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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Especialista orienta sobre o uso correto do repelente nas crianças


 Na época mais quente do ano, os pais precisam ter atenção redobrada para proteger seus filhos contra os mosquitos


Com a aroximação do verão, cresce a preocupação da população com a proliferação de mosquitos. Principalmente o Aedes aegypti, transmissor de doenças preocupantes como a dengue, a zika e a chicungunha. Por isso, nessa época, o uso de repelentes é recomendado, sobretudo para proteger as crianças contra as picadas desses insetos. A médica Maria da Glória Neiva, diretora da área de pediatria do Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro -, orienta abaixo quanto à aplicação correta do repelente nos pequenos.


• Os repelentes podem ser usados em crianças?

Sim. A maioria dos produtos pode ser aplicada em crianças, desde que sejam respeitadas as recomendações dos pediatras, que não indicam o uso em menores de 6 meses.


Com o aumento da temperatura e a previsão de novos casos de doenças como a dengue, a zika e a chicungunha, quais são as recomendações para proteger as crianças, principalmente os bebês menores de 6 meses?

O cuidado com o ambiente é fundamental. Entre as medidas a serem adotadas, os pais podem utilizar telas nas janelas. Também é recomendável ligar repelentes elétricos próximo a janelas e portas e manter o ambiente sempre limpo – tendo cuidado especial com a limpeza de terrenos e lotes próximos à residência, com a devida retirada de lixo e entulhos.


• É mito ou verdade que o uso do complexo B afasta os mosquitos?

Não existem evidências científicas que apontem a eficácia do uso dessa vitamina contra as picadas dos mosquitos, por isso sua utilização é controversa.


• Quais as substâncias permitidas nos repelentes para as crianças e qual é a faixa etária indicada?

Repelentes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que contenham os princípios ativos DEET, icaridina e IR 3535, são permitidos para uso nas crianças acima de 6 meses. É recomendado que os pais confiram as instruções das embalagens dos diversos produtos disponíveis no mercado, considerando o tempo de atuação de cada um deles, bem como as orientações para a faixa etária permitida. É importante que os pais não apliquem durante o sono. Para esse momento, o uso de telas protetoras, ventiladores, ar-condicionado e repelentes eletrônicos são mais adequados.


• É necessário fazer algum teste alérgico para saber qual tipo de repelente poderá ser aplicado na pele das crianças? E nos bebês, como os pais devem proceder?

A orientação aqui é a de seguir as medidas de prevenção mencionadas anteriormente, sempre utilizando nas crianças com mais de 6 meses. Cada produto tem, em seu rótulo, a recomendação de tempo de atuação e a fase da infância permitida. No caso da apresentação de reações alérgicas aos repelentes, o indicado é procurar o pediatra que acompanha seu filho ou um serviço de emergência especializado em atendimento infantil.


• Mesmo que os pais tomem todos os cuidados e ainda assim a criança seja picada, quais as recomendações imediatas?

São indicados a limpeza das lesões e o corte das unhas das crianças, a fim de evitar traumas em decorrência do prurido (coceira). Outra medida importante é evitar o uso de medicamentos sem a devida orientação do pediatra. Além disso, é necessário observar se não ocorrem sintomas, como pintas vermelhas, febre e queixa de dores. Vale reforçar que nem sempre as picadas apresentam lesões perceptíveis, por isso é importante estar atento e procurar assistência médica em caso de dúvida.


• Há como diferenciar a picada do mosquito comum da do Aedes aegypti?

Não é possível fazer essa diferenciação. O importante é reforçar a proteção quando a criança está em áreas abertas, durante o dia, principalmente no início da manhã – quando o mosquito tem maior atividade – e no final da tarde.


• No caso das crianças maiores, que estão em período de férias, existe alguma recomendação de repelente associado ao uso de filtro solar? Se positivo, quais as substâncias mais aconselhadas pelos pediatras para a dobradinha protetor solar e repelente?


Não é recomendada a associação de repelente com protetor solar para crianças. O indicado é aplicar o protetor e 40 minutos depois passar o repelente aconselhado para a faixa etária.


• No caso dos bebês, como os pais devem proceder para evitar que sejam picados tendo em vista que não são indicados para crianças abaixo dos 6 meses?

É recomendável o uso de macacões compridos ou calças. Procur utilizar roupas claras nos bebês, pois os tecidos muito coloridos podem atrair os mosquitos. Outra medida eficaz é o uso de mosquiteiros, telas e velas naturais de citronela, que tem um odor mais leve para o bebê, mas com poetencial repelente para os mosquitos. Ainda assim, se houver necessidade de utilizar algum tipo de repelente, procure os recomendados para essa faixa etária e não permita que a criança vá dormir com o produto no corpo.


• Recomendações adicionais:


·         Não aplicar o repelente na mão da criança para que ela mesma o espalhe no corpo. O motivo é que os pequenos podem passá-lo nos olhos ou na boca;

·         Aplicar o repelente na quantidade e nos intervalos recomendados pelo fabricante, lembrando que a maioria dos produtos atuam até 4 centímetros do local da aplicação;

·         Não aplicá-lo próximo da boca, do nariz, dos olhos ou sobre a pele traumatizada. Outra dica é guardar a bula ou a embalagem para posterior consulta, em caso de efeitos adversos (alergias);

·         Assim que não for mais necessário, o repelente deve ser retirado no banho;

·         Em locais muito quentes ou em crianças que suam mais, os médicos e fabricantes recomendam reaplicações mais frequentes.


PACIENTES DE CIRURGIA BARIÁTRICA SÓ SE VÊEM MAGROS APÓS PLÁSTICA


Eles passam a vida toda lutando contra a balança, mas a maioria das pessoas que se submetem à cirurgia bariátrica, só se vê magra após realizar a cirurgia plástica de remodelamento corporal. De acordo com a Dra. Maieve Corralo, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da American Society of Plastic Surgery, o excesso de pele pós-emagrecimento faz com que os pacientes se sintam pior que antes de emagrecer. “Somente depois da redefinição do contorno do corpo, eles vivenciam a grande mudança positiva que ocorreu em suas formas”, afirma a médica.

Segundo a cirurgiã, a gravidade da flacidez aumenta com a idade e o percentual de peso perdido, o que nesses pacientes leva a uma flacidez generalizada, incluindo face, braços, pernas, mamas, tórax, abdômen, glúteos e trocânteres. “Períodos longos de obesidade com variação de peso favorecem o rompimento das fibras elásticas da pele, que fica como se fosse um elástico velho. Com isto, as fibras não contraem, resultando na flacidez associada à degradação de colágeno que ocorre com a idade e com a subnutrição”, explica. 

Para estar apto à plástica depois de uma cirurgia bariátrica, em geral, o paciente precisa esperar um pouco mais de um ano e ter, pelo menos, 4 meses de estabilidade de peso, com IMC (Índice de Massa Corporal) abaixo de 30. “Os exames pré-operatórios devem estar dentro da normalidade e o cirurgião bariátrico precisa fazer uma autorização por escrito”, alerta a médica.

Depois disso, se pelos exames realizados não houver nenhuma contraindicação, é possível agendar o remodelamento corporal em duas ou três idas ao centro cirúrgico, que devem ter intervalos de 4-6 meses, no mínimo. “Iniciamos pela região que mais incomoda o paciente e usualmente, associamos duas ou mais partes corporais em uma intervenção, como: mamas, braços e tórax, abdômen com coxa, abdômen com bumbum e/ou mamas com abdômen”, explica.

No caso da administradora Tatiana Ribeiro, de 41 anos, tudo foi resolvido em um único ato cirúrgico, no qual ela realizou abdominoplastia, torsoplastia, enxerto com retalhos glúteos, lipoaspiração nos culotes e colocou silicone nos seios. A decisão de se submeter à plástica veio com o incômodo da sobra de pele, a dificuldade de mobilidade, e claro, por vaidade, após ter perdido 50 quilos, um ano e meio depois da bariátrica. “Vi que mesmo com musculação, atividade física e tratamentos estéticos, eu não conseguiria resolver o problema. E no meu caso, os seios eram uma questão especialmente delicada, porque eu nunca tive muita mama. Depois de perder gordura, fiquei sem nada”, afirma.

Segundo Tatiana, os resultados foram além da sua expectativa. “Estou muito satisfeita com o meu corpo. É maravilhoso poder escolher uma roupa e não ‘ser escolhida’ por ela, porque não há outras opções. Da época do sobrepeso, eu só guardei uma peça. Apenas para que eu olhe e lembre que não quero mais voltar a ser como antes”, conta Tatiana.

A experiência da personal trainer Luciana Figueira, de 40 anos, foi um pouco mais complexa, mas não menos recompensadora. Foram necessários dois atos cirúrgicos, para que se submetesse, respectivamente a um lifting de coxa, torsoplastia e implante de prótese mamária, e após um ano, uma abdominoplastia.

No caso de Luciana, o remodelamento corporal permitiu que ela voltasse a exercer sua atividade profissional nas academias, de onde ficou afastada por anos. “É um processo. Precisei ter disciplina, determinação e fazer repouso longo para prevenir o alargamento das cicatrizes. Mas tudo valeu a pena. No dia em que tirei os curativos, foi quando me reconheci no espelho novamente. Hoje vou à praia sem vergonha de usar um biquini, e na intimidade, me sinto, segura, desejada e poderosa”, conta.

Para quem fez ou vai fazer a bariátrica já pensando na nova forma do corpo, Luciana dá dicas. “Não fique ansioso e perca todo o peso necessário para que tenha os melhores resultados. Faça a cirurgia plástica assim que estiver liberado para isso, porque essa etapa é essencial para concluir o tratamento, não só de reconstrução do corpo, mas da autoestima”, afirma.



A cada dia, mais de 20 crianças e adolescentes são diagnosticadas com câncer pelo SUS


Todos os dias, mais de 20 crianças e adolescentes (com idades de zero a 19 anos) são diagnosticadas com câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O alerta é da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que chama a atenção para a necessidade do diagnóstico precoce da doença que mais mata nesta faixa etária. Ao analisar os dados apresentados pelas Secretarias Estaduais de Saúde ao Painel de Monitoramento do Tratamento Oncológico (Painel-Oncologia), do Ministério da Saúde, a SBP identificou que mais de 41 mil crianças e adolescentes receberam resultados positivos de exames para identificar neoplasias entre 2013 e novembro deste ano.

Para a presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva, os números confirmam a importância da detecção do câncer em seus estágios iniciais, o que melhora as chances de cura, aumenta a possibilidade de sobrevida e impacta na qualidade de vida dos pacientes. “É importante valorizar as queixas das crianças e levá-las regularmente ao pediatra. Na maioria das vezes, elas sinalizam para doenças comuns da infância, mas em alguns casos pode ser uma condição mais séria”, pontua.

