ou opinião
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias
no Sistema Único de Saúde (Conitec), do Ministério da Saúde, abriu consulta
pública para incorporar o transplante de membrana amniótica (TMA) para o
tratamento de pacientes com queimaduras de pele no SUS. A população poderá dar
sua contribuição (opinião, sugestão e críticas) até 2 de abril, pelo site Participa + Brasil.
Para quem não conhece a temática, o site apresenta
dois relatórios, um técnico e outro voltado para a sociedade, que explica, de
forma didática, como é feito o tratamento para queimaduras no SUS atualmente e
como seria com o uso da membrana.
A regulamentação do uso da membrana amniótica
(material biológico que é descartado nos partos por cesariana) no tratamento de
queimados está em análise na Conitec desde 2021, quando foi autorizado pelo
Conselho Federal de Medicina (CFM).
Os membros do Comitê de Produtos e Procedimentos da
Conitec presentes na 21ª Reunião Extraordinária, realizada em 11 de dezembro de
2024, emitiram recomendação preliminar favorável à incorporação do TMA para o
tratamento de pacientes com queimaduras de pele, mas ressaltou que alguns
pontos precisariam ser melhorados, como qualificação de profissionais.
Segundo o representante Interinstitucional Nacional
da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), o médico José Adorno, a aprovação
da incorporação do TMA no SUS vai ter um grande impacto no tratamento de
queimaduras, reduzindo o tempo de hospitalização, os custos para as contas
públicas, além de reduzir riscos de infecção e minimizar a dor do paciente.
“Outro detalhe importante é que temos uma
biodisponibilidade nas maternidades de membrana aminiótica muito maior do que a
pele humana, que também é mais complexa de coletar. Ou seja, com pequenos
ajustas na coleta dentro das maternidades, já teríamos um biodisponibilidade
enorme”, destacou Adorno, ressaltando ainda que o investimento para a
implantação do TMA seria mínimo, pois o SUS já conta com estrutura para coletar
e distribuir, dentro do Serviço Nacional de Transplante.
Histórico
Em julho do ano passado, a SBQ participou do
lançamento da Frente Nacional pela Aprovação do Uso da Membrana Amniótica em
Queimados, liderada pela Fundação Ecarta e formada por 13 entidades e
instituições com o objetivo de agilizar o processo de aprovação deste uso. Na
época, elas assinaram um manifesto encaminhado ao Ministério da Saúde para que
fosse agilizado o processo para implementação do uso no Brasil.
Há mais de 10 anos, médicos e profissionais da saúde vêm reivindicando o uso da membrana amniótica no tratamento de queimados e demais ferimentos graves. Ela já é utilizada nos Estados Unidos, União Europeia e em outros países da América do Sul. O Brasil é o único país da América do Sul que ainda não regulamentou o uso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário