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Passar sozinho por uma situação difícil, como uma separação dolorosa ou um divórcio, exige muito equilíbrio. Depende daquela famosa inteligência emocional, que tantas pessoas buscam das mais variadas formas.
No entanto, todos sabemos que a prática muito se
distancia da teoria. Na hora que a vida nos coloca à prova, o velho e bom colo
se torna indispensável. O problema é que nem sempre podemos contar com esse
apoio, e é aí que mora o maior o desafio.
A palavra empatia está muito em alta, mas o que
vemos é cada vez mais pessoas apontando dedos ao invés de estenderem as mãos. O
divórcio, por exemplo – momento já tão rodeado de angústias e inseguranças –,
pode ser alvo de muito julgamento, especulações e até desprezo.
Quem nunca lidou com esse nível de separação não
consegue compreender que esse comportamento irresponsável beira a crueldade e
pode ser um fator determinante para abalar, às vezes de uma maneira
irreversível, a vida de alguém que se encontra vulnerável e carente.
Amigos e familiares que formam uma rede de apoio
verdadeiramente sólida podem assumir partes do papel de um companheiro: para
quem tem filhos, é prestar suporte com as crianças; para quem encontra
dificuldades em balancear o trabalho e a vida pessoal, é estar presente para
dividir tarefas e compartilhar frustrações.
Mas não se desesperem: ajudar nem sempre toma
formas extremas. Um abraço, um pedaço de bolo ou uma xícara de café operam
milagres em nossa alma.
Depois do meu próprio divórcio, quem foi luz
permaneceu na minha vida. Quem foi trevas foi, também, esquecido.
Me lembro do dia em que um casal de amigos me ligou
para saber se eu e meus filhos estávamos bem. Não sei descrever o que senti,
mas foi um misto de luz no fim do túnel, com resgate da fé na humanidade.
Desliguei o telefone e chorei por horas. Eram as primeiras pessoas em meses que
mostravam preocupação com o nosso bem-estar.
É interessante como uma atitude simples se torna
tão inesquecível quanto rara quando se está precisando de apoio.
O fato é que, na ausência do carinho e compreensão,
não se pode ser dependente de ninguém para manter a saúde emocional. Isso
precisa vir de dentro. A força para virar o jogo tem que ser trabalhada e
aprendida; afinal, resiliência é uma qualidade que exige paciência.
Por isso, aí vai a dica de ouro: não importa em que
fase da vida você está, pratique a resiliência. Quando encarar qualquer desafio,
encontre a motivação para recomeçar e mudar. Só isso irá te preparar para as
reviravoltas que a vida dá. Esteja preparado e não desista de estender a mão a
quem precisa.
Afinal, você pode precisar de uma rede de apoio
tanto quanto seu vizinho, seu primo, seu irmão. Tornar o mundo em um lugar mais
acolhedor depende disso: de claridade mesmo que em meio à escuridão, de afeto,
de doçura em um mundo de brutos.
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