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segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Câncer de colo de útero: o que fazer para eliminar a doença

A erradicação do câncer de colo de útero é um esforço coletivo que envolve um trabalho intersetorial com abordagem focada em prevenção, detecção precoce e tratamento eficaz

 

O câncer de colo de útero mata mais de 35 mil mulheres nas Américas, todos os anos, sendo a maioria (80%) destes casos na América Latina e no Caribe. Comparadas às taxas da América do Norte, a mortalidade é três vezes mais elevada, o que realça as desigualdades existentes em termos de renda, gênero e acesso aos serviços de saúde. Se as tendências atuais se mantiverem, a previsão é que as mortes por câncer do colo do útero nas Américas aumentarão para mais de 51 mil até 2030, devido ao crescimento populacional e ao aumento da expectativa de vida e, aproximadamente 89% desses óbitos, vão ocorrer na América Latina e no Caribe¹. 

Diante desse cenário, o IGCC (Instituto de Governança e Controle do Câncer), em parceria com a Roche Diagnóstica, realizou recentemente um evento em Brasília (DF) reunindo representantes intersetoriais de vários países da América Latina, com o objetivo de debater ações de erradicação do câncer de colo de útero, em consonância com os três pilares estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS): prevenção, diagnóstico e tratamento. Durante os debates, os palestrantes ressaltaram que, com esforços conjuntos, é possível alcançar as metas estabelecidas pela OMS e eliminar a doença como problema de saúde pública até 2030¹.

O diagnóstico precoce do HPV é um dos caminhos para a prevenção do câncer do colo de útero, pois permite a detecção e o tratamento das infecções antes de evoluírem para formas malignas. O exame de Papanicolau, amplamente utilizado para detectar alterações celulares no colo do útero, tem sido eficaz, mas a introdução de testes moleculares mais modernos, como o teste de DNA do vírus HPV, oferece uma precisão ainda maior. Estes testes detectam diretamente a presença do DNA viral de tipos oncogênicos do HPV, possibilitando a identificação precoce de infecções persistentes que têm maior probabilidade de evoluir para câncer. Essa precisão permite intervenções mais rápidas e eficazes, reduzindo significativamente a incidência e mortalidade associadas à doença. 

“Atualmente, há um pleito para a incorporação do teste DNA-HPV tramitando junto ao Ministério da Saúde, por meio da CONITEC, que aguarda a publicação do DDT (Diretriz Diagnóstico Terapêutico), para que esses exames sejam disponibilizados aos pacientes no SUS. A utilização de testes de DNA-HPV como método de rastreamento primário é a mais recomendado por especialistas em saúde pública do mundo todo e essa incorporação trará um avanço significativo para este importante pilar da jornada do paciente no Brasil”, ressalta Giancarlo Frá, líder de Acesso na Roche Diagnóstica. 

A implementação de programas de rastreamento que incluem testes de DNA-HPV poderá complementar as campanhas de vacinação, criando uma abordagem dupla que busca tanto a prevenção quanto a detecção precoce. “Essa estratégia integrada é fundamental para a erradicação do câncer de colo de útero, especialmente em países com alta prevalência de HPV e recursos limitados para saúde pública, como o Brasil”, finaliza Giancarlo Frá.

 

Referências:

¹https://igcc.org.br/igcc-reune-em-brasilia-representantes-da-saude-latino-americanos-para-debater-o-cancer-de-colo-do-utero/#:~:text=O%20c%C3%A2ncer%20de%20colo%20do%20%C3%BAtero%20%C3%A9%20o%20quarto%20c%C3%A2ncer,e%20at%C3%A9%20mesmo%20elimin%C3%A1%2Dla

 

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