Segundo ela, o pediatra tem papel essencial no diagnóstico do câncer. Para tanto, considera fundamental que os pais ou responsáveis realizem as consultas pediátricas regulares, visando a identificação precoce da doença. “Nas crianças, geralmente as doenças se apresentam com sintomas inespecíficos, semelhantes aos de transtornos comuns da infância. Isso pode levar a retardo no diagnóstico de câncer. Infelizmente, baseado nos dados dos registros consolidados, muitos pacientes no Brasil ainda são encaminhados aos centros de tratamento com a doença em estágio avançado”, destacou.


DIAGNÓSTICO - Por sua vez, a presidente do Departamento Científico de Oncologia da SBP, dra. Denise Bousfield, aponta para um fator relevante na análise do câncer infantojuvenil. Segundo conta, ao contrário do que acontece com a população adulta, em crianças e adolescentes, não há evidências científicas, até o momento, de associação clara entre a doença e fatores ambientais. “Por isso o diagnóstico precoce e o tratamento em centros de referência em oncologia pediátrica são tão importantes. O câncer nesta faixa etária deve ser diagnosticado e tratado o mais precocemente possível, pois comparativamente com adulto, ele tende a apresentar menores períodos de latência, crescer quase sempre rapidamente e ser geralmente invasivo”, alertou.

Ela enfatiza, também, que a sobrevida estimada no Brasil por câncer na faixa etária entre zero e 19 anos é de 64%, segundo dados disponibilizados pelo Instituto Nacional do Câncer. Informa ainda que “é imprescindível nas primeiras décadas de vida difundir o conhecimento sobre os efeitos dos fatores de risco na expectativa média de vida da população, além de desenvolver estratégias preventivas que envolvam diversos setores da sociedade, visando à mudança de modos de vida baseada em evidências para prevenção do câncer na idade adulta”.


ESTATÍSTICAS – O Painel-Oncologia surgiu para garantir um melhor acompanhamento epidemiológico das neoplasias no Brasil e monitorar o cumprimento da Lei nº 12.732/2012, que estabelece o prazo de 60 dias para o início do tratamento do paciente com neoplasia maligna comprovada. Os dados são oriundos do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA) – através do Boletim de Produção Ambulatorial Individualizado (BPA-I) e da Autorização de Procedimento de Alta Complexidade (APAC) –, do Sistema de Informação Hospitalar (SIH) e do Sistema de Informações de Câncer (SISCAN), geridos pelo Ministério da Saúde em conjunto com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.

A operacionalização do sistema se dá a partir de informações diagnósticas histopatológicas de casos de câncer, com base em critérios definidos pela Portaria MS/SAS nº 643/2018, que tornou obrigatório o registro de Cartão Nacional de Saúde e da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) no procedimento “exame anatomopatológico para congelamento/parafina por peça cirúrgica ou por biópsia (exceto colo uterino e mama)”. Também são observados parâmetros da Portaria MS/SAS nº 202/2019, que compatibiliza os códigos da CID-10 com o procedimento “exame anatomopatológico para congelamento/parafina por peça cirúrgica ou por biópsia (exceto colo uterino e mama) ”.

No primeiro ano de monitoramento da plataforma, 2013, foram 5.138 casos diagnosticados no Brasil e, no ano passado, foram 9.261. Segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), a estimativa é de que o número real seja próximo de 12.500 novos casos de câncer infantil a cada ano. Para o instituto, o número absoluto de casos apresentados no painel tende a aumentar com tempo, considerando a obrigatoriedade da CID no procedimento anatomopatológico, implementada em maio de 2018, e também o processo dinâmico de envio mensal de arquivos do SIA, SIH e SISCAN. Também não estão contemplados na base de dados os casos diagnosticados fora da rede pública.


ACHADOS – Do ponto de vista de distribuição geográfica, o número de diagnósticos do câncer tende a acompanhar a proporção populacional e também a oferta de serviços especializados, como as Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) e os Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon). Atualmente existem 317 unidades e centros de assistência habilitados no tratamento do câncer.

Pela avaliação da SBP, entre 2013 e novembro de 2019, os estados que registraram maior número de diagnósticos foram São Paulo (8.257), Minas Gerais (4.038), Paraná (2.897) e Rio Grande do Sul (2.720). No outro extremo aparecem Amapá (com 69 diagnósticos), Roraima (109), Sergipe (151) e Acre (166).

“Essa distribuição atesta a necessidade de ampliar o acesso das populações das regiões menos desenvolvidas e distantes a centros especializados para o diagnóstico e o tratamento do câncer. O cenário atual reforça ainda o quadro de desigualdades na área da saúde e tira chances de cura e de sobrevida para milhares de crianças e adolescentes que não conseguem fazer exames ou ter a atenção de especialistas”, disse a presidente da SBP.

Os números do Ministério da Saúde mostram ainda que, no período avaliado, os diagnósticos mais recorrentes entre o público de zero a 19 anos foram de leucemia linfoide (7.838), neoplasia maligna do encéfalo (3.336), doença de Hodgkin (2.724) e leucemia mielóide (2.632). Para essa faixa etária, a modalidade terapêutica mais indicada foi a quimioterapia (26.564), seguida de cirurgia (5.458).

