Pesquisar no Blog

segunda-feira, 10 de junho de 2024

Partículas poderão diagnosticar câncer de mam

Imagem criada por Inteligência Artificial (DALL·E 3)
 representando uma nova nanotecnologia para
 identificação de células tumorais

Pesquisa que teve apoio do IPT explica como as nanopartículas, invisíveis a olho nu, poderão aperfeiçoar o diagnóstico do câncer de mama.

 

Um estudo multidisciplinar e inovador, com colaboração do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), mostra a viabilidade da aplicação das nanopartículas híbridas de óxido de ferro, com revestimento polimérico e adequadamente funcionalizadas com oligonucleotídeos, para detectar um tipo particular de células tumorais, com potencial promissor no diagnóstico do câncer de mama.

O estudo foi realizado em uma parceria entre pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Centro Nacional de Pesquisa em Energias e Materiais (CNPEM), do IPT e do Instituto de Física (IF) da USP, e contou com financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Fundação de Apoio ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (FIPT). 

O projeto, que já foi publicado na revista ‘Nanomedicine’ e apresenta uma abordagem inovadora para identificar um grupo de pacientes com prognóstico mais rápido e acessível, teve origem na tese de doutorado de Cyro von Zuben, na Unicamp, e representa um exemplo destacado de colaboração multidisciplinar, envolvendo áreas como física, química, biologia e medicina. 

Conforme von Zuben, é longo e desafiador o percurso que uma tecnologia enfrenta até se tornar um produto viável: “Demos apenas o primeiro passo; agora precisamos desenvolver modelos mais complexos, que se aproximem ainda mais da realidade clínica, incluindo experimentos em animais. Somente assim poderemos avançar e proporcionar melhor qualidade de vida e equidade para pacientes com câncer de mama.” 

Segundo o pesquisador, seu contato com o IPT coincidiu com o início do doutorado: ele percebeu que não bastava o conhecimento científico do material que seria utilizado para identificar as células tumorais – os oligonucleotídeos – , mas seria necessário entender também o veículo que realizaria essa entrega, ou seja, como a molécula seria entregue. 

“Foi assim que fui apresentado à nanotecnologia. Durante os anos em que esse projeto foi desenvolvido, a pesquisadora do IPT Natalia Cerize foi uma coorientadora essencial, desenvolvendo minhas habilidades técnicas para a execução do trabalho e me capacitou como cientista. A estrutura da unidade de Bionanomanufatura e seu time foram cruciais para que o projeto saísse do papel e a sua cultura multidisciplinar ajudou a criar sinergia com o CNPEM”, afirma ele. 

Para a pesquisadora Natalia Cerize, diretora da Unidade de Negócios Bionanomanufatura do IPT, este estudo traz perspectivas muito relevantes na área da saúde: “Inicialmente, o foco estava no direcionamento para alvo com finalidade terapêutica, e se desdobrou em uma aplicação diagnóstica, ampliando a possibilidade de uso das plataformas nanoestruturadas funcionalizadas com material genético.”

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados