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sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Mostra em São Paulo traz obras de Rebolo nunca expostas

Francisco Rebolo. Picnic na residência Rebolo, 1948
(Coleção Particular SP)
 


Neste mês, a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano sediará uma exposição em parceria com o Instituto Rebolo e a Galeria Marcelo Guarnieri, que vai celebrar um dos grandes mestres das artes plásticas do Brasil: Francisco Rebollo Gonsales (1902-1980). A ser inaugurada no dia 22 de setembro, domingo, às 10h30, a mostra “Rebolo e o Morumbi: conectados pela natureza” reunirá pinturas produzidas pelo artista entre as décadas de 1940 e 1980, período em que viveu no bairro.  

 

A exposição contará com obras nunca expostas, além de um esboço da última pintura de Rebolo, inacabada devido ao falecimento do artista. A mostra também trará fotografias de arquivo, publicações e objetos que fizeram parte do ateliê do pintor. 

“Francisco Rebolo é o Pintor do Meio Ambiente, propõe a temática em suas obras desde as décadas de 1930 e 1940, quando decidiu viver no intocado bairro do Morumbi para ficar mais próximo de sua grande fonte de inspiração. Esta exposição mostrará esta bela relação”, diz Sergio Rebollo, publicitário, curador e presidente do Instituto Rebolo. 

A exposição integra as comemorações dos 50 anos da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano e ficará aberta ao público até o dia 14 de novembro. “É uma honra para a Fundação sediar uma mostra que homenageará um dos maiores paisagistas da arte brasileira”, diz Eduardo Monteiro, diretor cultural da Fundação. “Assim como Maria Luisa e Oscar Americano, Francisco Rebolo foi fundamental para a construção do bairro do Morumbi a partir de um olhar que valorizava a arte e a cultura”, acrescenta. 

 

“Um mestre do meio-tom”  

Reconhecido por críticos renomados, como Mário de Andrade e Sérgio Milliet, Francisco Rebolo foi considerado, desde o início de sua carreira artística, um dos mais importantes paisagistas da pintura nacional. Somando uma produção que ultrapassa 3 mil pinturas, além de centenas de desenhos, gravuras e retratos, a obra de Rebolo segue hoje uma referência, marcando presença nos principais museus brasileiros, no acervo de órgãos culturais e em coleções particulares de todo o país.  

Por meio de sua obra, Rebolo contribuiu para a construção de um imaginário a respeito do Morumbi, que, à época, tratava-se de uma área quase inabitada, desprovida de infraestrutura urbana. Como um dos primeiros moradores do bairro, o artista foi responsável pela produção de pinturas que se baseavam em diferentes referentes paisagísticos, inclusive vegetações e topografias inexistentes. 

“No conjunto de pinturas apresentadas na mostra, é possível observar o movimento inverso de Rebolo, que ia em direção ao campo e às montanhas; um movimento que o permitiu compreender, durante quatro décadas, os aspectos daquelas paisagens através de sua prática pictórica”, afirma o galerista Marcelo Guarnieri, um dos curadores da mostra. 

Quadro inacabado, 1980
Coleção Instituto Rebolo

 

Assim, Rebolo foi testemunha de um período de profundas transformações na cidade de São Paulo, que deixava de ser província para se tornar metrópole. “A paisagem lhe interessava não só como tema de pesquisa, mas também na perspectiva ecológica. Sair do centro para vir ao Morumbi era estar em contato íntimo com a natureza, algo necessário para ele. Veio morar no bairro”, conta a Conselheira Fiscal do Instituto Rebolo e professora emérita do Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina da USP, Lisbeth Rebollo Gonçalves, filha do pintor. 


 

Palestra ilustrada ao piano 

 

No mesmo dia, o público poderá conferir uma palestra ilustrada ao piano com o ensaísta, professor, compositor e pianista José Miguel Wisnik. A partir das 11h30, será realizada a segunda e última aula-show da Série José Miguel Wisnik na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, intitulada “Infinito vão – Conversa musical sobre arquitetura e canção”.  

Dessa vez, Wisnik estará ao lado do filho, o arquiteto, ensaísta, professor e curador, Guilherme Wisnik, para conversar sobre uma paixão em comum: a canção brasileira. O bate-papo trará curiosidades sobre cancionistas brasileiros ligados à arquitetura, passeará sobre considerações acerca da forma das canções e das construções – como o infinito vão –, comentará e cantará obras e suas relações entre si e com a história.  

“Será uma manhã agradável, com música e conversas interessantíssimas sobre música e arquitetura, em um espaço mais do que privilegiado: a própria Fundação, projeto do arquiteto Arthur Bratke, referência do modernismo em São Paulo”, diz Eduardo Monteiro.  

Fundação Maria Luisa e Oscar Americano – Criada em 1974, dois anos após o falecimento de Maria Luisa, a instituição é uma contribuição de Oscar Americano à capital do estado. Além da casa em que viveram com os filhos durante 20 anos, a coleção de obras de arte e o extenso parque também foram disponibilizados para a cultura e o lazer dos moradores da cidade de São Paulo. Hoje, essa fundação artístico-cultural oferece ao público visitas guiadas, concertos, exposições e várias atividades culturais, focadas na história do nosso país e nas diversas fases que constituem o Brasil – o objetivo cultural e socioeducativo da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano é o seu legado. Mais informações: https://www.fundacaooscaramericano.org.br/

 

 

Serviço: 

Exposição “Rebolo e o Morumbi: conectados pela natureza” 

De 22/09 a 14/11 

Local: Sala de exposições temporárias da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano - Endereço: Av. Morumbi, 4077 - São Paulo (SP). 

Dias para visitação: de terça a domingo, das 10h às 17h30. 

Às terças-feiras, a entrada é gratuita. 

Reservas pelo telefone: (11) 37420077 

 

Palestra “Conversa musical sobre arquitetura e canção” 

Dia 22/09, às 11h30 

Auditório da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano - Endereço: Av. Morumbi, 4077 - São Paulo (SP). 

Reservas pelo telefone: (11) 37420077  

Ingressos no Sympla

 

 

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