“Já houve tempo em que o câncer era considerado uma doença exclusiva da população adulta. O avanço da ciência e da tecnologia atestam que essa doença afeta crianças e adolescentes, mas com um alento: quão mais cedo é feito o diagnóstico, melhores são as possibilidades de evolução para um prognóstico positivo. Daí a relevância desses números: chamarem a atenção dos brasileiros e das autoridades para as medidas que podem e precisam ser tomadas com urgência para preservar a vida e a saúde de quem é responsável pelo futuro da Nação”, disse a dra. Luciana Rodrigues Silva.

31 anos de combate ao vírus da Aids no mundo

Atualmente, estima-se que 866 mil pessoas vivam com o HIV no Brasil


Há mais de 30 anos, o dia 1° de dezembro foi decretado como o dia Mundial de Luta contra a Aids. A data foi estipulada em 1988, cinco anos após a descoberta do HIV, quando mais de 65 mil pessoas já haviam contraído e sido diagnosticadas com o vírus, e mais de 38 mil pessoas infectadas já haviam falecido.

De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV e Aids divulgado em 2018 pela Unaids, a agência da ONU especializada na epidemia, nos últimos oito anos, houve um aumento considerável no número de pessoas infectadas pelo vírus. Atualmente, estima-se que 866 mil pessoas vivam com o HIV no Brasil.

Mas foi a partir de 2013, que o Governo Federal passou a apoiar e financiar o tratamento para o HIV/Aids em todo o país, independentemente da situação imunológica do paciente. Desde então, havia no país um número de 593 mil pessoas com HIV/Aids em tratamento (dados do relatório de 2018).

Sobre a prevenção no país, campanhas e diversas outras ações tomaram corpo, a fim de conscientizar a população. Dentre elas, a distribuição de preservativos masculinos e femininos, ações de cunho educativo e ampliação do acesso a novas tecnologias, como o “teste rápido” (incluindo fluido oral), profilaxia pós-exposição (PEP) e profilaxia pré-exposição (PreP). A terapia está disponível em 109 serviços de 90 municípios, em 22 estados e no Distrito Federal. Desde a implantação da prevenção, cerca de oito mil pessoas já fizeram uso ao menos uma vez.

Vale ressaltar que, entre os meios de contaminação, as principais vias são relação sexual sem preservativo e o uso comum de seringas ou agulhas, pois permitem um contato direto com as secreções ou sangue de um soropositivo. Além disso, o HIV pode ser transmitido de mãe para filho, durante a gravidez, parto ou amamentação. Mas é possível diminuir o risco de transmissão para o bebê através de um tratamento específico durante a gravidez. 

Os primeiros sintomas da infecção pelo HIV aparecem de 3 a 6 semanas após o contágio e incluem: febre alta, dor de garganta e tosse seca. Esses sintomas duram em média 14 dias e desaparecem completamente após esse período, podendo ser confundidos, muitas vezes, com uma gripe ou até mesmo um simples resfriado. Outros sintomas só aparecem depois de 8 a 10 anos após a contaminação, em decorrência da imunodeficiência e podem ser identificados através de febre persistente, sudorese noturna, emagrecimento sem outra causa aparente, diarreia, tosse seca prolongada, ínguas por mais de 3 meses, além de cansaço, dor de cabeça, dores  nas articulações ou músculos, candidíase oral ou genital persistente. Durante essa fase, podem aparecer infecções oportunistas como: tuberculose, pneumonia, meningite por fungos, toxoplasmose do sistema nervoso central, infecção generalizada por citomegalovírus, além de neoplasias, que podem levar ao óbito.

Por isso, é extremamente importante prevenir a contaminação pelo HIV, além de realizar o diagnóstico precoce, para que haja tempo hábil de tratamento e prevenção das complicações oportunistas.  O exame é gratuito nas unidades do SUS, postos de saúde, campanhas do governo, em centros de testagem e aconselhamento. Hoje em dia, também é possível comprar o teste em farmácia e fazer na sua própria casa.

Aids ainda não tem cura, e apesar de ser possível conviver com ela e manter-se bem com a adesão ao tratamento, a prevenção sem dúvida é essencial. Portanto, se previna, use camisinha, e se teste, é de graça, é rápido!


Bolsa de gelo ou de água quente? Saiba a escolha certa para cada problema


Usadas para aliviar a dor em caso de lesão, inchaço ou cólica, as bolsas de água quente ou de gelo funcionam como analgésicos naturais, mas muita gente fica em dúvida entre a melhor escolha para cada problema. “É importante saber qual é a bolsa mais indicada, já que os dois tipos causam efeitos diferentes no corpo”, diz Adriano Ribeiro, farmacêutico da rede nacional de farmácias Extrafarma. 

Confira abaixo algumas dicas dadas pelos farmacêuticos e saiba a escolha certa para cada problema:


Bolsas de gelo

As bolsas de gelo devem ser preferencialmente usadas para aliviar inchaços e hematomas causados por pancadas e quedas ou lesões nas articulações, tendo maior efeito quando aplicadas até 48 horas após a lesão. Em caso de entorses, quanto mais rápida for a aplicação, melhor o resultado. “O gelo atua como anti-inflamatório, reduzindo sintomas como vermelhidão, inchaço e dor e ajudando a reduzir a extensão da lesão, quando aplicado imediatamente”, explica Adriano. 


