Educação ambiental é uma das competências recomendadas pela UNESCO
Tema deste ano do Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho),
a importância da terra para a vida é um dos conteúdos práticos que são
trabalhados nas escolas como parte da educação ambiental. Nesse contexto, o
envolvimento dos alunos em hortas comunitárias, noções de agricultura e
atividades de reciclagem são alguns dos aprendizados que as escolas podem
promover ao longo do Ensino Básico e serão essenciais para o futuro, de acordo
com a UNESCO.
A entidade recomenda a inclusão de princípios de Educação
para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) como elementos centrais do currículo
básico até 2025. A conclusão foi publicada em um estudo de 2021, em que a
entidade revelou que mais da metade dos planos e currículos escolares de 50
países não abordam o tema da mudança climática e apenas 19% deles tratam sobre
biodiversidade.
Além de metodologias pedagógicas de aprendizagem, como o
ensino, treinamento profissional e engajamento cívico, a UNESCO defende a
adoção de EDS que desenvolvem habilidades cognitivas, aprendizagem social e
emocional, habilidades de colaboração, resolução de problemas e construção de
resiliência.
Dia do Meio Ambiente o ano inteiro
Para a Escola Lourenço Castanho, rede de Ensino
Básico de São Paulo, a educação ambiental já faz parte do conteúdo curricular
desde o Ensino Infantil e se estende até o Fundamental.
“Atividades ambientais acontecem durante todo o ano. Não
paramos no dia 5 para falar sobre o Dia do Meio Ambiente, mas temos projetos
bimestrais, semestrais e anuais com os alunos que têm ligação com essa
proposta. Os mais novos têm os primeiros contatos com árvores frutíferas e
hortas, e os mais velhos, do Ensino Fundamental, estudam formas de agricultura
urbana”, disse Gabriela Kogachi, diretora da Lourenço Castanho da unidade
Alto da Boa Vista.
No Ensino Infantil, as crianças começam a participar de
projetos ambientais ligados ao cotidiano. “Elas vão para o Mercado Municipal de
Santo Amaro, entram em contato com os fornecedores de frutas, e no espaço Sabor
de Fazenda, observam formas diferentes de plantio de árvores, temperos e
flores. Na atividade, eles acabam provando um lanche feito com alimentos
plantados no local”, detalha.
Na escola, existe uma horta comunitária onde os estudantes
podem cultivar plantas e podem levar temperos e hortaliças. “Na volta das
férias, eles vão seguir para outra etapa de cultivo”, acrescenta.
Na Escola Lumiar, alunos do Fundamental 2 (4º e 5º
anos) desenvolveram um projeto multidisciplinar sobre fenômenos naturais
mediado pela tutora Serena Santos, que envolveu Ciências da Natureza e
Língua Portuguesa. O trabalho foi realizado no primeiro trimestre, com 19
alunos, e foi motivado pela curiosidade de entender por que havia tanta
ocorrência de desastres ambientais acontecendo no Brasil e no mundo, explica
Serena.
“O grande questionamento deles, conversando com o mestre
Yacov Rodrigues (Ciências da Natureza), era sobre o que eram desastres naturais
e não naturais. Estudando fenômenos como tufões, deslizamentos de terra e
cobertura vegetal, começaram a avaliar que desastres também são causados pela
falta de cuidado humano com o meio ambiente.”
As conclusões foram transformadas em um podcast chamado
Podpato, onde eles explicam as causas e consequências dos eventos climáticos.
“Foi um sucesso. Eles ficaram muito engajados no projeto mesmo depois que ele
acabou. Agora que está havendo essa ocorrência tão séria do Rio Grande do Sul,
eles estão tentando entender por que a cidade alagou daquela forma. É um
interesse coletivo e foi resultado de um grande trabalho.”
Meta de desenvolvimento sustentável
Para os estudantes do 3º ano, Gabriela explica que o contato
com o meio ambiente se dá por meio de projetos onde eles conhecem a geografia
da cidade e as hortas urbanas onde crescem várias espécies de plantas. “Esse
ano, eles vão explorar as atividades dessas hortas e oferecer água saborizada
ou chá das plantas que cultivaram na Mostra Cultural da escola.”
Neste ano, os alunos vão participar de projetos de hortas
comunitárias urbanas que se relacionam com a ODS 11 (meta de tornar as cidades
e comunidades sustentáveis) da ONU. “Os temas ambientais são permanentes na
escola”, reforça a diretora.
DCPC
A preocupação com o meio ambiente é um tema recorrente para
as crianças, disse Vitor Azambuja, cofundador e diretor criativo da
metodologia De Criança Para Crianças (DCPC). “Eles já têm contato com
eventos climáticos extremos, como a inundação do sul do Brasil. Nos vídeos,
eles transmitem a necessidade de uso consciente dos recursos e já tem a
mentalidade de preservação. São opiniões diretas e puras”, comenta.
O DCPC desenvolveu um método de aprendizado com base na criatividade.
Nas salas de aula, o professor media o tema da base curricular a ser trabalhado
e os alunos criam histórias com roteiro, narração e desenhos que são enviados à
plataforma do DCPC para ser transformados em animações. O DCPC já produziu mais
de 2.500 animações a partir de desenhos, roteiros e narrações de crianças da
rede pública de ensino fundamental 1 (6 a 12 anos).
Entre as animações com temática ambiental, estão o “Sol
salva el planeta (https://www.youtube.com/watch?v=plgjiMPU7Qg)”,
animação feita por crianças espanholas sobre a história de Sol, uma menina que
age para defender o meio ambiente.
Em português, o vídeo “Carta aos humanos: A vida da natureza
(https://www.youtube.com/watch?v=uCxzKc6bhds)” mostra como os animais terrestres e marinhos, além das
árvores, sofrem com a destruição de seu habitat e pedem às pessoas que a parem
de destruir o meio ambiente.
E o vídeo “O planeta reflorestado (https://www.youtube.com/watch?v=5I1uGTrTYIM)” mostra a luta de Matilda, uma super-heroína com poderes para
enfrentar pessoas que poluem a atmosfera e a sua luta com o super vilão que é o
principal poluidor do planeta.
Lumiar
Sobre o De Criança para Criança (DCPC)
O programa De Criança para Criança (DCPC) oferece um leque de metodologias de educação híbrida para escolas de todo o mundo. Do futuro para a escola, a proposta é oferecer às crianças a oportunidade de serem protagonistas, colocando-as no centro da aprendizagem. Através de uma plataforma simples, os professores são orientados a serem mediadores, fazendo com que os próprios alunos desenvolvam conhecimento sobre temáticas diversas. A partir de discussões, constroem coletivamente histórias, fazem desenhos e gravam locuções relativas às narrativas criadas, que posteriormente serão transformadas em animações feitas pelo DCPC, expandindo os horizontes educacionais.
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