns e têm trazido consequências sérias para pessoas que sofrem com problemas no joelho ou já realizaram artroplastia. Pesquisa realizada no Reino Unido e publicada na revista The Bone and Joint Journal para avaliar a percepção das pessoas que necessitam de cirurgia total de joelho indicou que 20% dos pacientes estavam com qualidade de vida “piores que a morte”. Além disso, o número de pessoas com esse problema praticamente dobrou durante a pandemia.

A reclamação de quem sofre com artrose no joelho se justifica por essa ser uma das doenças mais incapacitantes. Atividades simples como caminhar, subir ou descer escadas tornam-se um grande desafio em função das dores, rigidez e dificuldade nos movimentos que a doença provoca. E embora esteja geralmente associada ao avanço da idade, exercícios físicos de alto impacto repetitivo, associados a outros fatores, têm levado ao diagnóstico de casos mais precoces.

“Antes de dar um passo contava até cinco, tamanha dor que sentia no joelho. Primeiro achei que eram varizes, quando descobri a artrose levei um susto. A doença já estava me impedindo de caminhar”, conta a aposentada Maria Eliane Rocha, 64 anos, que foi submetida a uma nova técnica de artroplastia, com auxílio da robótica.


Maior precisão

O Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), é a sétima instituição do Brasil a contar com a tecnologia para realização da artroplastia total de joelho. A primeira cirurgia foi realizada no início de outubro e já demonstrou maior precisão na colocação dos implantes, menor quantidade de materiais utilizados, além de diminuição da dor e cicatrizes.  

O ortopedista Fabiano Kupczik explica que em breve o robô poderá ser utilizado também para colocação de prótese parcial do joelho e do quadril. “Ainda é uma técnica mundialmente recente, que dá uma precisão milimétrica que não é possível a olho nu, ideal para os casos mais complexos, de deformidades, sequelas de outras cirurgias e quando os outros tratamentos não apresentam mais resultados. É indicado para casos mais avançados da doença”, explica o médico.

“Em menos de 24 horas, eu já conseguia colocar o pé no chão e andar com ajuda do andador. Agora, quero voltar a caminhar, a ter uma vida normal e poder brincar com a minha netinha de 3 anos”, ressalta a aposentada. 


Funcionamento

A plataforma de joelho robô Rosa Knee System, desenvolvida pela Zimmer Biomet, foi recentemente aprovada pelo Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, e inclui ferramentas de planejamento pré-operatório 3D e dados em tempo real sobre a anatomia dos tecidos e ossos durante o procedimento. Isso melhora a precisão de corte ósseo e resulta em uma análise mais precisa da amplitude do movimento, ajudando as próteses de joelho a ficarem mais naturais.

 

Dobra número de pessoas com artrose de joelho na pandemia

Robótica garante precisão milimétrica nas cirurgias e mobilidade mais rápida aos pacientes


A covid-19 afetou a qualidade de vida da população mundial. Aumento de peso e sedentarismo são reclamações comuns e têm trazido consequências sérias para pessoas que sofrem com problemas no joelho ou já realizaram artroplastia. Pesquisa realizada no Reino Unido e publicada na revista The Bone and Joint Journal para avaliar a percepção das pessoas que necessitam de cirurgia total de joelho indicou que 20% dos pacientes estavam com qualidade de vida “piores que a morte”. Além disso, o número de pessoas com esse problema praticamente dobrou durante a pandemia.

A reclamação de quem sofre com artrose no joelho se justifica por essa ser uma das doenças mais incapacitantes. Atividades simples como caminhar, subir ou descer escadas tornam-se um grande desafio em função das dores, rigidez e dificuldade nos movimentos que a doença provoca. E embora esteja geralmente associada ao avanço da idade, exercícios físicos de alto impacto repetitivo, associados a outros fatores, têm levado ao diagnóstico de casos mais precoces.

“Antes de dar um passo contava até cinco, tamanha dor que sentia no joelho. Primeiro achei que eram varizes, quando descobri a artrose levei um susto. A doença já estava me impedindo de caminhar”, conta a aposentada Maria Eliane Rocha, 64 anos, que foi submetida a uma nova técnica de artroplastia, com auxílio da robótica.


Maior precisão

O Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), é a sétima instituição do Brasil a contar com a tecnologia para realização da artroplastia total de joelho. A primeira cirurgia foi realizada no início de outubro e já demonstrou maior precisão na colocação dos implantes, menor quantidade de materiais utilizados, além de diminuição da dor e cicatrizes.  