Bolsas de água quente

Já as bolsas de água quente devem ser usadas como alívio imediato para tensões musculares mais prolongadas, como torcicolo, e cólicas abdominais, comuns no período menstrual, já que o calor incentiva o relaxamento muscular. “Como o calor também promove a dilatação dos vasos sanguíneos, estimulando a circulação, a bolsa de água quente é indicada, ainda, em casos de lesões inflamadas com pus, como terçol ou furúnculos”, diz Ribeiro.

Ao usar a bolsa de água quente, é importante ficar atento para a temperatura do líquido e o tempo de aplicação, para que o uso não resulte em queimaduras.


Combinação de quente e frio

Dependendo da situação, a técnica mais indicada não é nem com gelo, nem com água quente, mas sim utilizando a combinação dos dois.  Em caso de distensão muscular, alguns tipos de inflamações e dores de cabeça, causadas por tensão nervosa ou muscular, é recomendado o uso alternado de gelo e bolsa de água quente. Por meio das sequências de contração e dilatação dos vasos sanguíneos provocadas pela alternância de frio e calor, esse tipo de tratamento estimula a circulação sanguínea na região em que é aplicado.

“Além de não trazer o alívio desejado para a dor, o uso incorreto de gelo e calor pode até mesmo agravar uma lesão, por isso é recomendável sempre buscar a orientação de um médico para estabelecer o tratamento adequado”, ressalta o farmacêutico.


Tipos


Os tipos de bolsa mais comuns são as de borracha, que devem ser preenchidas com água, e as bolsas térmicas de gel, que podem ser colocadas no congelador, para tratamento com gelo, ou aquecidas no micro-ondas, para compressas quentes. Há ainda modelos em gel especiais que se ajustam a áreas específicas do corpo, como joelhos e ombros.


Conheça os seis mitos do absorvente

É comum que depois da primeira menstruação a mulher carregue sempre consigo um absorvente no nécessaire, e que tenha que se acostumar com o seu uso mensal também. Porém, por ser um instrumento que age em uma área tão sensível do corpo feminino, alguns cuidados são necessários para manter a higiene e evitar infecções.Eles devem ser trocados em intervalos regulares para evitar odores e infecções. O ideal é trocar o absorvente a cada 4 a 6 horas, dependendo do fluxo menstrual, pois, o sangue é um meio favorável para o desenvolvimento de microrganismos que podem causar infecções”, alerta a ginecologista e obstetra Erica Mantelli.

Dentre as diversas opções de absorventes disponíveis no mercado, destacam-se os externos, internos e o coletor menstrual, que é uma novidade. Esse coletor consiste em uma espécie de copinho de silicone, que deve ser introduzido na vagina e realizar a coleta de sangue de maneira confortável. Além disso ele é hipoalérgico e poder ser reutilizado por muitos anos, desde que se mantenha higienização adequada.

1.   É arriscado dormir com o absorvente interno

Mito. Sem neurose: segundo a médica, não existe contraindicação para o uso de absorventes internos durante o sono. “Apenas por uma questão de higiene, o ideal é trocá-lo no máximo a cada 6 horas, dependendo do fluxo. E deve ser trocado logo ao levantar”, diz.
2.   Absorvente diário pode ser usado frequentemente

Mito. Eles são mais fininhos e indicados para quem quer se sentir mais sequinha no dia-a-dia. “Porém, não devem ser usados sempre, pois a região fica mais úmida e propensa a infecções”, afirma Erica Mantelli.
3.   O absorvente íntimo pode “se perder” dentro do corpo feminino

Mito. “A vagina tem uma única abertura e o absorvente é colocado na parte superior, portanto não há como extraviar ou se perder. Porém, se a mulher esquecer de retirar o absorvente interno e colocar outro ao mesmo tempo ou tiver relação sexual com absorvente, ele pode ficar retido perto do colo do útero, dificultando sua retirada. Se a mulher não conseguir retirar o absorvente, deve procurar seu ginecologista o mais rápido possível, para evitar infecções. ”, aconselha a médica.

4.   Versões com aroma são mais indicadas

Mito. E pode ocorrer até o contrário: para minimizar o odor desagradável da menstruação foram criados absorventes com aromas de flores ou ervas. “As substâncias que dão esses aromas agradáveis, contudo, os torna mais propensos a causar irritação alérgica do que a versão original”, avisa a médica.

5.   O absorvente interno é anti-higiênico

Mito. Ele é feito com o mesmo material do absorvente externo (algodão), só que sem a camada de gel. “Apenas ao manuseá-lo é preciso ter cuidados de higiene, como estar com as mãos limpas, descartar no lixo comum e lavar as mãos após o manuseio”, ensina. Vale lembrar que algumas marcas dispõem de aplicadores para facilitar a introdução do absorvente na vagina.

6.   É necessário trocar o absorvente interno mais vezes do que o externo

Mito. A frequência de troca depende do fluxo e do tamanho usado, variando entre quatro e seis horas. “Se nesse intervalo o absorvente encharcar, é necessário um com absorção maior; por outro lado, se o absorvente estiver quase seco, deve-se optar por um com tamanho menor”, orienta a especialista.




