Medidas preventivas são essenciais para evitar a disseminação de ISTs e doenças como a mononucleose durante a folia
O Carnaval é sinônimo de diversão, encontros e muita interação social. No entanto, essa época de celebração também exige cuidados com a saúde, já que o aumento do contato físico e das relações casuais eleva o risco de disseminação de doenças, especialmente as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e a mononucleose, popularmente conhecida como "doença do beijo".
A aglomeração em blocos de rua, festas e desfiles cria um ambiente perfeito para a transmissão de vírus e bactérias. Nesse contexto, a infectologista Dra. Jessica Ramos alerta para a importância da proteção e cuidados redobrados. “Durante o Carnaval, o contato próximo entre as pessoas aumenta, o que torna essencial o uso de preservativos, a higienização frequente das mãos e o cuidado ao compartilhar objetos pessoais, como copos e talheres”, afirma a especialista.
A mononucleose, que se transmite principalmente pela saliva, é uma das doenças que podem ser espalhadas rapidamente durante essa época. Embora o beijo seja uma das formas mais comuns de contágio, também é possível ser infectado ao dividir utensílios ou ter contato com gotículas de saliva. Seus sintomas incluem febre, dor de garganta intensa e cansaço extremo, podendo durar semanas. O melhor modo de prevenção é evitar o compartilhamento de objetos e manter a higiene constante, além de limitar o contato com pessoas sintomáticas.
As ISTs, por sua vez, representam outro grande risco durante o Carnaval. Doenças como sífilis, gonorreia, clamídia, HPV, herpes genital e HIV podem ser transmitidas facilmente em relações sexuais sem proteção. Como alerta a Dra. Jessica Ramos: “O uso de preservativo em todas as relações sexuais, a realização de exames regulares e a vacinação contra o HPV e hepatite B são fundamentais para prevenir o contágio”.
Muitas dessas infecções podem ser assintomáticas, tornando o diagnóstico precoce essencial para evitar complicações graves, como infertilidade e problemas cardíacos, além de impedir a transmissão para outras pessoas.
Portanto, para curtir o Carnaval com segurança, é preciso estar atento às práticas de prevenção. “Usar preservativo, evitar o compartilhamento de objetos pessoais e realizar exames regularmente são medidas simples, mas eficazes para garantir que a festa seja apenas de alegria e diversão” , aconselha a infectologista.
Dra. Jessica Ramos - graduada em Medicina pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com residência médica em Infectologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e doutorado em Ciências também pela USP. A especialista integra o Núcleo de Infectologia do Hospital Sírio-Libanês e é membro de importantes comitês de doenças infecciosas, entre eles da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
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