O Instituto Biológico, ligado à SAA, na capital paulista, abriga uma grande lavoura de café, que se tornou referência no estudo do comportamento do grão.
O café faz parte da rotina das pessoas em todos os lugares do
mundo. Muita gente só consegue começar bem depois dele. De acordo com dados da
Organização Internacional do Café (OIC), o café é a segunda bebida mais
consumida no Brasil, ficando atrás somente da água.
Segundo a pesquisa, os brasileiros tomam em média de 3 a 4 xícaras
de café por dia. Sendo o café expresso o preferido, seguido do café com leite e
o cappuccino. E foi por conta dessa paixão, não só brasileira, como também
mundial, que em 2015 a OIC criou o Dia Mundial do Café com o objetivo de
celebrar a bebida, seus produtores e a sua importância econômica para o mundo.
Cafezal do Instituto Biológico |
No Estado de São Paulo esse ano a produção de café foi avaliada em
5,4 milhões de sacas beneficiadas, representando um crescimento de 7,4% em
relação a 2023, de acordo com o “Acompanhamento da Safra de Café – 1°
Levantamento”, elaborado pelo Departamento Econômico da Federação da
Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP), com base em dados da
Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Em nível nacional, a produção deve
chegar a 58,1% milhões de sacas, um aumento de 5,5% em comparação à safra
anterior.
Mas se engana quem pensa que surgiu agora a relação do café com o
estado de São Paulo. No final do século XIX e início do século XX, a bebida
surgiu como o principal motor econômico do país, impulsionando um período que
ficou conhecido como “Era do Café” ou “Ciclo do Café”.
Neste período, São Paulo desempenhou um papel de destaque na
produção e comércio do produto, sendo considerado na época um dos principais
pólos econômicos do país. O sucesso da bebida teve impacto significativo no
desenvolvimento urbano da cidade.
Ainda hoje a história do estado de São Paulo com o café é
preservada. O Instituto Biológico (IB-APTA),ligado à Secretaria de Agricultura
e Abastecimento do Estado de São Paulo, localizado na Vila Mariana, na capital
paulista, abriga o maior cafezal urbano do mundo. “O cafezal do Instituto
Biológico foi criado para resolver o problema da broca do grão. Um inseto que
causa dano direto na produção”, conta Harumi Hojo, pesquisadora científica do
instituto.
As primeiras mudas de café foram plantadas no IB-APTA na década de
1950 e atualmente contam com 8 variedades do café arábica. O local se tornou um
espaço de diálogo sobre sustentabilidade, agricultura regenerativa orgânica, e
estudo do comportamento do café.
“Desde 2021, esse cafezal virou um projeto cadastrado
no NIT de Inovação Tecnológica”, relembra Harumi. “As pessoas quando vem
conhecer aqui adquirem muitos conhecimentos”.
Além de ser um ambiente de aprendizado e pesquisa, o cafezal
também possibilita o contato com a natureza sem precisar sair da cidade. Com a
rotina corrida da metrópole, muitas pessoas não conseguem tempo para viajar e
estar em contato com o meio ambiente, então, esse espaço facilita essa
interação.
“Uma vez por ano a gente convida a população para fazer a
vivência, para colher o café”, conta a pesquisadora. “É uma cultura muito
interessante para vir conhecer, que está dentro da cidade de São Paulo e as
pessoas não precisam se deslocar muito”, conclui.
Para realizar a visita, basta preencher um formulário disponível
no instagram do Cafezal Urbano (Link).
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