Imagem criada por Inteligência Artificial (DALL·E 3) representando uma nova nanotecnologia para identificação de células tumorais |
Pesquisa que teve apoio do IPT explica como as nanopartículas, invisíveis a olho nu, poderão aperfeiçoar o diagnóstico do câncer de mama.
Um estudo multidisciplinar e inovador, com colaboração do
Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), mostra a viabilidade da aplicação
das nanopartículas híbridas de óxido de ferro, com revestimento polimérico e
adequadamente funcionalizadas com oligonucleotídeos, para detectar um tipo
particular de células tumorais, com potencial promissor no diagnóstico do
câncer de mama.
O estudo foi realizado em uma parceria entre pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Centro Nacional de Pesquisa em Energias e Materiais (CNPEM), do IPT e do Instituto de Física (IF) da USP, e contou com financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Fundação de Apoio ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (FIPT).
O projeto, que já foi publicado na revista ‘Nanomedicine’ e apresenta uma abordagem inovadora para identificar um grupo de pacientes com prognóstico mais rápido e acessível, teve origem na tese de doutorado de Cyro von Zuben, na Unicamp, e representa um exemplo destacado de colaboração multidisciplinar, envolvendo áreas como física, química, biologia e medicina.
Conforme von Zuben, é longo e desafiador o percurso que uma tecnologia enfrenta até se tornar um produto viável: “Demos apenas o primeiro passo; agora precisamos desenvolver modelos mais complexos, que se aproximem ainda mais da realidade clínica, incluindo experimentos em animais. Somente assim poderemos avançar e proporcionar melhor qualidade de vida e equidade para pacientes com câncer de mama.”
Segundo o pesquisador, seu contato com o IPT coincidiu com o início do doutorado: ele percebeu que não bastava o conhecimento científico do material que seria utilizado para identificar as células tumorais – os oligonucleotídeos – , mas seria necessário entender também o veículo que realizaria essa entrega, ou seja, como a molécula seria entregue.
“Foi assim que fui apresentado à nanotecnologia. Durante os anos em que esse projeto foi desenvolvido, a pesquisadora do IPT Natalia Cerize foi uma coorientadora essencial, desenvolvendo minhas habilidades técnicas para a execução do trabalho e me capacitou como cientista. A estrutura da unidade de Bionanomanufatura e seu time foram cruciais para que o projeto saísse do papel e a sua cultura multidisciplinar ajudou a criar sinergia com o CNPEM”, afirma ele.
Para a pesquisadora Natalia Cerize, diretora da Unidade de Negócios Bionanomanufatura do IPT, este estudo traz perspectivas muito relevantes na área da saúde: “Inicialmente, o foco estava no direcionamento para alvo com finalidade terapêutica, e se desdobrou em uma aplicação diagnóstica, ampliando a possibilidade de uso das plataformas nanoestruturadas funcionalizadas com material genético.”
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