Dra. Erica Mantelli - ginecologista - obstetra e especialista em saúde sexual - Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, com Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Pós-graduada em disciplinas como Medicina Legal e Perícias Médicas pela Universidade de São Paulo (USP), e Sexologia/Sexualidade Humana. É formada também em Programação Neolinguística, por Mateusz Grzesiak (Elsever Institute). Site: http://ericamantelli.com.br
Instagram: @ericamantelli



Alterações na pele podem confundir a população no diagnóstico precoce do melanoma


Oncologista reforça a importância de observar as mudanças nas pintas da pele e o auxílio dos profissionais de estética na luta contra este tipo de câncer


O câncer de pele é o tumor de maior incidência no Brasil e no mundo, em ambos os sexos, com a previsão de mais de 171 mil casos para o biênio 2018-2019, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA)[1]. A maior incidência é o tumor do tipo carcinoma (basocelular e espinocelular) com mais de 85 mil casos em homens e 80 mil casos nas mulheres[2]. Apesar do melanoma ter menor incidência, representando cerca de 5% dos diagnósticos de câncer de pele, este tipo de câncer de pele é o mais agressivo e perigoso, pois tem grandes chances de produzir metástases e, por isso, mais letal.

As regiões do Brasil com mais casos e óbitos por câncer de pele notificados é a Região Sul, seguida pela Sudeste e Centro-Oeste, inclusive nos diagnósticos de melanoma – a doença é mais comum em indivíduos brancos de olhos claros, característica da população sulista[3]. Entretanto, mais raramente, os negros também podem desenvolver um tipo especial de melanoma que surge em áreas incomuns da pele, como debaixo das unhas ou na planta dos pés e palmas das mãos - o chamado de melanoma acral, com maior incidência em estados onde a população negra é maior, como na Bahia.

O melanoma tem origem nos melanócitos, células que dão cor à nossa pele, e pode surgir em qualquer faixa etária, porém tem aparecido cada vez mais em adultos jovens. A exposição ao sol sem proteção é o fator de risco evitável que mais contribui para o desenvolvimento deste tipo de câncer de pele, entretanto são conhecidos outros fatores de risco, como a presença de várias pintas pelo corpo, tipo de pele clara, sardas e cabelos claros. Deste modo, como os melanomas geralmente se desenvolvem a partir de uma pinta na pele, medidas como o autoexame da pele podem ajudar no diagnóstico precoce. A técnica do ABCDE é a mais difundida, em que o próprio paciente pode fazer em frente ao espelho, observando alterações nas pintas como assimetria, as bordas irregulares, múltiplas cores, o diâmetro maior do que seis mm e evolução, ou seja, qualquer mudança observada na pinta, como o seu crescimento, sangramento ou coceira.

Já no consultório, o dermatologista tem à disposição exames específicos que auxiliam na análise da alteração suspeita da pele, como a dermatoscopia - lente de aumento com luz polarizada que oferece uma visão mais nítida da área analisada. “É um exame, assim como outros mais específicos, que vai auxiliar o especialista a confirmar a suspeita deste tipo de câncer e indicar a remoção da lesão suspeita.  Quanto mais cedo for feita a confirmação da doença, maiores são as chances de cura e sucesso do tratamento. O melanoma é um tipo de lesão cutânea de cor escura e formato irregular, que pode aparecer em qualquer área do corpo, inclusive em áreas bastante incomuns, como debaixo de unhas, pés e palmas das mãos, costas, pescoço e couro cabeludo”, comenta Rodrigo Guedes, oncologista da Oncologia D’Or em Salvador, Bahia.

Aliás, as lesões nessas áreas costumam ser as de piores prognósticos, devido à dificuldade de localização e diagnóstico tardio. Neste casos, amigos e familiares podem ajudar na observação de manchas suspeitas, assim como os profissionais de estética, podólogos, cabelereiros e tatuadores. “Eles podem ser nossos aliados no diagnóstico precoce, pois estão constantemente em contato com a pele dos clientes e conseguem notar alguma mancha que surgiu ou mudou de tamanho. Eles não estão aptos a fazer o diagnóstico, mas podem alertar e incentivar as pessoas a consultarem o dermatologista”, reforça Guedes.

Visitas regulares ao especialista podem fazer a diferença na detecção precoce deste tipo de câncer, principalmente na população de maior risco. Com abordagens e exames específicos, o dermatologista poderá ter a confirmação do tumor e encaminhar para o oncologista que irá determinar a melhor opção terapêutica.




BMS



Referências:

Gestão bem-humorada pode aumentar a performance das empresas



Há quatro meses eu não tinha ideia do que estava por vir. Eu só pensava em como ajudar as empresas a construir um ambiente de trabalho mais leve, tranquilo, criativo e bem-humorado, indo na contramão do que o mercado estava acostumado e entendia (entende-se) como normal. Quebrar regras, rótulos e paradigmas que por anos aprisionam a essência do ser humano e o que de mais bonito ele carrega que é a esperança.

Inspirar a liderança para inspirar seus liderados. Espalhar alegria e humor para espalhar otimismo. Motivar quem está desanimado. Altas doses de alegria e humor, podem contagiar o mundo, o vizinho, sua família e mais ranzinza colega de trabalho. Tudo isso tudo sem perder o foco nos resultados, pois já sabemos que ambientes leves e inspiradores animam e encorajam as pessoas a buscarem o melhor de si.

Quando eu falava em fazer humor no corporativo, muito ouvi: “As empresas só estão pensando em resultado”, “Como você vai mensurar o ROI dessa alegria?” Na época em que encarei de frente a depressão, isso há uns dois anos atrás, vi muitos amigos, assim como eu, que não se afastaram, continuaram trabalhando em empresas que não davam suporte emocional ou que mal sabiam que existiam pessoas trabalhando doentes.

