Resultado é fruto de esforço coletivo de entes públicos e privados, que atuam para prevenir mortes de crianças no Brasil com o uso de tecnologia e expertise médica
Relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no primeiro semestre deste ano indica que a mortalidade infantil mundial atingiu sua mínima histórica em 2022. Conforme o documento, o número de crianças que morreram antes de completarem cinco anos caiu para 4,9 milhões em 2022, marcando um recorde. Além disso, a taxa global de mortalidade infantil abaixo dos cinco anos diminuiu 51% desde 2000, enquanto no Brasil a queda foi ainda mais acentuada, atingindo 60% no mesmo período.
A PBSF
(Protecting Brains & Saving Futures), empresa brasileira cuja missão é
revolucionar o cuidado neurológico de recém-nascidos de alto risco no mundo
todo, tornando-o mais acessível, eficiente e preciso, tem sido parte relevante
desse esforço coletivo para melhorar o atendimento aos recém-nascidos no país,
prevenindo mortes e sequelas por meio de um modelo de saúde digital inovador,
que utiliza uma central de monitoramento, equipes especializadas e ferramentas
de inteligência artificial para assistir 50 UTIs neonatais em diversas regiões
brasileiras. Esta iniciativa já prestou assistência a mais de 11.000 bebês, com
monitoramento de sinais cerebrais superior a 700 mil horas.
“Entre os
pacientes de risco monitorados estão bebês com asfixia perinatal (falta de
oxigenação ao nascimento), prematuridade, malformação cardíaca e infecções.
Estamos falando da possibilidade real de detectar convulsões e outros agravos
clínicos potencialmente fatais, de forma precoce, preservando a vida e a
integridade do cérebro das crianças. Este é um avanço muito importante e que
atualmente está disponível em maternidades públicas e privadas do país”,
detalha o Dr. Gabriel Variane, neonatologista e fundador da PBSF.
Uma das maiores causas de morte
A asfixia
perinatal é considerada, pela OMS, como a terceira maior causa de mortes em
recém-nascidos em todo o mundo, representando 23% do total. No Brasil,
estima-se que 20 mil crianças nasçam, todos os anos, com falta de oxigenação no
cérebro. Esta situação pode ocorrer antes, próximo ao nascimento ou logo
depois. Além do risco de morte, este problema também pode causar lesões
cerebrais em bebês com idade gestacional entre 37 e 42 semanas.
Detector de crises
Um exemplo do impacto desse modelo de assistência é a redução dos índices de mortalidade infantil em três cidades com grandes maternidades públicas na Baixada Santista, que utilizam o sistema da PBSF. Essa atuação ganhou destaque internacional em um artigo publicado no JAMA Network Open em 2023, que descreveu a maior coorte de recém-nascidos com asfixia perinatal submetidos a monitoramento cerebral com ferramentas de saúde digital, originada no Brasil.
No estudo, 872 bebês foram monitorados, dos quais 296 (33,9%) apresentaram crises epilépticas. Desses bebês com crises, 89% tiveram crises subclínicas, sem sinais físicos, diagnosticadas apenas através do monitoramento.
“É
importante destacar que a mortalidade neonatal é o principal fator contribuinte
para a mortalidade infantil. Ações durante a gravidez, parto e os primeiros
dias de vida podem ajudar a reduzir ainda mais esses índices. Acreditamos que,
com o avanço da tecnologia, incluindo a análise de múltiplas informações
simultaneamente, o uso de inteligência artificial e ferramentas de realidade
imersiva, podemos contribuir progressivamente para a redução destas mortes de
recém-nascidos no Brasil e no mundo”, finaliza.
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