Pesquisar no Blog

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Dia Mundial da Saúde Mental: dinâmicas reforçam importância do cuidado coletivo no bem-estar emocional

  Atividades como rodas de conversa, leituras em grupo e escrita terapêutica mostram caminhos para o fortalecimento psicossocial

 

Celebrado em 10 de outubro, o Dia Mundial da Saúde Mental reforça a importância de promover o bem-estar emocional e combater o estigma em torno dos transtornos mentais. Em um país onde 9,3% da população convive com a ansiedade — a maior proporção do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) —, iniciativas que estimulam o diálogo, a escuta e a expressão emocional tornam-se ainda mais urgentes. 

No Brasil, apenas 5,1% das pessoas fazem psicoterapia regularmente, embora ela seja uma das principais formas de tratamento. Os dados, divulgados e pelo Instituto Cactus em parceria com a AtlasIntel, revelam a lacuna entre a necessidade e o acesso aos cuidados psicológicos. Nesse contexto, dinâmicas em grupo voltadas ao autoconhecimento e à convivência podem representar uma ponte essencial para a saúde mental. 

É o que demonstra a experiência conduzida pela psicóloga e escritora Mônica Costa Boruchovitch na ONG Criança Responder, onde atividades como rodas de conversa, leituras coletivas e escrita terapêutica têm transformado a maneira como jovens lidam com emoções e constroem vínculos. 

“Esses espaços de partilha oferecem uma vivência de acolhimento e pertencimento. É no encontro com o outro que reconhecemos nossas dores e forças”, afirma Mônica. 

Entre as dinâmicas desenvolvidas, as rodas de conversa semanais funcionam como uma terapia em grupo, com pilares de confiança, sigilo e respeito. Elas promovem o fortalecimento de vínculos afetivos e ajudam os participantes a reconhecer e nomear seus sentimentos, passo fundamental para o equilíbrio emocional. 

As leituras coletivas de poesia e análises de letras de música complementam essa abordagem, estimulando a sensibilidade e o pensamento crítico. 

Já a escrita aparece como ferramenta de elaboração emocional, que convida à organização das emoções e à valorização da própria voz. O ciclo dessa dinâmica se completa com a apresentação e leitura dos textos produzidos, momento em que os participantes compartilham suas criações e percebem a potência de transformar a dor em arte. 

As práticas, que unem psicologia, arte e convivência, se mostram um antídoto contra o isolamento e o silenciamento que marcam tantas experiências de sofrimento psíquico. Elas evidenciam que o cuidado com a mente não se limita ao consultório, mas pode florescer em espaços coletivos, criativos e afetivos. 

“Cuidar da saúde mental é, antes de tudo, construir pontes de diálogo. E a escrita e a música são algumas dessas pontes”, resume Mônica Boruchovitch.


Um comentário:

  1. Elisabete de la Quintana10 de outubro de 2025 às 16:13

    Acompanho e admiro muito o trabalho transformador da Mônica no Saúde Criança Responder!

    ResponderExcluir

Posts mais acessados