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quinta-feira, 13 de junho de 2024

Saiba quais são os métodos contraceptivos recomendados após a cirurgia bariátrica

 

Brasil realiza mais de 70 mil cirurgias bariátricas por ano: acompanhamento médico é essencial para garantir a eficácia dos métodos contraceptivos


Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) revelam que, em 2022, foram realizadas mais de 74 mil cirurgias bariátricas no Brasil, representando um crescimento de 23% em comparação a 2019, quando foram realizadas 53 mil cirurgias. Por conta desse aumento significativo de procedimentos, a convite da Organon, o ginecologista e obstetra Dr. Jan Pawel Pachnicki discute sobre a importância do acompanhamento médico e dos métodos contraceptivos adequados no pós-operatório de cirurgia bariátrica.

De acordo com o especialista, a cirurgia bariátrica traz inúmeros benefícios para a saúde da mulher, incluindo impactos positivos no sistema reprodutivo, quando bem indicada. “Observa-se uma redução significativa no risco de cânceres, como o câncer de endométrio, e é um tratamento eficaz para a infertilidade. Isso ocorre devido à diminuição das taxas de estrogênio, resultando na redução dos ciclos anovulatórios frequentes em pacientes com obesidade”, pontua.

Segundo o médico, a escolha dos métodos contraceptivos para mulheres que passaram por cirurgia bariátrica deve ser cuidadosa. “Para pacientes submetidas a cirurgias restritivas, como a gastrectomia vertical (também conhecido como sleeve gástrico, é um procedimento que consiste na remoção da grande curvatura do estômago), não há contraindicações para métodos contraceptivos orais. No entanto, em cirurgias malabsortivas, como o bypass gástrico (realizada por meio da diminuição do estômago e desvio do alimento para o intestino), a eficácia dos métodos orais pode ser reduzida, sendo preferível a contracepção não-oral”, explica Dr. Pachnicki.

Embora a literatura médica ainda careça de estudos robustos, há indícios de que mulheres que passam por cirurgias de redução do estômago especialmente as chamadas "malabsortivas", podem ter menos progestogênio no sangue. Isso pode fazer com que os contraceptivos hormonais não funcionem tão bem e também afetar a regularidade do ciclo menstrual. “Portanto, é fundamental que as pacientes sejam alertadas sobre a possível redução da eficácia contraceptiva”, destaca o especialista.

O período ideal para evitar a gravidez após a cirurgia bariátrica é de 12 a 18 meses. Durante esse tempo, a rápida e significativa perda de peso, junto com alterações hormonais e possíveis insuficiências nutricionais, podem levar a resultados adversos na gravidez. O especialista orienta que é necessário adiar a gestação para garantir a segurança tanto da mãe quanto do bebê.

As pacientes devem realizar um acompanhamento ginecológico de rotina, especialmente antes e após a cirurgia. O médico alerta que a troca de uma pílula combinada oral deve ser recomendada pelo menos 4 semanas antes do procedimento. Métodos reversíveis de longa ação, como dispositivo intrauterino (DIU) e o implante subdérmico de etonogestrel, são preferíveis devido ao intervalo sem gestação recomendado. Em casos de aumento do fluxo menstrual, decorrente da queda das taxas estrogênicas pós-cirurgia, cuidados adicionais com a anemia são necessários, desde a suplementação adequada de micronutrientes até o controle do padrão de sangramento com métodos contraceptivos hormonais adequados, destacando-se, na curta ação, o anel vaginal.

Por fim, Dr. Pachnicki afirma que o acompanhamento médico é essencial para garantir a eficácia e segurança dos métodos contraceptivos. “As consultas periódicas com o ginecologista devem continuar no pós-operatório para monitorar o padrão de sangramento e ajustar a contracepção conforme necessário”, conclui. 



Organon
www.organon.com/brazil
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