Do meio para o fim da pandemia, o dissenso político-ideológico explodiu no Brasil, dividindo pessoas e afastando familiares e amigos. Infelizmente, esse quadro segue como triste realidade e o país ainda é palco de uma guerra ideológica virulenta.
Quando entenderemos que essas desavenças são
periféricas porque, no fundo, o que um lado e outro desejam é exatamente o
mesmo: o bem, a justiça e sobretudo o amor? Acredito que isso acontecerá quando
compreendermos que acima de tudo deve estar o respeito, a harmonia,
corporificados no amor.
Do amor decorre o entendimento, a fraternidade, o
respeito a diferentes formas de pensar e a construção de um mundo melhor e mais
inclusivo. O amor é quase que indefinível, pois, ao mesmo tempo em que parece
abstrato, é tudo o que há de mais denso e poderoso.
Ele está em nós em maior ou menor medida e dele
necessitamos para nos mobilizarmos na vida, no mundo. Não podemos abdicar de
sua força criadora e restauradora. Por outro lado, a tolerância é um termo, a
meu ver, incompleto e inadequado. Como devemos apenas tolerar o outro? Não é
salutar.
Na verdade, o que o outro precisa é, no mínimo, de
respeito e consideração e isso só se obtém com amor. Mas só conseguiremos
apreender isso perfeitamente quando formos capazes de enxergar a nós mesmos nas
outras pessoas.
Foi a partir dessa premissa que escrevi o romance
“O amor em meio ao dissenso”, obra profunda que permeia as camadas factual,
filosófica e política de nosso tempo. O enredo do livro destaca ainda o aspecto
espiritual como uma grande força impulsionadora para a conciliação de
contrários.
Em uma realidade marcada por extremos opostos, faço
o convite para podermos evoluir em nossas concepções, a partir não de
conveniências pessoais, mas do sentimento que é capaz de mudar o mundo e
modificar positivamente as pessoas: o amor.
Newton Carneiro Primo - juiz e autor de “O amor em meio ao dissenso”
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