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sábado, 7 de dezembro de 2024

Estresse leva a compulsão alimentar, psicóloga explica


Final de ano é marcado por prazos apertados, multitarefas e pressões para encerrar o ciclo. Todo esse estresse tem relação disfuncional com a comida e um dos resultados mais comuns desse cenário é a compulsão alimentar, caracterizada por episódios de consumo exagerado e impulsivo de alimentos. Segundo a psicóloga especialista em transtornos alimentares Valeska Bassan, o estresse é um dos principais gatilhos para esse comportamento, criando um ciclo difícil de romper. 

De acordo com Valeska, a comida pode servir como uma forma de escape para lidar com as emoções negativas, que são acionadas no estresse. A pessoa acaba usando a comida como uma forma de se "automedicar" e buscar conforto, o que pode levar a um ciclo vicioso de estresse e compulsão alimentar. Associação emocional entre comer e redução do estresse. 

Além disso, em momentos de alta pressão, muitas pessoas utilizam a comida como uma forma de conforto emocional, um mecanismo de enfrentamento que, se repetido, pode se tornar um padrão prejudicial. 

A especialista alerta que esse comportamento, se mantido a longo prazo, pode levar a consequências graves para a saúde física e mental, como o aumento do peso e desenvolvimento de obesidade, alterações metabólicas, como resistência à insulina e o agravamento de sentimentos como culpa e vergonha, que intensificam o ciclo de estresse e compulsão. 

"É importante lembrar que a compulsão alimentar não está ligada apenas à falta de autocontrole, mas sim a fatores emocionais e fisiológicos que precisam ser compreendidos e tratados", destaca Valeska.

Valeska ainda afirma que algumas técnicas práticas podem ajudar a lidar com o estresse e evitar que ele se transforme em episódios de compulsão alimentar. “O primeiro passo é identificar situações ou emoções que levam ao consumo exagerado de alimentos, como ansiedade, tristeza ou cansaço. Por isso que focar na experiência de comer, prestando atenção ao sabor, textura e saciedade, ajuda a reduzir o comportamento automático de compulsão”, diz. 

Ela conta que é justamente esse o papel da terapia, que age como uma ferramenta essencial para entender a relação emocional com a comida e desenvolver estratégias para lidar com o estresse de forma saudável. “No mais, as dietas restritivas feitas ao longo do ano todo podem aumentar o desejo por alimentos proibidos e levar a episódios de compulsão nesta época de comemorações de final de ano, por isso é tão fundamental adotar uma alimentação equilibrada, sem culpa e sem ligação com a época do ano ou com o sentimento do momento", reforça a psicóloga.

Valeska Bassan - @psicologavaleskabassan - Psicóloga aprimorada em Transtornos Alimentares pelo Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP) e pós graduanda em Medicina e Estilo de Vida e coaching de saúde no Hospital Israelita Albert Einstein. Coordenou o Curso de Aprimoramento em Transtornos Alimentares Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP) e a equipe de psicólogos do Grupo de Estudos do Comer compulsivo em mulheres portadoras de obesidade (GRECCO) também do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP). Professora de pós graduação das disciplinas de Transtornos Alimentares Pós Cirurgia Bariátrica e dos Aspectos Psicológicos dos Transtornos Alimentares na Faculdade iGPs.


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