O ortopedista Fabiano Kupczik explica que em breve o robô poderá ser utilizado também para colocação de prótese parcial do joelho e do quadril. “Ainda é uma técnica mundialmente recente, que dá uma precisão milimétrica que não é possível a olho nu, ideal para os casos mais complexos, de deformidades, sequelas de outras cirurgias e quando os outros tratamentos não apresentam mais resultados. É indicado para casos mais avançados da doença”, explica o médico.

“Em menos de 24 horas, eu já conseguia colocar o pé no chão e andar com ajuda do andador. Agora, quero voltar a caminhar, a ter uma vida normal e poder brincar com a minha netinha de 3 anos”, ressalta a aposentada. 


Funcionamento

A plataforma de joelho robô Rosa Knee System, desenvolvida pela Zimmer Biomet, foi recentemente aprovada pelo Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, e inclui ferramentas de planejamento pré-operatório 3D e dados em tempo real sobre a anatomia dos tecidos e ossos durante o procedimento. Isso melhora a precisão de corte ósseo e resulta em uma análise mais precisa da amplitude do movimento, ajudando as próteses de joelho a ficarem mais naturais.

  

Mais de 10 milhões de vidas podem ser perdidas, até 2050, pelo fenômeno da resistência antimicrobiana

Mais de 70% das bactérias que causam infecções são resistentes a, pelo menos, um dos medicamentos mais comumente usados para tratá-las

 

Vários estudos têm alertado que, mais de 70% das bactérias que causam infecções associadas aos cuidados de saúde, são resistentes a pelo menos um dos medicamentos mais comuns em seu tratamento. Tais doenças estão intimamente ligadas à resistência antimicrobiana e, muitas vezes, são causadas por um risco maior de estirpes resistentes de bactérias encontradas no corpo. A resistência antimicrobiana tem sido uma das questões de saúde global mais urgentes atualmente, devido suas consequências. 

Informações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) alertam sobre a magnitude do problema caso medidas imediatas não forem tomadas, pois o número de mortes causadas por bactérias resistentes poderá aumentar para 10 milhões de vidas por ano até 2050, com um custo cumulativo para a produção econômica global de 100 trilhões de dólares. 

Com o objetivo de aumentar a conscientização global sobre a resistência microbiana, a Organização Mundial da Saúde (ONU), tem promovido discussões sobre o tema, além de incentivar as melhores práticas entre o público em geral, trabalhadores da saúde e formadores de políticas públicas para prevenirem o desenvolvimento e a propagação de infecções resistentes aos antimicrobianos. 

No Brasil, em 2012, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), instituiu a Câmara Técnica de Resistência Microbiana (Catrem), com a finalidade de assessorar a Diretoria Colegiada (Dicol) na elaboração de normas e medidas para o monitoramento, o controle e a prevenção da resistência microbiana em serviços de saúde no país. Posteriormente, foi criado o Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde, estabelecendo metas para o enfrentamento do problema por aqui.     

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a resistência antimicrobiana é o fenômeno resultante da capacidade de certos microrganismos, como bactérias e vírus, de neutralizar o efeito de medicamentos, como os antibióticos. Ela surge através da mutação do microrganismo ou da aquisição do gene de resistência. 

A gerente clínica de Medical Solutions da Essity Brasil, Rosângela Oliveira, ressalta que escolas e hospital merecem uma especial atenção à proliferação de doenças mais comuns, que podem ser verdadeiros vilões da resistência antimicrobiana. “Como os sistemas imunológicos das crianças não estão totalmente desenvolvidos e a exposição à infecção é parte de seu processo de desenvolvimento, reunir crianças pequenas em um espaço confinado é sinônimo de propagação de doenças”, destaca Rosangela. 

Embora algumas doenças sejam inevitáveis, melhores padrões de higiene nas pré-escolas e escolas, como o incentivo à higienização das mãos, têm um impacto positivo relacionado à saúde. 

A resistência antimicrobiana coloca doenças em risco de complicação que podem, eventualmente, levar à morte. Em um cenário menos negativo, as infecções provenientes de bactérias multirresistentes, adquiridas em hospitais, resultam em estadias prolongadas dos pacientes. 