Será que o RH, com tantas responsabilidades e demandas de contratação diariamente, de fato, conseguem perceber as dificuldades s os dramas pessoais e profissionais dos funcionários? Feedbacks de fato são dados periodicamente? Humanamente é uma tarefa difícil, que exige observação, sensibilidade e que os robôs ainda não são capazes de fazer.

Há um número de afastados, mas nenhuma empresa contabiliza quem trabalha doente, com ansiedade, depressão ou síndrome do pânico, por exemplo. No Brasil, em 2016, cerca de 75,3 mil profissionais, com depressão, foram afastados pela Previdência Social. Hoje, o País é considerado o campeão de casos na América Latina, com 5,8% da população com o problema.

Decidi, então, que se eu ficasse quieta, sem fazer nada, seria cúmplice deste cenário de dor e pressão constante. Então, um dia após uma apresentação minha de stand-up comedy, numa casa em São Paulo eu pensei: por que não levar esse tipo de conexão para as empresas?  Pesquisei e descobri que os principais gaps de desenvolvimento nas empresas que são: AUTOCONHECIMENTO, COMUNICAÇÃO, CRIATIVIDADE e LIDERANÇA. E fui estudar como aplicá-los com humor.

Após quatro meses, já capacitei mais de 500 líderes e já falei para mais de 10 mil pessoas em palestras e eventos. Dentre os públicos, líderes de tecnologia, tiveram melhor aderência e transformação. Com informalidade e falando no tempo deles, consegui engajar mudanças importantes de conexão com as equipes, trazendo uma sensação maior de pertencimento que gera um ambiente seguro ao erro e a sensação de bem-estar e inovação.

Foi tamanha a mudança que um destes líderes, mudou o nome do cargo para “Head & Heart of Data Analysis”. Com tudo isso, meu dia a dia mudou também. Percebi que ensinamos o que mais precisamos aprender. Eu levo uma vida bem leve, sou bem-humorada e, na maior parte do tempo, estou de bom humor. Não queremos criar um exército de piadistas de plantão, mas, sim, gerar uma sensação de bem-estar comum, com mais otimismo e incentivadores nas organizações.

E você, o que acha disso? Vamos praticar?






Maryana Rodrigues - fundadora da HumorLab. Trabalhou como instrutora recreativa na Disney e foi estudar mais sobre Stand-up comedy para entender como roteirizar o humor, com conteúdo, e levar para as empresas. Especializou-se no tema de inteligência emocional (Vale do Silício, Califórnia). Instragran: maryanacomy



Número de feriados em dias úteis cresce em 2020


Coordenadora da Escola Superior de Gestão de Turismo da Uninter dá dicas para brasileiros aproveitarem melhor as datas


Em 2020 o brasileiro vai descansar mais. De acordo com o Calendário 365, o ano que vem terá nove feriados nacionais em dias de semana, quase o dobro de 2019. Com isso, o impacto na área turística tende a crescer.

Segundo um estudo realizado pelo Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, sigla em inglês), o impacto do turismo gerou uma participação de US$ 8,8 trilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) mundial (10,4%). O estudo do Conselho analisou 185 países, de 25 regiões geográficas ou econômicas. A entidade é a principal consultoria independente de turismo no mundo.  

Para a coordenadora da Escola Superior de Gestão de Turismo do Centro Universitário Internacional Uninter, Grazielle Ueno Maccoppi, o impacto dos feriados no turismo do Brasil é positivo. ‘‘As pessoas tendem a buscar por destinos próximos, onde entram na disputa atrativos regionais e, dependendo da quantidade de dias, até destinos nacionais’’, explica.

Para grande parte da população, os feriados são uma das poucas opções de descanso e período para viagens já que muitos trabalham ou estudam presencialmente. Por esse motivo, a coordenadora explica que é preciso se atentar às tarifas de alta temporada. ‘‘A grande maioria dos meios de hospedagem aplicam a tarifa de alta temporada, acrescentando até 30% aos valores das diárias’’, explica Grazielle.

Apesar disso, caso haja um planejamento prévio, o feriado é uma boa ocasião para conhecer novos lugares. ‘‘É sempre um bom momento para viajar pelo seu estado e conhecer destinos turísticos próximos’’, diz a coordenadora.

Para os feriados de 2020, a dica é antecedência e planejamento. Quanto antes a organização for feita, mais condições de boas negociações podem acontecer. Segundo a especialista, não é só com passagens que o viajante deve se preocupar. É importante verificar restaurantes para reservar previamente, verificar a agenda cultural da cidade e garantir ingressos de eventos antes da data prevista, além de estudar opções para não gastar além do planejado.



Grupo Uninter

Lei da Anistia: Cinco erros comuns que indicam que o seu imóvel precisa de regularização


Para vender um imóvel ou até mesmo conseguir um desconto no seguro residencial, é preciso que o mesmo esteja regularizado na prefeitura do local em que está; Talita Rolim sócia-proprietária do Studio Alta Arquitetura explica sobre a Lei da Anistia e os benefícios de se regularizar com a prefeitura 


Um dos grandes problemas enfrentados pelos brasileiros na hora de vender um imóvel, é descobrir que não pode vendê-lo pelo simples fato de não estar regularizado na prefeitura da cidade no qual ele mora. Para ajudar a monitorar esse processo, a Prefeitura de São Paulo sancionou recentemente a Lei da Anistia dos Imóveis irregulares, em que determina um período para a população regularizar edificações, com uma legislação mais tolerante e com descontos em impostos. Em São Paulo, essa norma vai facilitar imóveis que ficariam irregulares até 2024. O prazo para ficar em dia com o governo é até dezembro de 2019, consideravelmente curto.

