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quinta-feira, 6 de junho de 2024

Por que há mulheres que não emagrecem amamentando?

 A amamentação é, sem dúvida, um dos momentos mais especiais da vida de uma mulher. Não apenas por proporcionar um vínculo afetivo entre a mãe e o bebê, mas também por promover benefícios significativos para a saúde feminina.

É neste período que o corpo feminino libera hormônios importantes como a ocitocina, que ajuda na contração do útero, colaborando na recuperação pós-parto e na redução de risco de hemorragias. Ademais, alguns estudos, associam a amamentação à redução do risco de câncer de mama e ovário, devido a menor exposição aos estrogênios.

Já no que se refere ao emagrecimento, a amamentação também pode desempenhar uma função importante. Durante a gravidez, o corpo armazena reservas de gordura para garantir o suprimento de energia durante a amamentação. Desta forma, amamentar pode contribuir para queimar calorias e promover a perda de peso de forma natural e gradual. Além disso, a produção de leite requer energia, o que facilita o gasto calórico diário das mães.

“É importante ressaltar que cada mulher é única e o processo de emagrecimento pós-parto. Algumas mulheres perdem peso mais rapidamente com a amamentação, enquanto outras podem demorar mais tempo no processo, ou inclusive ganhar peso pelo consumo de alimentos mais palatáveis (ricos em gordura e açúcar) por causa do stress gerado pela nova condição. 

O período da amamentação é importante para o autoconhecimento e ajuste da nova rotina. “É muito cruel se cobrar a voltar ao corpo de antes nesse momento. É fundamental respeitar o seu tempo, tentar focar na saúde, manter uma alimentação saudável (comida de verdade) associado à suplementação que sua obstetra orientar e muita água. Quando for amamentar, deixe uma garrafa grande de água sempre ao lado”, explica a Dra. Iana Carruego, ginecologista, médica da Clínica Elsimar Coutinho/SP.

Dentre os fatores que influenciam na perda de peso durante a amamentação:

  • Metabolismo individual: Cada mulher tem um metabolismo diferente, que influencia na queima de calorias. Importante evitar comparações.
  • Quantidade de leite materno: Quanto mais leite a mulher produz, mais calorias ela gasta.
  • Dieta: Uma dieta saudável (mínimo de industrializados) e equilibrada é essencial para o emagrecimento, mesmo durante a amamentação.
  • Atividade física: A prática regular de exercícios físicos ajuda a queimar calorias e acelerar o metabolismo. Vale lembrar que o tecido adiposo nesse momento é rosa (ou seja, ele é metabolicamente mais ativo, queima mais fácil a gordura), mas encaixar um exercício a nova rotina não é fácil. É indicado fazer algo lhe dê prazer: um esporte, caminhada, bicicleta, pois nós precisamos tirar um tempinho no dia para voltar recarregada.
  • Nível de estresse: O estresse pode dificultar o emagrecimento.
  • Sono: Dormir bem é essencial para o bom funcionamento do metabolismo e para a perda de peso. Mas nos quatro primeiros meses isso é mais complicado, pois o bebê ainda está aprendendo a dormir.
  • Genética: a genética também pode influenciar na predisposição para o emagrecimento.

A amamentação é uma fase que requer alguns cuidados. Para se obter os benefícios de forma segura e eficaz é essencial contar com auxílio médico adequado e ter uma rede de apoio participativa. Neste período, é fundamental o acompanhamento de profissionais de saúde, como obstetras, pediatras e nutricionistas para a garantia de uma vida saudável e tranquila para as mães e seus filhos. 

 

Iana Vilasbôas Carruego - Formada em Medica generalista pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Casa de Saúde Santa Marcelina-SP, subespecialização em cirurgia ginecológica minimamente invasiva (video e uroginecologia) pela casa de Saúde Santa Marcelina-SP. Pós-graduanda em Ciências da Obesidade e Sarcopenia. Atuação em ginecologia regenerativa e implantes hormonais.


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