“A boa notícia é que até 70% das infecções associadas aos cuidados de saúde podem ser prevenidas, e a maneira mais eficaz e econômica é melhorar os padrões tanto de saneamento hospitalar, quanto de higiene das mãos entre os profissionais de saúde e a população geral. Outro ganho é a utilização de produtos inovadores e focados no tratamento avançado de feridas, como as fitas adesivas Leukoplast® ou o uso de curativos Cutimed®, que utilizam uma abordagem específica para reduzir a carga biológica em feridas, e que podem auxiliar na redução do uso excessivo de antibióticos”, pontua a gerente clínica da Essity Brasil. 

Obviamente, existem formas simples e eficazes na solução da resistência antimicrobiana. Evitar a automedicação, não pedir antibióticos aos médicos quando não for necessário e seguir à risca as instruções do tratamento prescrito é, sem dúvidas, a mais importante, assim como a lavagem regular das mãos e práticas higiênicas na vida diária, ajudam a prevenir infecções. 

A resistência antimicrobiana é a maior ameaça global aos sistemas de saúde pública. A Essity, consciente disso, ampliou sua parceria com as Nações Unidas, e juntou-se a um grupo de especialistas de diferentes setores na luta contra este fenômeno, com o objetivo de acelerar as mudanças e gerar maior impacto. Além disso, por meio de nossos produtos, trabalhamos todos os dias para que as pessoas se sintam mais protegidas e tenham soluções confiáveis que lhes proporcionem segurança.


Seconci-SP destaca importância da saúde bucal no trabalho

Condição é relevante para prevenir acidentes, reduzir o absenteísmo e elevar a produtividade


Dor de dentes e outros problemas bucais levam os colaboradores da empresa à irritabilidade, perda de concentração, desânimo, redução da produtividade, e podem provocar acidentes de trabalho e elevar o absenteísmo. É o que adverte a dra. Letícia Rodrigues de Oliveira, cirurgiã-dentista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), por ocasião do Dia Nacional da Saúde Bucal, celebrado em 25 de outubro.

Segundo a dra. Letícia, é muito importante manter uma boa saúde bucal para melhorar a qualidade de vida e o próprio ambiente de trabalho. “Passar em consulta com dentista periodicamente é de suma importância para manter a saúde bucal e a saúde como um todo. O dentista irá avaliar as condições bucais, diagnosticar e tratar diversos problemas odontológicos, que vão muito além de uma simples cárie e que podem evoluir para a perda de dentes”, afirma.

A dentista comenta que a infecção bucal, o câncer de lábio em trabalhadores que desenvolvem atividades com exposição solar, o câncer de boca relacionado ao uso do cigarro e bebidas alcoólicas, e outras doenças podem ser diagnosticadas e tratadas pelo dentista ou por outros profissionais aos quais ele encaminhe os pacientes. “Até uma dor de cabeça pode ser causada por problemas do músculo facial e dos dentes. A não reabilitação dentária pode resultar em dores durante a mastigação e até na perda de apetite”, acrescenta.

Além das atividades citadas, o dentista irá orientar os trabalhadores da empresa a realizarem a higiene oral com escovação correta e uso do fio dental, a reduzirem o consumo de açúcares, dentre outras informações importantes.

De acordo com a dra. Letícia, em função da pandemia registram-se mais casos de ansiedade que resultaram em bruxismo, o ranger involuntário de dentes durante o sono, desgastando-os e provocando dores faciais. Nestes casos, o dentista avalia e pode prescrever um relaxante muscular ou uma placa protetora.

“Realizar campanhas educativas para informar a importância de melhorar a saúde bucal, manter a presença do cirurgião-dentista na empresa, incentivar e facilitar o acesso a este profissional e suas especializações, como é o caso dos serviços de Odontologia do Seconci-SP, são itens essenciais que irão trazer diversos benefícios para os trabalhadores e melhorar os resultados da empresa de um modo geral”, recomenda a dentista.        


Nômade digital ou anywhere office: saiba como adaptar o local de trabalho

GetNinjas dá dicas sobre como trabalhar remotamente considerando qualquer lugar ou espaço no mundo


A pandemia impactou o trabalho de muitas pessoas e empresas. O formato Home Office foi implantado às pressas por muitos negócios, e com o avanço da vacinação, os estilos "nômade digital" e "anywhere office" têm feito a cabeça dos trabalhadores que podem se dedicar às suas atividades de qualquer lugar do mundo. Apesar das vantagens de trabalhar em casa, o profissional adepto ao estilo, deve fazê-lo em um espaço adequado, atentando à produtividade e à qualidade da postura. Pensando nisso, o GetNinjas, maior aplicativo para contratação de serviços do Brasil, separou quatro dicas que podem ajudar aqueles que fazem do mundo um escritório! Confira a seguir:


Iluminação ajuda na concentração

Uma boa iluminação é fundamental para proporcionar um ambiente saudável e agradável, que estimule atenção e concentração nas atividades. Além disso, dê preferência à iluminação natural, se possível.


