Novos dados revelam como testes
genéticos podem auxiliar na prevenção de doenças cardiovasculares
Dia 8 de agosto é o Dia Nacional de Combate ao Colesterol,
data criada para conscientização e prevenção de doenças cardiovasculares. Hoje
em dia já é possível identificar a predisposição genética ao problema de forma
precoce por meio de testes genéticos, o que facilita a adoção de um plano de medicina
preventiva com o apoio de um médico especialista.
Embora o colesterol desempenhe funções essenciais no organismo,
como fazer parte da estrutura das células e ser fundamental para a produção de
hormônios e vitaminas, seu excesso, especialmente do LDL-colesterol (o
colesterol "ruim"), pode ser prejudicial.(1)
“O teste genético é uma importante ferramenta da medicina
preditiva personalizada e pode ser realizado para detectar não só a propensão
ao colesterol alto, mas também outros problemas que podem estar relacionados. É
importante destacar que o resultado não é um diagnóstico, no entanto o
conhecimento do risco permite que o paciente busque um médico e adote cuidados
a fim de reduzir a chance de realmente desenvolver a doença.” explica Ricardo
Di Lazzaro, doutor em genética e cofundador do laboratório Genera.
Dados recentes da Genera, que possui uma base de dados com mais de 300 mil testes genéticos, mostram que 28,66% das pessoas analisadas apresentam predisposição para a redução dos níveis de colesterol total em resposta ao exercício físico. Isso significa que para esse grupo a prática regular de atividades físicas pode ser uma estratégia particularmente eficaz para controlar os níveis de colesterol, contribuindo significativamente para a prevenção de doenças cardiovasculares.
O levantamento também indica que 17,28% das pessoas analisadas apresentam maior suscetibilidade para níveis elevados de triglicerídeos. Os triglicerídeos são a forma de gordura mais comum no corpo e utilizados como fonte de energia. Níveis elevados dessa gordura combinado ao maior nível de LDL, está associado ao acúmulo de gordura nas paredes das artérias, o que pode levar uma pessoa ao infarto (2).
Outro fator de risco para as doenças cardiovasculares é a
obesidade. Ainda de acordo com o levantamento da Genera, 64,04% das pessoas
analisadas apresentam predisposição ao IMC elevado. Das seis principais causas
de morte no Brasil, quatro estão diretamente ligadas à obesidade: acidente
vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio, diabetes e hipertensão.(3) “Se a
pessoa identifica a predisposição para o IMC elevado, por exemplo, pode adotar
uma série de medidas preventivas personalizadas, além do monitoramento
constante da saúde”, complementa Di Lazzaro.
“A genética não é o fator único e determinante para o
desenvolvimento dessas condições cardiovasculares. Outros fatores, como estilo
de vida, alimentação e prática de atividade física, possuem uma influência
ainda maior. No entanto, conhecer todas essas predisposições possibilita um
trabalho personalizado de prevenção das doenças. É fundamental que o resultado
do teste seja sempre acompanhado da orientação de um especialista”, finaliza Di
Lazzaro.
A combinação de conhecimento genético, maior conscientização e o
apoio de profissionais multidisciplinares permite combater o colesterol alto as
doenças cardiovasculares de maneira mais eficaz, diminuindo o impacto na saúde
das pessoas.
Genera
Referências:
1- Nature. International Atherosclerosis Society guidance for implementing best
practice in the care of familial hypercholesterolaemia. Disponível em: LINK. Acesso em:
30 de julho de 2024.
2- American Heart
Association. Disponível em: Link.
Acesso em: 30 de julho de 2024.
3- HCor. Avanço da obesidade
aumenta riscos de doenças cardiovasculares. Disponível em: Link.
Acesso em 02 de agosto de 2024.
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