A recomendação é a de que a vacinação
seja feita antes do início da vida sexual, em meninas e meninos a partir dos 9
anos de idade 
Foto: Wynitow Butenas
Hospital Pequeno Príncipe
A vacinação contra o HPV em crianças e adolescentes é uma das
formas mais eficazes de prevenir infecções que podem evoluir para diversos
tipos de câncer, incluindo o de colo de útero, na vida adulta. De acordo com o
Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 17 mil novos casos da doença são
diagnosticados todos os anos no Brasil, e a maioria está relacionada à infecção
pelo vírus. Por isso, o Hospital Pequeno Príncipe, que é o maior e mais
completo hospital pediátrico do país, reforça a importância da imunização
precoce para evitar complicações no futuro.
O que é HPV?
O HPV (papilomavírus humano) é a infecção sexualmente
transmissível (IST) mais frequente no mundo, atingindo mulheres e homens de
diferentes faixas etárias. A transmissão ocorre principalmente por meio do
contato sexual desprotegido, mas também pode acontecer por contato direto com a
pele ou mucosas infectadas.
Existem mais de 200 subtipos de HPV, e pelo menos 14 são
classificados como de alto risco por estarem associados ao desenvolvimento de
diversos tipos de câncer, como o de colo de útero, ânus, pênis e orofaringe,
segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Na maioria dos casos, a infecção não apresenta sintomas visíveis. Quando eles surgem, costumam aparecer entre dois e oito meses após o contato com o vírus. Porém, em algumas situações, o HPV pode permanecer inativo no organismo por até 20 anos, aumentando o risco de complicações futuras se não houver prevenção e acompanhamento médico.
Qual é a idade para vacinar contra HPV?
A recomendação é a de que a vacinação seja feita antes do início
da vida sexual, em meninas e meninos a partir dos 9 anos de idade, com dose
única. “Desta forma, caso a pessoa entre em contato com o vírus, estará
protegida e com a resposta imunológica mais resistente. A vacinação contra o
HPV é uma das formas mais eficazes de prevenir infecções que podem evoluir para
o câncer”, explica a pediatra e coordenadora do Centro de Vacinas Pequeno
Príncipe, Heloisa Ihle Garcia Giamberardino.
Entretanto, mesmo que o adolescente ou jovem já tenha iniciado a
vida sexual, a vacinação continua sendo importante. “A proteção é contra tipos
diferentes de sorotipos do HPV. É possível que a pessoa já tenha tido contato
com um deles, mas não com os outros, que também podem causar complicações
graves e aumentar o risco de câncer”, complementa a especialista.
Como funciona a imunização no Brasil?
A imunização contra o HPV ganhou um novo reforço no Brasil. O
Ministério da Saúde ampliou, até dezembro de 2025, a faixa etária contemplada
pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Agora, inclui adolescentes e jovens de 15 a
19 anos que não receberam o imunizante na idade ideal (entre 9 e 14 anos). “A
ideia é aumentar a cobertura nesse grupo. Além disso, avançar no objetivo de
eliminar o câncer de colo do útero até 2030, conforme as diretrizes da
Organização Mundial da Saúde (OMS)”, esclarece a pediatra.
Atualmente, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza gratuitamente a vacina HPV-4 para meninos e meninas de 9 a 14 anos. O esquema vacinal é de apenas uma dose. A vacina quadrivalente protege contra quatro tipos do vírus — 6, 11, 16 e 18 — responsáveis pela maioria dos casos de infecções de alto risco.
Além disso, o país também conta com a vacina HPV-9,
disponível na rede privada, que amplia a proteção em cerca de 25%. Ela inclui
cinco sorotipos adicionais: 31, 33, 45, 52 e 58. Essa versão pode ser aplicada
em homens e mulheres de 9 a 45 anos, exceto em gestantes. O esquema vacinal da
HPV-9 varia conforme a idade: para adolescentes entre 9 e 19 anos, são duas
doses com intervalo de seis meses. Já para pessoas de 20 a 45 anos, são três
doses aplicadas nos intervalos de zero, dois e seis meses.
A vacinação contra HPV é segura para crianças e
adolescentes?
A vacina contra o HPV é segura e bem tolerada, com poucas reações
adversas, semelhantes às de outras vacinas. Entre elas, dor no local da
aplicação, febre leve e mal-estar passageiro. Segundo especialistas, a
imunização é uma medida preventiva de saúde fundamental que garante proteção
desde a adolescência até a vida adulta. “Vacine-se e incentive a vacinação dos
adolescentes, afinal é algo que vai proteger ele por toda a vida”, finaliza a
médica.
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