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Imagem de divulgação A.C.Camargo |
O câncer de colo do útero já é o terceiro tipo de tumor mais comum entre mulheres em todo o mundo, ficando atrás do câncer de mama e do colorretal. No Brasil, é responsável pela morte de pelo menos 6 mil brasileiras por ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Para 2025, a estimativa é de 17 mil novos diagnósticos da doença, que está diretamente relacionada à infecção pelo papilomavírus humano (HPV).
O Dr. Glauco Baiocchi, cirurgião oncológico e Líder do Centro de Referência de Tumores Ginecológicos do A.C.Camargo ressalta que este tipo de tumor está na lista dos cânceres evitáveis com maior facilidade, uma vez que a vacina contra o HPV é disponibilizada de forma gratuita pelo SUS há 11 anos, mas a adesão ainda segue abaixo da meta segundo o Ministério da Saúde.
Diante deste cenário, uma pesquisa do A.C.Camargo Cancer Center, em parceria com a Nexus — Pesquisa e Inteligência de Dados, revelou que apenas metade dos jovens entre 16 e 24 anos (49%) sabe que a vacinação contra o HPV pode prevenir o câncer de colo do útero. O levantamento, que ouviu cerca de 2 mil pessoas maiores de 16 anos (homens e mulheres), mostrou ainda que apenas 48% da população sabe que a vacina contra o HPV previne também contra outros tipos de cânceres.
Segundo
a Organização Pan-Americana da Saúde, dois tipos de HPV causam mais de 70% dos
cânceres do colo do útero e lesões pré-cancerosas. De acordo com o cirurgião,
evidências científicas também relacionam o HPV com cânceres do ânus, vulva,
vagina, pênis e orofaringe.
Vacina
como aliada na prevenção
A pesquisa
revela ainda que 25% acreditam que a vacina só é aplicada em mulheres. Apesar
do câncer do colo do útero estar entre as principais causas de morte entre
mulheres na América Latina e no Caribe, o imunizante também pode ser aplicado
nos homens tanto para proteger contra outros tipos de câncer quanto para evitar
a transmissão do vírus. De acordo com o Dr. Glauco Baiocchi, a imunização da
população entre 11 e 14 anos é a mais eficiente pela menor exposição do vírus
através de relações sexuais e pela maior produção de anticorpos.
A
vacina HPV4 (quadrivalente), oferecida na rede pública, confere proteção contra
quatro subtipos do HPV (6, 11, 16 e 18), enquanto a HPV9 (nonavalente) protege
contra os mesmos subtipos da anterior e mais outros cinco com potencial de
causar câncer, que são 31, 33, 45, 52 e 58. “Esta segunda opção está disponível
apenas na rede privada por enquanto, mas vale reforçar que a quadrivalente
aumenta a proteção contra o HPV em 70% para câncer de colo do útero, já a
nonavalente protege em cerca de 90%”, completa.
Diagnóstico,
sintomas e tratamentos
O Registro Hospitalar de Câncer (RHC) do A.C.Camargo, mostrou que no período de 2000 a 2022, foram registrados 3.134 casos de câncer de colo do útero, a maior parte diagnosticados em estágio inicial e apenas 8% em estágio avançado, com um pico no número de casos na faixa etária entre 30 a 34 anos, com maior ocorrência entre 20 e 59 anos.
Mesmo
diante do número de casos, o avanço na gama de tratamentos disponíveis tem
aumentado significativamente as chances de sobrevida das pacientes com câncer
de colo do útero. Dados do Observatório do Câncer revelam que a taxa de
sobrevida geral (estimada em 5 anos) no A.C.Camargo passou de 69,9% em 2000
para 83,6% em 2020, alcançando até 91,5% em 2022, como mostra o último RHC da
instituição.
“Abordar a prevenção é fundamental. Além da vacina, que está disponível nas versões quadrivalente e nonavalente, sendo que ambas previnem contra o vírus, é fundamental adotar outras estratégias de prevenção contra o HPV, como o uso de preservativos nas relações sexuais, a realização de exames de rastreamento regulares e o tratamento das lesões precursoras", ressalta Glauco.
O
médico também chama a atenção para sinais de alerta, como sangramentos vaginais
anormais após relações sexuais, entre os ciclos menstruais ou na pós-menopausa.
Caso a mulher tenha esses sintomas, é recomendado buscar uma avaliação, pois
dentre as possíveis causas estão as neoplasias de colo do útero, endométrio e
vagina.
A.C.CAMARGO CANCER CENTER
www.accamargo.org.br
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