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As novas regras de publicidade médica definidas pela resolução nº 2.336/2023 do Conselho Federal de Medicina (CFM), entram em vigor na próxima segunda-feira (11). O documento foi publicado no Diário Oficial da União (DOU), no dia 12 de setembro de 2023 e define o que pode ou não ser utilizado como estratégia de marketing por médicos, hospitais e demais instituições de saúde.
Confira
algumas das principais mudanças regulamentadas pelo órgão;
A partir de agora é possível:
- Divulgar imagens de antes e depois dos pacientes, desde que
ocorra em caráter educativo;
- Marketing sobre produtos e equipamentos utilizados no local
de trabalho
- Divulgar de preços de consultas;
- Anúncios de especialidade ou pós-graduação seguindo normas
pré-estabelecidas;
- Compartilhar publicações de agradecimento feitas pelos
pacientes;
- Utilizar fotos do ambiente de trabalho com a equipe, desde
que todos autorizem o uso da imagem;
- Falar sobre emoções relacionadas ao trabalho;
É
proibido:
- Participar de propagandas ou publicidade de medicamentos,
insumo médico, equipamentos ou quaisquer outros produtos;
- Induzir a garantia de resultados;
- Atribuir capacidade privilegiada para aparelhos e conferir
selo de qualidade a produtos;
- Vender procedimentos de forma conjunta.
A jornalista e sócia proprietária da agência Comunicore, uma das que mais atende marketing em saúde no Brasil, Ceres Battistelli, alerta que atualmente o marketing médico é indispensável para alcançar o paciente e criar uma relação de confiança antes mesmo da primeira consulta.
"Atualmente
60% do público utiliza as redes sociais como o principal método de pesquisa
online e, 54%, o Google. E sobre as novas normas precisamos lembrar que nem
tudo que pode, deve ser feito. O antes e depois, por exemplo, precisa ser avaliado
de forma ética. Apesar da resolução liberar essa prática, ela pode ser barrada
pelas política das mídias sociais e a entrega do conteúdo ao público é muito
menor", afirma.
O
cirurgião bariátrico e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica
e Metabólica (SBCBM), Dr. Antônio Carlos Valezi, considerou a atualização
positiva para os profissionais. “Mesmo o antes e depois tendo a possibilidade
de gerar um grande impacto positivo na cirurgia bariátrica é importante
resguardar o paciente sempre com muita cautela e ética. Essa nova atualização
traz a possibilidade de publicidade médica para os tempos atuais, das redes
sociais, porém o uso deve ser feito com muita parcimônia”, ressalta.
Já
Gustavo Soares, cirurgião e presidente da Sociedade Brasileira de Hérnia,
ressalta que o paciente deve ser sempre prioridade. “Mesmo com a necessidade do
uso das mídias é importante ter cautela com a exposição e com a forma na qual a
informação será transmitida. O objetivo máximo de todos os médicos é cuidar da
saúde e respeitar o sigilo do paciente”.
Normas
das Redes Sociais -
Um ponto que merece atenção dos médicos é com os algoritmos das redes sociais,
que mesmo com a permissão do Conselho Regional, poderá banir profissionais que
infringirem a política de privacidade das plataformas virtuais.
O
especialista em estratégias de marketing médico e também Hed de Operações da
Comunicore, Rafael Schmitt, explica que os profissionais deverão ficar atentos
para evitar que sejam prejudicados pelos algoritmos das redes sociais.
“Estratégia e planejamento é muito importante, além de conhecimento profundo
das novas regras. Isso porque as plataformas possuem políticas próprias que
podem derrubar páginas e conteúdos”, completa.
Fotos
que contém exposição de pele, por exemplo, cirurgias, e sangue podem resultar
no banimento da conta do profissional.
As
regras do próprio CFM para essa prática prevêem a preservação da identidade do
paciente, alerta de indicações, complicações e resultados satisfatórios e
insatisfatórios do procedimento.
"O
objetivo das novas regras do CFM é bem claro: educar e informar o paciente. Com
isso, os médicos que se fazem presentes nas redes sociais deverão ficar atentos
na forma com que passam estas informações a fim de evitarem consequências na
esfera civil e, para isso, é muito importante o suporte de uma equipe de
marketing", afirma Ceres Battistelli.
As
regras do CFM também são aplicadas para situações nas quais os médicos são
convidados para conceder entrevistas à imprensa, quando deve se portar como
representante da medicina e evitar buscar clientela.
Como será a fiscalização
Segundo
o CFM, um aplicativo será disponibilizado para que os próprios médicos atuem
como fiscais da atuação profissional, podendo denunciar práticas ilegais.
O processo de atualização das normas durou mais de três anos e envolveu consulta pública com mais de 2.600 sugestões, webinários e reuniões com sociedades médicas, conforme informado pelo CFM.
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