Saiba como equilibrar o orçamento e investir após gastos do início do ano

João Geraldo Borges Júnior

Professor mestre do CEUB e consultor empresarial explica como organizar as finanças, criar uma reserva para imprevistos e buscar investimentos a longo prazo

As despesas extras do início de ano tornam o período desafiador para muitas famílias, que acabam enfrentando dificuldades para manter as contas em dia. Para incentivar o planejamento e a disciplina financeira, Max Bianchi Godoy, consultor empresarial e mestre do CEUB (Centro de Ensino Universitário de Brasília), indica como passar por essa fase, equilibrar o orçamento e iniciar plano de investimentos a médio e longo prazo.

Faça um diagnóstico financeiro

“Antes de tomar qualquer decisão, é fundamental entender sua atual situação financeira. Liste todas as despesas fixas e variáveis, os rendimentos e as possíveis dívidas. Isso vai te ajudar a entender onde é possível cortar gastos e quais pagamentos devem ser priorizados”, pondera o consultor.

Priorize as contas essenciais

Normalmente, o IPTU, o IPVA e a matrícula escolar tendem a ser despesas que não podem ser ignoradas. Neste caso, o melhor é, sempre que possível, pagá-las à vista para aproveitar eventuais descontos. “Caso não consiga quitar de imediato, avalie as opções de parcelamento que tenham os menores juros possíveis e busque encaixar essas parcelas em seu orçamento mensal”.

Reduza gastos supérfluos

Os primeiros meses do ano exigem olhar criterioso sobre os gastos. A recomendação é enxugar pequenas despesas e buscar economizar no dia a dia. “Reduzir pedidos de delivery, evitar compras por impulso e verificar a necessidade de eventuais assinaturas de serviços pouco ou sazonalmente utilizados podem fazer a diferença no orçamento. Essas mudanças, a médio ou longo prazo, podem resultar em uma boa economia”.

Monte uma reserva de emergência

Não ter um fundo de emergência para despesas imprevisíveis ou sazonais pode ser preocupante. “Se você ainda não possui tal reserva, sugere-se começar aos poucos, reservando um percentual da renda mensal para imprevistos. O ideal é ter guardado, pelo menos, de três a seis meses do valor mensal de despesas básicas em aplicações de baixo risco e alta liquidez, tais como fundos de renda fixa”, explica.

Planeje as finanças do ano todo

Ter um planejamento anual com previsão de despesas e receitas auxilia a longo prazo e evita apertos futuros. “É recomendável marcar no calendário as datas de pagamentos, tais como o vencimento de impostos, de parcelas de seguros e outras obrigações para organizar melhor gastos corriqueiros e eventuais previsíveis”.

Quite suas dívidas antes de investir

Se tiver dívidas em aberto, especialmente com juros altos, como cartão de crédito e cheque especial, tente quitá-las o mais rápido possível. “O ideal é quitar as suas dívidas antes de começar a investir, já que os juros costumam ser bem maiores do que os rendimentos da maioria das aplicações financeiras, com raras e sazonais exceções”, afirma Godoy.

Utilize estratégias para começar a investir

Depois de equilibrar as contas, é preciso pensar no futuro: pesquisar opções de investimentos adequadas ao perfil e aos objetivos de médio e longo prazos. “Para quem está começando, os investimentos em fundos de renda fixa, o Tesouro Direto e os CDBs costumam ser boas alternativas. Quem tem maior tolerância ao risco pode diversificar os investimentos com a aquisição de ações, fundos de ações ou outros. Em todo caso, recomendo sempre manter reserva em fundos de renda fixa já que costumam permitir movimentação rápida, se necessário”, finaliza.