De acordo com Talita Rolim, sócia-fundadora do Studio Alta Arquitetura, escritório especializado em regularização de imóveis, A Lei da Anistia é como se fosse um “perdão” oferecido pelas prefeituras dos municípios para qualquer imóvel que esteja fora da lei de uma determinada cidade, possibilitando uma nova chance para regularização, independente de infração de lei de parcelamento e edilícia -  sendo concluídas até o dia 31 de julho de 2014. 

É preciso ficar atento porque a lei funciona de formas diferentes em cada prefeitura. “Quem deseja regulamentar um imóvel deve entrar em contato com a prefeitura da sua cidade, para saber quais são os documentos e o passo a passo do processo. Além de ser vantajoso para o dono do imóvel, que consegue vendê-lo com mais facilidade, para nós arquitetos a lei também ajuda quando enviamos um projeto para aprovação, pois se torna mais fácil e conseguimos isentar as taxas de recursos hídricos, calculado por m²”, explica a especialista. É importante ressaltar que, todas as edificações irregulares em São Paulo, devem ficar atentas ao prazo da lei. 

Outro problema comum enfrentado pelas pessoas é a falta da escritura ou certidão de matrícula. “Esse é um processo que vem depois da regularização. Todo imóvel precisa estar com a escritura em dia, para que a pessoa consiga vender e resolver tudo, caso algum problema apareça. Se o proprietário falecer e a casa não tiver escritura, por exemplo, torna-se muito burocrático alinhar as papeladas para mostrar quem é o proprietário e conseguir realizar as ações de compra e venda. Fiquem de olho nesse quesito também”, alerta.

Abaixo, a especialista lista as cinco irregularidades mais comuns encontradas nos imóveis:


1- Gás dentro da cozinha: por mais que muitos saibam que é errado deixar o botijão de gás em algum cômodo, é comum encontrá-los na cozinha, por exemplo, na casa de muitos brasileiros. “Esse é um dos pontos comuns que precisam ser corrigidos para conseguir a liberação da prefeitura. Para regulamentar essa situação, implementamos um espaço para ele fora da casa e o ligamos a uma central de gás encanado. Também indicamos a criação de um espaço descoberto para o botijão


2- Aumento da área construída: se você tem uma casa regularizada pela prefeitura e, com o passar do tempo, resolveu ampliá-la, provavelmente ela passará a ser irregular, isso porque, qualquer mudança tem que ser avisada. “É um caso bem comum que ocorre em residências em condomínios fechados, em que as casas, geralmente, são regularizadas, mas após uma reforma ou mesmo durante a obra, alteram o projeto que já estava aprovado”, salienta a especialista.


3- Recuo obrigatório: qualquer construção precisa de um limite de recuo mínimo obrigatório, isto é, uma distância de proteção em volta, em frente, laterais e fundo do imóvel. “É preciso se atentar a isso, principalmente, se o seu imóvel passou por uma reforma recentemente. Outro caso comum, são erros durante a construção, em que esse espaço não é respeitado, muitas vezes por erros durante a obra. Então, é preciso seguir o projeto que foi aprovado a risca, sem diminuir as áreas obrigatórias de recuo”, complementa.


4- Varandas e portões: É comum encontrar garagens com portões que invadem e que são abertos sem nenhuma sinalização. “As casas ou estabelecimentos que possuem movimento de abertura ou fechamento do portão avançando sobre a calçada devem usar sensor eletrônico ou aviso sonoro e luminoso para proteger os pedestres ou evitar danos nos veículos”, exemplifica. No caso das varandas, a regularização deve ser feita por quem deseja fechar a área. “Deve-se seguir uma série de normas, junto ao condomínio, mas o fechamento só pode ocorrer com vidro retrátil, translúcido ou incolor”, alerta. 


5 - Fazer uma piscina sem estar no projeto: Muitas pessoas aprovam o projeto dentro da prefeitura sem piscina e depois resolvem fazê-lá - o que torna a casa ou estabelecimento totalmente irregular. “Para se construir uma piscina deve-se levar em conta uma série de normas, principalmente para evitar riscos e possíveis acidentes. Por isso, antes de construir uma piscina é necessário consultar um arquiteto ou mesmo engenheiro, porque além da irregularidade, pode trazer perigos de vazamentos e para a estrutura da casa”, aconselha. 


Benefícios da regularização

A especialista também comenta que, com o imóvel regularizado, o proprietário pode evitar multas por obras não comunicadas, ter uma maior valorização e autorização para venda ou locação, desconto em seguros, registrar o imóvel no cartório, obtenção do CND ou INSS, liberação do financiamento pelo banco, entre outros. “Em casos de imóveis comerciais, com a regularização, é possível licenciar a atividade no local, além de precisar de um documento ‘habite-se’, em que não é permitido obter a licença de funcionamento sem a regularização correta”, explica.

“A regularização de um imóvel é extremamente importante e muitas pessoas não possuem conhecimento sobre o assunto e acabam se surpreendendo na hora de vender sua casa. Assim como a Lei liberada pelo prefeito de São Paulo, é necessário ficar atento como funciona tudo em seu município para evitar problemas futuros. Nosso trabalho é exatamente oferecer essa assessoria para quem precisa, com acompanhamento, até tudo ficar devidamente correto”, finaliza. 




Studio Alta Arquitetura

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