Atividades como rodas de conversa, leituras em grupo e escrita terapêutica mostram caminhos para o fortalecimento psicossocial
Celebrado
em 10 de outubro, o Dia Mundial da Saúde Mental reforça a importância de
promover o bem-estar emocional e combater o estigma em torno dos transtornos
mentais. Em um país onde 9,3% da população convive com a ansiedade — a maior
proporção do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) —, iniciativas
que estimulam o diálogo, a escuta e a expressão emocional tornam-se ainda mais
urgentes.
No
Brasil, apenas 5,1% das pessoas fazem psicoterapia regularmente, embora ela
seja uma das principais formas de tratamento. Os dados, divulgados e pelo
Instituto Cactus em parceria com a AtlasIntel, revelam a lacuna entre a necessidade
e o acesso aos cuidados psicológicos. Nesse contexto, dinâmicas em grupo
voltadas ao autoconhecimento e à convivência podem representar uma ponte
essencial para a saúde mental.
É
o que demonstra a experiência conduzida pela psicóloga e escritora Mônica Costa
Boruchovitch na ONG Criança Responder, onde atividades como rodas de conversa,
leituras coletivas e escrita terapêutica têm transformado a maneira como jovens
lidam com emoções e constroem vínculos.
“Esses
espaços de partilha oferecem uma vivência de acolhimento e pertencimento. É no
encontro com o outro que reconhecemos nossas dores e forças”, afirma Mônica.
Entre
as dinâmicas desenvolvidas, as rodas de conversa semanais funcionam como uma
terapia em grupo, com pilares de confiança, sigilo e respeito. Elas promovem o
fortalecimento de vínculos afetivos e ajudam os participantes a reconhecer e
nomear seus sentimentos, passo fundamental para o equilíbrio emocional.
As
leituras coletivas de poesia e análises de letras de música complementam essa
abordagem, estimulando a sensibilidade e o pensamento crítico.
Já
a escrita aparece como ferramenta de elaboração emocional, que convida à
organização das emoções e à valorização da própria voz. O ciclo dessa dinâmica
se completa com a apresentação e leitura dos textos produzidos, momento em que
os participantes compartilham suas criações e percebem a potência de
transformar a dor em arte.
As
práticas, que unem psicologia, arte e convivência, se mostram um antídoto
contra o isolamento e o silenciamento que marcam tantas experiências de
sofrimento psíquico. Elas evidenciam que o cuidado com a mente não se limita ao
consultório, mas pode florescer em espaços coletivos, criativos e afetivos.
“Cuidar da saúde mental é,
antes de tudo, construir pontes de diálogo. E a escrita e a música são algumas
dessas pontes”, resume Mônica Boruchovitch.
Acompanho e admiro muito o trabalho transformador da Mônica no Saúde Criança Responder!
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