Conheça os principais impostos que encarecem o preço dos produtos e o impacto direto no bolso do consumidor
Na Semana do Consumidor, celebrada de 15 a 21 de março, é essencial discutir o impacto da carga tributária sobre o consumo e os direitos do cidadão. O Brasil possui uma das maiores cargas tributárias do mundo, com a tributação sobre produtos e serviços representando, em média, 33% do preço final de um produto. Em comparação com países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que têm uma média de cerca de 20%, o país enfrenta um desafio considerável para equilibrar sua política fiscal e a proteção do consumidor.
Estudos apontam que, no Brasil, cerca de 40% dos preços finais de produtos e serviços são compostos por impostos, sendo que boa parte dessa carga tributária é indireta, ou seja, repassada ao consumidor sem que ele tenha total conhecimento. Esse fator contribui para o aumento do custo de vida, especialmente para as classes de menor poder aquisitivo.
Para
o advogado Josemar Kloster, especialista em direito tributário do escritório
JPA Advogados & Associados, de Curitiba (PR), a complexidade do sistema
tributário brasileiro tem um impacto direto no consumidor. "A falta de
transparência na cobrança de impostos dificulta a compreensão do valor real
pago pelos consumidores. A reforma tributária nesse cenário é uma oportunidade
crucial para simplificar e tornar mais claros os tributos, garantindo que
empresas e governo promovam uma maior transparência sobre como os impostos
afetam os preços, permitindo que os consumidores façam escolhas mais informadas
e conscientes", afirma.
Conheça
os principais impostos que afetam diretamente o bolso do consumidor:
·
Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS): O
ICMS é um imposto estadual que incide sobre a circulação de mercadorias e a
prestação de alguns serviços. Ele impacta diretamente o preço de uma ampla gama
de produtos, como alimentos, bebidas, roupas, combustíveis e serviços de
comunicação (internet, telefonia) e energia elétrica. A alíquota varia conforme
o estado e o produto, podendo chegar a 18% ou mais.
·
Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI): O
IPI é um imposto federal aplicado sobre produtos industrializados, sejam eles
nacionais ou importados. Ele afeta diretamente o preço de produtos como carros,
eletrodomésticos, roupas, cosméticos e até alimentos industrializados. Sua
alíquota varia conforme a categoria do produto e pode ser mais alta para
produtos considerados supérfluos.
·
Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (Cofins): O
Cofins é uma contribuição federal que incide sobre a receita bruta das
empresas. Embora seja uma contribuição corporativa, o valor é repassado ao
consumidor, afetando o preço de produtos e serviços em diversas categorias,
como supermercados, farmácias, restaurantes e serviços de transporte.
·
Programa de
Integração Social (PIS): Semelhante ao
Cofins, o PIS é uma contribuição federal que impacta a receita bruta das
empresas. A alíquota padrão é de 0,65%, mas pode ser maior dependendo do regime
de apuração. Assim como o Cofins, o valor é transferido para o consumidor,
encarecendo os produtos e serviços adquiridos no dia a dia.
· Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS): O ISS é um imposto municipal que incide sobre a prestação de serviços. Ele afeta diretamente o preço de serviços como transporte, educação, saúde, hospedagem e alimentação (em restaurantes e bares), com alíquotas que variam entre 2% e 5%, dependendo do município e do tipo de serviço.
"É
muito importante que os consumidores e empresários reflitam sobre a
complexidade do sistema tributário brasileiro e a necessidade de maior
transparência na cobrança de impostos. A falta de clareza sobre o impacto dos
tributos nos preços dificulta a compreensão do valor real pago pelos
consumidores, especialmente para as classes de menor poder aquisitivo. A
reforma tributária, nesse contexto, surge como uma ferramenta essencial para
promover a simplificação do sistema, reduzir distorções e criar um ambiente
mais transparente, onde o cidadão possa entender melhor como os impostos
influenciam seu dia a dia e fazer escolhas mais conscientes",
completa Kloster.
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