Pesquisar no Blog

terça-feira, 27 de agosto de 2024

É possível engravidar após laqueadura e vasectomia?

Ginecologistas detalham os processos de esterilização humana e apontam formas para conseguir uma gestação mesmo após os procedimentos

 

Apesar de costumarem ser muito bem pensadas antes de uma decisão mais concreta, as cirurgias de laqueadura (interrupção da conexão ovário-útero) e de vasectomia (oclusão do canal por onde passam os espermatozoides) podem, no futuro, já não ser mais um desejo da mulher ou do homem que passou pelo procedimento. 

"Enquanto a laqueadura consiste na obstrução das trompas de falópio que comunicam o útero aos ovários, a vasectomia visa obstruir os canais, por onde os espermatozoides passam dos testículos para o pênis durante a ejaculação", contextualiza o Dr. Alfonso Massaguer, ginecologista especialista em reprodução humana, diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado). Segundo ele, os procedimentos consistem em amarrar e cortar tubos de ligação que viabilizam o encontro entre o óvulo e o espermatozoide, para dar início ao processo de geração do embrião. 

"É possível tentar uma reversão, que é a recanalização destes 'tubos' por um cirurgião habilidoso e com experiência nestes procedimentos", informa o médico, explicando que o sucesso de ambas dependerá de fatores como a "idade" da cirurgia esterilizante, o estado das estruturas e a habilidade do cirurgião.

 

As reversões são prováveis? 

A Dra. Graziela Canheo, ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana na La Vita Clinic, concorda com a especificidade de uma tentativa como essa. "Mesmo em uma situação ideal, as chances de reversão da laqueadura com o retorno da função tubária são pequenas", opina a médica. 

Ela recomenda às pessoas interessadas que busquem conhecer as possíveis consequências no futuro reprodutivo a partir desses procedimentos. "É importante conhecer bem todos os aspectos do assunto porque, na maioria das vezes, mesmo após a reversão, as chances de restabelecimento da função tubária ou deferente não é atingida", detalha a especialista.

 

Caminhos possíveis

Também especialista na área, a Dra. Paula Fettback, ginecologista especialista em reprodução humana pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) sugere que casais interessados em ter filhos biológicos mesmo após alguma das cirurgias contraceptivas busquem as técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV). 

"Para a mulher, o processo é exatamente o mesmo de qualquer paciente, uma vez que as tubas uterinas já não participam desse processo da FIV de maneira nenhuma. Já no caso da vasectomia, o paciente precisará passar por uma punção ou microcirurgia direcionada nos testículos, no local onde os espermatozoides estão", aprofunda ela, que enfatiza uma incógnita maior em relação ao sucesso das punções de espermatozoide, devido a uma queda na qualidade e/ou na produção secundária, ao tempo e outros fatores.

  


Dr. Alfonso Massaguer - CRM 97.335 Ginecologista especialista em Reprodução Humana. Médico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Ginecologista e Obstetra pelo Hospital das Clínicas. Atua em Reprodução Humana há 20 anos. Diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado) especializada em reprodução assistida. Foi professor responsável pelo curso de reprodução humana da FMU por 6 anos. Membro da Federação Brasileira da Associação de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Membro das Sociedades Catalãs de Ginecologia e Obstetrícia e Americana de Reprodução Assistida (ASRM). Diretor técnico da Clínica Engravida. Autor de vários capítulos de ginecologia, obstetrícia e reprodução humana em livros de medicina, com passagens em centros na Espanha e Canadá.


Dra. Paula Fettback - CRM 117477 SP - CRM 33084 PR. Possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina - UEL (2004). Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP- 2007). Atua em Ginecologia e Obstetrícia com ênfase em Reprodução Humana. Estágio em Reprodução Humana na Universidade de Michigan - USA. Médica colaboradora do Centro de Reprodução Humana Mário Covas do HC-FMUSP (2016). Doutora em Ciências Médicas pela Disciplina de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM - 2016). Médica da Clínica MAE São Paulo – SP. Título de Especialista em Reprodução Assistida Certificada pela Febrasgo (2020)


Dra. Graziela Canheo - CRM 145288 | RQE 68331 - Ginecologista e Obstetra. Reprodução Humana. Médica Graduada pela Universidade Metropolitana de Santos (2010). Residência médica em ginecologia e obstetrícia pelo Hospital do Servidor Público Estadual do Estado de São Paulo (2013). Título de Qualificação em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia pela ABPTGIC (2014). Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (2015). Fellowship em Reprodução humana pelo Instituto Idéia Fértil de Saúde Reprodutiva (2014 – 2016). Pós-graduação em videolaparoscopia e histeroscopia pelo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (2018 – 2019). Membro das principais sociedades nacionais e internacionais da área da Ginecologia e Reprodução Humana. Diretora técnica e médica da La Vita Clinic


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados