Imagens das reações de cachorros ao serem resgatados estão viralizando e emocionando usuários nas redes sociais. Por que eles agem de forma tão diferente ao serem socorridos?
As recentes enchentes no Rio Grande do Sul trouxeram à tona comportamentos únicos e preocupantes de cães durante os resgates, atraindo a atenção da mídia e do público. Marcela Barbieri (@marcela.barbieri no Instagram), veterinária especialista em comportamento canino, analisa como esses eventos traumáticos afetam os animais e como podemos ajudá-los.
Vídeos e relatos nas redes sociais
mostram cães reagindo de diferentes formas durante os resgates. Alguns correm
em direção aos socorristas, enquanto outros, dominados pelo medo, tentam fugir.
Além disso, há registros de comportamentos pós-traumáticos, como movimentos
repetitivos de natação mesmo fora d'água e uma busca incessante por locais
altos, indicando medo de novas inundações.
Comportamentos
observados
1. Confiança vs. medo:
Muitos cães correm em direção aos socorristas, possivelmente devido a
experiências positivas anteriores com humanos. Em contrapartida, cães mais
traumatizados reagem fugindo.
2. Movimentos repetitivos:
Alguns cães, após serem retirados da água, continuam fazendo movimentos de
natação com as patas. "É uma resposta automática do corpo devido ao trauma
e ao estresse," explica a veterinária.
3. Busca por locais
elevados: A insistência em subir em telhados ou pontos altos indica um medo
profundo de novas inundações. "Esses comportamentos são memórias traumáticas
associadas ao que acabaram de passar," comenta Marcela.
Como ajudar cães
traumatizados
Segundo Marcela
Barbieri, há algumas recomendações para ajudar cães que passaram por situações
traumáticas:
1. Se o cão já
reencontrou a família, é importante restabelecer a rotina aos poucos, controlar
um pouco o gasto de energia de forma até que o cachorro se recupere e possa
retomar atividades mais intensas. A rotina restabelecida ajuda a reduzir o
estresse e a ansiedade do cão;
2. É o momento de
caprichar no enriquecimento ambiental para estimular o sistema cognitivo do
cão, essa é uma ferramenta de grande valor e impacto na promoção da saúde
física, mental e emocional dos animais.
3. Garantir um
ambiente seguro e confortável: é importante proporcionar um espaço tranquilo, longe
de estímulos estressantes.
4. Paciência: usar
técnicas de reforço positivo e evitar punições.
5. Consultas veterinárias e comportamentais: se possível, procurar a ajuda de um veterinário especializado em comportamento animal.
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