Weslei Santana,
professor do curso de medicina veterinária da FSG, explica que compreender os
riscos da exposição ao frio, fornecer abrigo adequado, considerar a necessidade
de proteção adicional e adotar medidas preventivas são medidas cruciais nesta
época do ano
Dia 21 de
junho marca o início da estação do ano amada por poucos e repugnada por muitos,
o inverno. Neste período, é necessário cuidados adicionais com a saúde e
bem-estar. Além disso, a atenção com os pets não fica de fora deste dever.
Weslei
Santana, professor do curso de medicina veterinária do do Centro Universitário
da Serra Gaúcha – FSG, instituição
pertencente a Cruzeiro do Sul Educacional, explica que a chegada do inverno
requer atenção especial aos animais de estimação, pois eles também são afetados
pelas baixas temperaturas.
“A
exposição prolongada ao frio intenso pode resultar em hipotermia, uma condição
potencialmente perigosa para os animais de estimação. Além disso, cães e gatos
com pelagem curta ou insuficiente isolamento térmico estão mais propensos a
desenvolver desconforto, problemas respiratórios, dores articulares e condições
dermatológicas. Além disso, também pode comprometer o sistema imunológico dos
pets, tornando-os mais suscetíveis a doenças.”
Assim como
nos humanos, as afecções respiratórias em cães e gatos de origem alérgica,
viral ou bacteriana aumentam nos consultórios veterinários durante o período de
frio intenso, e muitas delas podem ser prevenidas com manejo profilático e
cuidados individualizados. Segundo o docente, em cães, essa época do ano é
marcada por inúmeras infecções do complexo respiratório canino, também
conhecida como Tosse dos canis ou gripe canina.
“Essa é uma
condição viral e bacteriana, que afeta cães das mais variadas idades, e tem
como principal sinal clínico a tosse que pode causar extremo desconforto
respiratório ao cão. No gato o complexo respiratório felino também é marcado
por infecções virais e bacterianas, que podem causar sinais como espirro,
coriza e secreções oculares, além de falta de apetite. É importante manter a
carteira de vacinação em dia pensando na prevenção destas doenças.”
Pensando
nas doenças de origem alérgica/irritativas, é importante que o tutor tenha um
olho apurado sobre o seu animal, principalmente em relação a sinais como
espirros e tosse. A asma felina por exemplo, pode ser mais perceptível nessa
época do ano, já que normalmente, oferecemos aos animais cobertores que podem
conter ácaros e poeira. “Estes fatores desencadeiam resposta inflamatória a
nível de brônquios e provocam a agudização da condição. No cão esses sinais
também podem aparecer, e quadros como rinite alérgica possuem como principal
sinal: o espirro e a secreção nasal.”
Já em
relação a pele, o ar frio favorece o ressecamento epitelial, podendo causar
irritações, coceira e até mesmo feridas. Muitas das doenças de pele crônicas,
como a dermatite atópica, podem piorar nessa estação, já que a hidratação é um
fator importante no manejo dessa doença. “A dica aqui é manter a pele
hidratada, com loções indicadas pelo veterinário dermatologista, troca da
roupinha e escovar o animal de pelagem longa diariamente. Os banhos nessa época
são recomendados a serem espaçados, realizados com água morna e a secagem deve
ser minuciosa, com todo cuidado para evitar queimaduras”, explica Santana.
Cuidados essenciais:
Para
garantir o conforto e a saúde dos animais, é fundamental proporcionar abrigo
adequado. Recomenda-se fornecer uma casinha ou espaço interno aquecido, longe
de correntes de ar frio e umidade. Além disso, é importante limitar a exposição
externa em dias muito frios e vestir os pets com roupas ou acessórios
adequados, que proporcionem isolamento térmico.
É comum nessa época, utilizarmos aquecedores, tapetes
térmicos ou até mesmo bolsinhas de água morna com intuito de nos aquecermos. Os
animais procuram naturalmente essas fontes térmicas de aquecimento. É extremamente importante ressaltar os cuidados em relação a
queimaduras, sejam elas diretas ou indiretas, já que o ar quente proporcionado
por aquecedores (elétricos ou de combustão) podem ressecar os olhos,
facilitando as infecções oculares, provocar queimaduras de pele e até
mesmo angústia respiratória.
Sinais de desconforto térmico:
É crucial
estar atento aos sinais indicativos de desconforto térmico nos animais de
estimação seja eles por falta de calor ou por excesso. Tremores, encolhimento
do corpo, busca constante por abrigo e diminuição da atividade física são
indicativos de que o pet está sentindo frio. Já inquietação, ofegância e
aumento da frequência respiratória podem significar excesso de calor que pode
ocorrer caso o aquecimento do animal ultrapasse a zona de conforto térmico.
Weslei
finaliza dizendo que ao adotar os cuidados essenciais durante o inverno, os
donos de pets devem garantir a segurança, o conforto e a saúde de seus animais.
“Compreender
os riscos da exposição ao frio intenso, fornecer abrigo adequado, considerar a
necessidade de proteção adicional e adotar medidas preventivas/terapêuticas
para problemas respiratórios, articulares e dermatológicos são medidas
cruciais. Além disso, a conscientização sobre os perigos dos aquecedores
próximos aos bichos é essencial para evitar lesões térmicas. Ao implementar
essas medidas, contribuiremos para o bem-estar e a qualidade de vida de nossos
fiéis companheiros durante o inverno.”
FSG - Centro Universitário da Serra Gaúcha
www.fsg.edu.br
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