Decoração ou paisagem preferida

O primeiro passo é definir o local e o estilo a ser adotado para trabalhar. Uma boa dica é, caso seja um ambiente fechado, adicionar itens que remetem aos hobbies favoritos e gostos pessoais. Caso seja em ambiente aberto, sempre confirmar se a internet é potente o suficiente para atender às demandas necessárias de cada atividade.


Mesa e cadeiras na altura certa

Para quem vai passar muito tempo em ambiente fechado, é recomendado investir em cadeiras com regulagens de altura e giratórias, pois proporcionam mais conforto e uma postura mais adequada. É importante se atentar, também, para o ajuste correto da cadeira com a mesa e se possível, usar apoio nos pés.


Organização otimiza a rotina

Se a mesa tiver gavetas, os itens organizadores como bandejas, por exemplo, podem ser usados para que os objetos não fiquem espalhados. Caso a mesa não possua gavetas, instalar prateleiras pode ser uma ótima opção. Use potes ou canecas para facilitar encontrar os materiais mais utilizados. Além disso, opte por deixar sobre a mesa apenas os itens essenciais para o seu trabalho ou estudos, dessa maneira, é possível evitar que muitos objetos que estejam à vista, deixem o ambiente bagunçado, podendo até mesmo, influenciar na produtividade. Para quem prefere ambientes mais paisagísticos, a sugestão é não esquecer nenhum item que seja necessário e optar por mochila com compartimento especial, que protege o equipamento de impactos. Pense também no trabalho que você executa: se é algo mais criativo, um mural de referências, quadros e objetos podem ajudar; já se você precisar de foco e concentração, mantenha o local organizado e deixe ao seu alcance apenas os materiais necessários para trabalhar.



Como analisar o retorno das iniciativas digitais das instituições de saúde?

A adesão de novas tecnologias sempre esteve na agenda prioritária das instituições de saúde, no entanto, a irrupção da pandemia impulsionou este movimento de maneira ainda mais significativa. De acordo com um estudo realizado pela International Data Corporation, o investimento em tecnologias no setor de saúde, na América Latina, deve atingir US$ 1.931 milhões até 2022. Nesse sentido, o mercado de saúde digital vem se destacando justamente por oferecer uma série de benefícios que aprimoram a operação dos hospitais. Mas, como e por que analisar o retorno das iniciativas digitais nas instituições?

De acordo com CEO da FOLKS, Dr. Claudio Giulliano, o retorno sobre investimento (ROI) na área da saúde digital tornou-se um indicador fundamental. Segundo o especialista, métricas como o ROI, podem ajudar as instituições de saúde a obterem métodos efetivos para estimar e comprovar a importância de se investir na saúde digital.

No entanto, é necessário considerar que os hospitais contam com diferentes realidades, especialmente no Brasil. Por isso, é preciso analisar primeiramente, o modelo de negócio da instituição para então determinar se realmente a aplicação de determinadas tecnologias são válidas. Além do ROI, outras métricas como Payback e Net Present Value (Valor Presente Líquido) - que considera a taxa de atratividade, têm sido cada vez mais utilizadas no setor. No cálculo do ROI, por exemplo, incluir os ganhos financeiros com o projeto, as despesas e os custos são requisitos indispensáveis para garantir um resultado assertivo.

Por que vale a pena calcular o ROI?

Principalmente no caso de novos projetos, o ROI é um meio de justificar o recurso investido, uma vez que comprova a existência do retorno financeiro. Isto significa mensurar os resultados e analisar o impacto para garantir a priorização. Neste caso, é importante utilizar quadrantes para medir a priorização, impacto e retorno, tempo e custo. Este processo permite identificar os projetos de alto impacto, alto retorno e baixo tempo e custo. Calcular o ROI não é uma tarefa fácil, pois, muitas vezes, demanda uma avaliação de custos ocultos. Por essa dificuldade, muito frequentemente, as instituições de saúde costumam elencar os benefícios qualitativos.

Benefícios qualitativos das ferramentas digitais na área da saúde

Certamente a área da saúde digital conta com diversos benefícios que podem ser explorados qualitativamente. As ferramentas digitais aplicadas à área da saúde trazem segurança ao paciente e qualidade assistencial, além de oferecer ao hospital maior eficiência operacional e redução de custo.

