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sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Malformações cardíacas afetam 1 a cada 100 recém-nascidos vivos

Com o diagnóstico precoce e intervenções adequadas, muitos bebês com essas condições poderiam levar uma vida normal

 

Todos os anos, cerca de 130 milhões de crianças nascem com algum tipo de cardiopatia congênita, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Só no Brasil, são mais de 30 mil com algum tipo de malformação do coração. As anomalias cardíacas constituem uma das principais causas de morte na primeira infância e a terceira maior causa de mortalidade neonatal no país. 

A cardiopatia congênita é um conjunto de malformações do coração que começam a acontecer durante o desenvolvimento do bebê, dentro do útero materno, que podem levar a alterações anatômicas (estruturais) ou do funcionamento do órgão. “Ainda que, na maioria das vezes, o diagnóstico seja realizado após o nascimento, é possível detectar as alterações no ultrassom morfológico, feito a partir da 22ª semana de gestação”, revela a Dra. Ieda Biscegli Jatene, líder médica da Cardiologia Pediátrica do Hcor. 

Segundo a especialista, é muito importante que a gestante realize todos os exames pré-natais e que o médico obstetra esteja atento aos achados do ultrassom morfológico. “Assim, é possível organizar o nascimento para que a criança inicie o tratamento já nos primeiros dias de vida. Dependendo do caso, podemos até intervir na malformação durante a gestação, permitindo que o bebê se desenvolva de uma maneira melhor e, consequentemente, nasça com uma condição mais favorável”, explica. 

No entanto, muitas vezes, a cardiopatia congênita só é descoberta após o nascimento, às vezes, depois que o Teste do Coraçãozinho é feito na maternidade ou mesmo após a alta hospitalar. Desde 2014, o exame passou a ser obrigatório, sendo disponibilizado, inclusive, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Há diferentes tipos de malformações cardíacas. Ainda que existam casos que não necessitam de tratamento, que podem apresentar cura espontânea, a maioria requer cirurgia. Cerca de 80% das crianças cardiopatas precisam ser operadas, sendo metade delas no primeiro ano de vida”, esclarece. 

Com o tratamento adequado no tempo certo, muitas podem ter uma infância normal ou bem próxima da normalidade, com qualidade de vida, capacidade para desenvolver atividades simples do cotidiano, como andar, brincar e condições de praticar atividade física compatível com a idade. “Os dados mostram o quanto ter uma jornada completa de cuidados, do feto à vida adulta, desde o diagnóstico até a reabilitação, é fundamental para o desenvolvimento da pessoa, com a possibilidade de se reverter a doença em até 80% dos casos. Por isso, é importante manter o acompanhamento com a equipe multidisciplinar e os bons hábitos em casa ao longo de toda a vida”, completa a especialista.

 

O que causa a cardiopatia congênita?

Além da herança genética, existem condições maternas que podem aumentar a incidência de cardiopatia congênita, como diabetes mellitus, hipertensão arterial, lúpus, infecções como a rubéola e a sífilis, uso de medicamentos e drogas. 

“Quando a mulher é cardiopata ou já tem um filho também com a enfermidade, a chance de ela gerar outra criança com alterações cardíacas aumenta”, alerta a Dra. Ieda Biscegli Jatene.

 

Hcor


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