Pele ‘perfeita’, sem nenhuma ruga, nem se fala mais! Agora, o importante é envelhecer com saúde - mesmo quando o assunto é beleza. Na última década, as terapias regenerativas, que focam em recuperar a função dos tecidos e células do corpo por meio de tecnologias como as células-tronco, ganharam espaço na medicina e chegaram na estética.
No mundo da beleza, cosméticos, tratamentos e suplementos caminham nesse sentido. Segundo Denise Barcelos, dermatologista speaker da Merz Aesthetics no Brasil, em vez de tratar as consequências do envelhecimento, essa visão pensa em como fazer com que as células se mantenham saudáveis. “As terapias regenerativas saíram dos laboratórios de pesquisa e vieram com força. A gente falava que elas eram o futuro, esse futuro já chegou”, afirma a médica.
A endocrinologista e nutróloga Vânia Assaly explica que, para envelhecer bem, é importante focar no estilo de vida e nutrir as células. “Sabemos que envelhecemos porque as células envelhecem. Desta forma, atuar nos mecanismos do envelhecimento celular pode trazer resultados na redução de doenças crônicas, aumentar a expectativa de saúde, bem-estar e qualidade de vida", diz ela.
Conheça cinco formas de regeneração da pele, que promete ser a próxima grande revolução dos cuidados com o órgão.
Nutrição celular
“Os trilhões de células que compõem os tecidos do corpo funcionam com a energia criada pelas mitocôndrias. Com o passar do tempo, a renovação mitocondrial diminui e mitocôndrias disfuncionais se acumulam nas células, acarretando problemas de saúde”, diz Vânia.
A mitofagia, uma espécie de faxina que renova as mitocôndrias, é essencial para renovação celular e manutenção da saúde. Gabriel Polidoro, fundador da longevity tech BetterBE, explica que a suplementação a nível celular é essencial para complementar o estilo de vida e promover a longevidade saudável.
“Os suplementos - Young
e Longevity -
atuam justamente para retardar os efeitos do tempo no corpo e ampliar a
performance celular. Hoje a gerociência [a ciência da longevidade] tem esse
desafio de ser a melhor forma de prevenção”, afirma Gabriel.
Os ‘andaimes’
Andaimes são estruturas que sustentam um prédio ou casa quando estão em obras. Na pele, eles funcionam da mesma forma, explica Denise. Tratamentos com preenchimento à base de ácido hialurônico e bioestimuladores de colágeno ajudam a recuperar a sustentação da pele, que é reduzida com a perda de massa muscular, óssea e de colágeno ao longo dos anos.
Denise afirma que a hidroxiapatita de cálcio, um composto orgânico
presente nos ossos e nos dentes e principal ativo do bioestimulador Radiesse, é
um dos principais mecanismos para esse propósito. “O mecanismo de ação
não-inflamatório [ou seja, regenerativo] do tratamento o torna um ‘andaime’
regenerativo, considerado um poderoso coadjuvante para reestruturação da
derme”, explica a dermatologista.
DNA e RNA
Os dois são fundamentais para o corpo humano. O DNA é uma espécie de “receita” genética, que armazena informações para produção de células e moléculas com o próprio RNA. O segundo sintetiza proteínas, que são bases de energia e atuam no sistema nervoso, mantendo o corpo saudável.
Nesse campo, o dermatologista Otávio Macedo explica que os exossomos, que processam RNA, e o PDRN, sintetizado a partir do DNA do salmão, são as grandes novidades da regeneração da pele que surgiram no último ano.
“Os exossomos fazem uma reprogramação tecidual para reparação da
pele e cicatrização. Eles são indicados para tratar quedas de cabelos,
alopecias, manchas, melasma, rosácea e para rejuvenescimento. O PDRN promove a
regeneração tecidual, melhora a textura da pele, reduz rugas e linhas finas e
possui propriedades anti-inflamatórias e hidratantes”, diz o médico
Células-tronco
Como no tratamento de doenças como o câncer, as células tronco chegaram para ficar na beleza. Novos procedimentos, como o Lipocube, aproveitam as células do próprio corpo para regenerar os tecidos da pele. Como são retiradas do próprio paciente, as chances de rejeição são praticamente nulas.
“Coletamos gordura e com tecnologia de ponta conseguimos
quebrá-las em diferentes tamanhos, dependendo da necessidade: mili, micro e
nano. As novas tecnologias permitem obter um material com um número maior de
células tronco em comparação a outros métodos, o que melhora o resultado”,
diz o dermatologista Bruno Lages.
Pistas bioquímicas
As pistas bioquímicas são terapias que ajudam a melhorar o ambiente das células nos tecidos do corpo, comunicando-se diretamente com elas. Denise explica que o foco aqui são as células, mas também o microambiente delas.
Na pele, o maestro é o fibroblasto. Essas células sintetizam o colágeno e atuam na renovação da matriz celular da pele, mas com o processo de envelhecimento, eles “adormecem”, reduzindo sua atividade. Procedimentos como a hidroxiapatita de cálcio têm o poder de ativar a função delas.
“Tratar as células e todos os processos que
envolvem o envelhecimento na causa é muito mais do que só tratar as
consequências. A qualidade da pele é o foco e a tendência é que os tratamentos
como harmonização facial, onde os resultados são imediatos, não mais se
sustentam e caiam em desuso”, finaliza Denise.
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