Ainda com relação às vantagens qualitativas, pode ser que, com a implementação de um novo projeto, ocorra uma melhoria clínica que se reverta, no futuro, em aprimoramento operacional, gerando retorno financeiro. Desta forma, é possível otimizar, por exemplo, a assertividade de um diagnóstico, evitar um evento adverso ou, até mesmo, reduzir o tempo médio de permanência do paciente no hospital, fatores que impactam diretamente o financeiro, uma vez que resultam em economia de diárias e aumento do giro de leito na instituição.

Os modelos de cálculo de retorno sobre o investimento buscam simplificar uma realidade complexa, já que o cenário de saúde e de medição de impacto de soluções digitais são bastante desafiadores. Alguns exemplos de medidas operacionais importantes incluem a redução do tempo de desfecho, da quantidade de erros ao longo da jornada de cuidado do paciente, além do aumento da segurança do paciente.

Vale ressaltar que no segmento da saúde todo o ecossistema está interligado, por isso, é essencial determinar o retorno em áreas críticas como clínica, operacional e financeira. O investimento em saúde digital não apenas promove um controle sobre todos esses aspectos, como garante ganhos significativos inclusive aos pacientes, que, ao final, são o objeto de preocupação prioritário de qualquer instituição de saúde.

 

Natália Cabrini - Diretora de Estratégia de Mercado e Vendas da Wolters Kluwer para a América Latina.

Planejamento estratégico da intralogística em ambiente 4.0

A logística interna (intralogística) integra todos os recursos para que as operações possam atingir as suas máximas capacidades instaladas, sem obstruções. 

Desta forma, seja por meio de um planejamento baseado na concepção ("greenfield") ou na correção ("brownfield"), um plano diretor de uma unidade fabril ou centro de distribuição deve avaliar como todos os recursos podem estar sincronizados pelo uso da TI (Tecnologia da Informação) e, mais recentemente, pelo monitoramento das operações nas Torres de Controle. 

Obviamente, tais iniciativas integram o planejamento estratégico de uma empresa, numa visão holística e integrada de curto, médio e longo prazo. Esta integração, que nos anos 1990 era muito mais demorada por envolver equipes e softwares não integrados, acelerou e hoje a tecnologia está muito à frente das próprias culturas organizacionais que, muitas vezes, não conseguem implementar as mesmas, pois não mais compreendem o Retorno Sobre os Investimentos (RSI) em tecnologia. 

Lembro-me do advento dos sistemas computacionais a partir da evolução do COPICS (Communications Operations Production and Inventory Control System), no final da década de 1970, quando iniciava uma drástica mudança com os Controladores Lógicos Programáveis (CLP's) e que avançaram na ciberrealidade da atual indústria 4.0. 

Hoje, conectar hardwares com softwares de máquinas de produção a hardwares e softwares de recursos da intralogística é algo necessário e que demanda planejamento de curto, médio e longo prazo. 

Por isso que planejar estrategicamente neste ambiente envolve análises de diferentes cenários, que nossas equipes de projeto estruturam com o auxílio de ferramentas que viabilizam "gêmeos digitais", cada vez mais importantes nos modelos que visam à otimização.

 

 

Reinaldo Moura - criador e fundador do Grupo IMAM (Instituto IMAM, IMAM Editora e IMAM Consultoria) e diretor técnico das Missões de Estudo ao Japão. Possui 50 anos de experiência profissional, com passagens em mais de 100 empresas. Pioneiro na introdução dos conceitos de Intralogística, Kanban, Housekeeping/5S, TPS/JIT/Lean Treinamento e Assessoria no Brasil. Publisher da Revista Logística desde 1980 (300 edições). Formado em Engenharia Industrial (FEI), em Engenharia de Segurança do Trabalho (FEI) e mestrado em Engenharia de Produção (Poli-USP). Ex-professor universitário: FEI, UMC, Mackenzie, Mauá etc. Autor de vários livros, sendo o mais recente “Uma Autobiografia dos meus primeiros 70 anos”.

 

A restituição do dinheiro aos investidores no caso GAS Consultoria

Recentemente, uma ação conjunta entre Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal denominada Operação KRYPTOS, com ampla cobertura midiática, encerrou as operações da GAS Consultoria, sob acusação dos responsáveis pela empresa supostamente cometerem crimes contra o sistema financeiro nacional. O caso chamou bastante a atenção, primeiramente pela quantidade de valores apreendidos, que ultrapassa os R$ 200 milhões. O destaque também se dá pelo ineditismo da operação, pois sabido é que, como a GAS Consultoria, no país existem milhares e constantemente a Justiça Federal declina sua competência, alegando que tal matéria, em virtude da não regulação do mercado de criptoativos, não geraria lesão ao sistema financeiro nacional e seria, portanto, de competência estadual. 

