Todos os anos, cerca de 130 milhões de crianças no mundo nascem com algum tipo de cardiopatia congênita; no Brasil, ao menos 21 mil bebês precisam de intervenção cirúrgica para sobreviver
Com o intuito de alertar a
população, a data 12 de junho foi escolhida para celebrar o “Dia Nacional de
Conscientização da Cardiopatia Congênita”, de modo a ressaltar a importância do
diagnóstico. Os maiores fatores de risco para o desenvolvimento da doença são
combinações entre fatores genéticos e ambientais, idade materna avançada,
patologia materna, como a diabetes gestacional, além de síndromes fetais
associadas com Down, Edwars e Noonan.
De acordo com dados recentes,
divulgados pelo Ministério da Saúde, a condição afeta cerca de 30 mil crianças
por ano no Brasil, sendo classificadas como leves, moderadas ou graves.
Cardiologista pediátrica do São Cristóvão Saúde, Dra. Fabíola Müller de
Oliveira ressalta que essa malformação no coração acontece entre a 4ª e a 8ª
semana gestacional, período em que o coração se desenvolve. “O ultrassom
obstétrico morfológico é uma triagem inicial para detectar a malformação
cardíaca, no entanto, a partir da 24ª semana de gestão é indicado a todas às
gestantes a realização do ecocardiograma fetal, que é o exame indicado para a
detecção precoce de cardiopatias e este exame é realizado por um médico
cardiologista pediátrico especializado”.
“A Cardiopatia Congênita
engloba qualquer anormalidade na formação do coração do bebê. Sabemos que 1 a
cada 100 nascidos vivos será portador de cardiopatia congênita e o diagnóstico
precoce é fundamental para um adequado planejamento”, explica Dr. Fernando
Barreto, cardiologista e diretor médico assistencial do São Cristóvão Saúde.
Ainda de acordo com o especialista, a doença é responsável por um número
considerável de óbitos na infância. “Por esse motivo, fazer o pré-natal
completo é a melhor maneira de mitigar os riscos de desfechos desfavoráveis”,
reforça Dr. Fernando.
Dra. Fabíola ressalta que “as
condições podem ser diversas, desde pacientes que, já no nascimento, precisam
ser direcionados a centros especializados, com necessidade de cirurgia precoce
por vezes nos primeiros dias de vida, como pacientes que podem nascer em
serviços terciários, manter um segmento com cardiologista pediátrico, com
cirurgia no futuro, a depender da idade e da cardiopatia encontrada”. Contudo,
a médica salienta que lesões menos complexas podem ter resolução espontânea,
mas, de todo modo, demandam acompanhamento clínico.
Sintomas e Tratamento
A cardiologista pediátrica do
São Cristóvão Saúde explica que as manifestações são varáveis, dependendo da
cardiopatia encontrada. “Nem todo paciente com cardiopatia congênita
apresentará sopro ao exame físico. As manifestações são diversas, que podem
variar desde cansaço para respirar, aumento da frequência cardíaca, dificuldade
de ganho de peso, pacientes que suam muito, cianose (lábios e pele arroxeados),
além de alteração nos níveis de pressão arterial”.
O tratamento pode ser
cirúrgico, e em alguns acontece a resolução espontânea. “No caso dos pacientes
que a cirurgia é realizada mais tardiamente, há necessidade de acompanhamento
clínico, com uso de medicações específicas, de acordo com a cardiopatia”.
Com isso, são necessárias
algumas restrições, esclarecidas por Dra. Fabíola: “Algumas crianças possuem
restrição de atividades físicas, outras por exemplo com o consumo de líquidos,
alimentos com sal. Desse modo, algumas dietas são aplicadas, a depender do caso
de cada paciente”, finaliza a médica.
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