Oftalmologista
da Unimed Araxá explica o que há de mais novo no tratamento
A catarata,
caracterizada pela opacificação do cristalino, é uma das principais causas de
cegueira reversível no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a
condição afeta cerca de 65,2 milhões de pessoas, sendo responsável por
aproximadamente 51% dos casos de cegueira. “O tratamento padrão, a cirurgia de
facoemulsificação com implante de lente intraocular (LIO), evoluiu significativamente
nas últimas décadas. No entanto, novos avanços tecnológicos e terapêuticos vêm
ampliando as opções para pacientes, com lentes intraoculares de última geração,
técnicas minimamente invasivas e abordagens farmacológicas promissoras”, explica
a médica Karina Teixeira, oftalmologista da Unimed Araxá.
Novas
tecnologias cirúrgicas
A cirurgia
convencional de catarata evoluiu com a introdução do laser de femtossegundo,
que permite incisões mais precisas e a fragmentação do cristalino sem necessidade
de ultrassom excessivo. “Essa tecnologia reduz complicações, melhora a
previsibilidade da cirurgia e preserva melhor as estruturas oculares
adjacentes. Estudos demonstram que o procedimento melhora a recuperação visual
e diminui a indução de astigmatismo pós-operatório quando comparado à
facoemulsificação tradicional”, destaca a especialista.
Lentes
intraoculares de última geração
As lentes
intraoculares (LIOs) continuam a evoluir, proporcionando melhor qualidade
visual e independência de óculos após a cirurgia. Entre as principais
inovações, destacam-se:
• LIOs
trifocais e de profundidade de foco estendida (EDOF): Melhoram a visão para
todas as distâncias, reduzindo halos e aberrações ópticas comuns às lentes
multifocais tradicionais.
• LIOs
ajustáveis à luz (Light Adjustable Lens - LAL): Possibilitam ajustes
pós-operatórios da refração, permitindo uma correção mais personalizada.
• LIOs
com tecnologia de filtração de luz azul e violeta: Protegem a retina de danos
causados pela radiação de alta energia, auxiliando na prevenção da degeneração
macular.
Novas
terapias farmacológicas
Embora a
cirurgia seja o tratamento definitivo para a catarata, pesquisas recentes
investigam abordagens farmacológicas para retardar sua progressão. Um dos alvos
promissores são os agentes antioxidantes e inibidores de agregação proteica,
que visam reduzir a opacificação do cristalino. As terapias farmacológicas,
porém, ainda estão em fase de estudo.
“Os
avanços no tratamento da catarata continuam a evoluir em ritmo acelerado,
combinando tecnologias cirúrgicas de ponta, lentes intraoculares inovadoras e
abordagens farmacológicas promissoras. O desenvolvimento de terapias não
invasivas pode representar um marco na oftalmologia, potencialmente retardando
ou até mesmo revertendo a progressão da catarata em estágios iniciais. A
inteligência artificial, por sua vez, aprimora a precisão diagnóstica e permite
abordagens personalizadas, elevando a qualidade dos tratamentos disponíveis.
Esses progressos reforçam a importância da atualização contínua
dos
profissionais de saúde ocular para oferecer as melhores opções terapêuticas aos
pacientes”, conclui a oftalmologista.
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