Casos envolvendo criptoativos atraiam a competência para a Justiça Federal apenas se tivessem base na oferta pública de contrato coletivo de investimento que consubstancia valor mobiliário, o que sujeitava o caso às disposições da lei que define os crimes contra o sistema financeiro nacional (lei 7.492/86). Os demais artigos que recaíram na acusação nunca foram levados em consideração. 

Com essa recente operação contra a GAS Consultoria, alimenta-se a esperança de que se abra o precedente e aplique o mesmo rigor a centenas de “piramideiros” que lesaram milhões de vítimas no país e ainda estão impunes. Espera-se que não seja uma iniciativa isolada, pois no caso da GAS Consultoria, até a operação ser realizada não existia por parte dos acusados lesão aos investidores, que deixaram de receber em virtude do impedimento gerado pelas medidas judiciais. Diante dessa situação, a grande dúvida dos investidores está relacionada com a devolução de seu capital, tendo em vista que o dinheiro dos mesmos estava em custódia justamente com a GAS Consultoria. 

É importante frisar que a acusação que recai sobre os envolvidos é a de funcionar como instituição financeira sem autorização, onde recebiam capital sob a promessa de pagar rendimentos aos interessados. Nessa linha, convém inicialmente destacar o disposto nos artigos 118 e 119 do Código de Processo Penal e artigo 91 incisos, I e II do Código Penal, que elencam o quanto segue: 


"Art. 118. Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo." 


"Art. 119. As coisas a que se referem os artigos 74 e 100 do Código Penal (atual artigo 91) não poderão ser restituídas, mesmo depois de transitar em julgado a sentença final, salvo se pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa-fé."

 

"Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)"

 

Com base nos artigos mencionados, o primeiro passo que deverá ser dado pelo grupo de investidores será a demonstração, em Juízo, que são terceiros de boa-fé e fazem jus ao direito ressalvado no inciso II do artigo 91, impedindo assim que seu capital fique para a União, como elencado no referido diploma legal. A presente demonstração é feita com base no artigo 120 do Código de Processo Penal, diretamente ao juízo criminal onde, mediante termo nos autos, os investidores deverão demonstrar que não existe dúvida quanto aos seus direitos. 

Mais uma vez, cabe alertar aos investidores que, além do disposto no artigo 91 do Código Penal, o artigo 122 do Código de Processo Penal também alerta quando não reclamado o direito, a possibilidade de se perder em favor da União, como demonstrado abaixo:  

 

"Art. 122. Sem prejuízo do disposto nos artigos 120 e 133, decorrido o prazo de 90 (noventa) dias, após transitar em julgado a sentença condenatória, o juiz decretará, se for caso, a perda, em favor da União, das coisas apreendidas (artigo 74, II, a e b do Código Penal) e ordenará que sejam vendidas em leilão público.

 

Parágrafo único. Do dinheiro apurado será recolhido ao Tesouro Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé.


Na presente operação, os recursos que estavam em poder da GAS agora estão sob custódia do juízo da 3ª Vara Federal do Rio de Janeiro, sendo o mesmo diante disso o caminho lógico para a restituição dos investidores."  

Deve-se frisar que se trata de medida a ser operacionalizada com urgência tanto por parte dos investidores quanto por parte das autoridades, pois em que pese ser um caso extremamente complexo pela grandeza, tal situação gerou uma catástrofe social econômica que extrapola os limites da região dos Lagos no Estado do Rio de Janeiro, pois milhares de pessoas que viviam dos supostos rendimentos das suas economias agora estão à míngua em um momento bastante complicado do país. 

Ante o exposto, convém destacar o brilhante Rui Barbosa para a importância da celeridade na decisão em relação aos terceiros de boa-fé, onde “ A justiça atrasada não é justiça; senão injustiça qualificada e manifesta”. Diante disso, que se solucione essa situação o quanto antes, para o bem de todos.

 


Jorge Calazans - advogado especialista na área criminal, conselheiro estadual da Anacrim e sócio do escritório Calazans & Vieira Dias Advogados, com atuação na defesa de vítimas de fraudes financeiras.


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