A vacina
quadrivalente já está disponível em unidades da rede particular de todo o país,
enquanto a rede pública oferece a vacina trivalente
A campanha de vacinação contra a gripe foi antecipada
neste ano para o mês de março nas regiões Centro-Oeste, Sudeste, Sul e
Nordeste. Na rede privada, a vacina quadrivalente oferecerá, em 2024, proteção
contra dois vírus de Influenza A (H1N1/Victoria e A-H3N2/Thailand) e dois
subtipos de Influenza B (Victoria e Yamagata). Já o imunizante disponível no
SUS é a vacina trivalente, que protege contra dois vírus de Influenza A
(H1N1/Victoria e H3N2/Thailand) e os subtipos de Influenza B Austria/Victoria.
O aumento na circulação do vírus levou as autoridades
a iniciarem logo a campanha, que normalmente ocorre entre os meses de abril e
maio em todo país, como forma de aumentar a proteção da população com as
complicações da doença. A única região na qual a vacinação ocorrerá no segundo
semestre será no Norte, no período conhecido como Inverno Amazônico, momento de
maior transmissão da gripe na região.
As unidades do Sabin Diagnóstico e Saúde que
possuem serviço de imunização em todo o país já receberam as primeiras doses da
vacina quadrivalente. A infectologista Ana Rosa dos Santos, consultora do
serviço de imunização da empresa, destaca que a vacinação anual é a defesa mais
eficaz contra a gripe e suas complicações. “A cada ano, a Organização Mundial
da Saúde (OMS), por meio de laboratórios referência para influenza, atualizam a
composição da vacina para gripe com os vírus circulantes, pela capacidade do
vírus de sofrer mutações genéticas, visando garantir efetividade e eficácia do
produto. Por isto, a vacina precisa ser atualizada constantemente para acompanhar
as cepas em circulação”, explica.
A infectologista ressalta que a eficácia da vacina
da gripe é resultado de uma cuidadosa combinação entre as cepas predominantes
no ano anterior. “Estudos clínicos demonstram sua segurança, com menos de 1%
dos vacinados apresentando efeitos colaterais graves”.
A imunização é recomendada para crianças a partir
de 6 (seis) meses de idade e adultos sem limite de idade. Até os 8 anos de
idade, devem ser administradas duas doses na primeira vez (primovacinação), com
intervalo de um mês entre elas. Nos anos seguintes e a partir dos 9 anos de
idade, a aplicação é anual.
As principais complicações da influenza vão além da
doença respiratória aguda, pelo impacto causado nos principais órgãos em
pacientes idosos, principalmente, naqueles com comorbidades e imunodeprimidos.
Por isso, nos últimos anos, uma vacina específica para maiores de 60 anos foi
padronizada de acordo com os requisitos da OMS e regulamentação brasileira para
a campanha do Hemisfério Sul. Ela contém 240 microgramas (mcg) de hemaglutinina
(HA) por dose de 0,7 mL, recomendada de 60 mcg de HA de cada uma das quatro
cepas de influenza (A/H1N1, A/H3N2, B/linhagem Victoria e B/linhagem Yamagata).
Além disso, reforça Ana Rosa, é fundamental que a
população se imunize, especialmente neste ano, quando as vacinações contra a
covid-19 e dengue também estão em andamento. “Ambas as vacinas podem ser
administradas simultaneamente, garantindo uma proteção abrangente contra essas
infecções virais”.
É recomendado que pessoas com febre aguardem antes
de receber a vacina, assim como pacientes com infecção por covid-19 e dengue
devem estar plenamente recuperados antes de se vacinarem contra a gripe.
“Aprendemos com a pandemia de covid-19: espirrar com lenço, usar antebraço no
espirro, higienizar sempre as mãos, solidariedade, resiliência, paciência etc.
Na higiene pessoal: uso do álcool gel, saber lavar as mãos, não tocar as mãos
nos olhos, boca e nariz, uso de luvas e máscaras, distanciamento e isolamento
social e evitar aglomeração”, enfatiza a médica.
A imunização é a melhor forma de prevenção contra a
gripe, uma doença que pode ser transmitida diretamente, por meio das secreções
das vias respiratórias de pessoas contaminadas ao espirrar, tossir ou falar,
além de ser transmitida indiretamente, pelo contato com superfícies
contaminadas por essas secreções respiratórias.
É importante ressaltar que a gripe, apesar de
muitas vezes considerada uma doença passageira, pode levar a complicações
sérias, como infecções bacterianas, o que ocorre, em especial, a pessoas com o
sistema imunológico comprometido. “A vacinação não só protege o indivíduo
vacinado, mas também ajuda a prevenir a propagação do vírus, beneficiando
especialmente os grupos de risco, como idosos e imunossuprimidos, com uma
vacina específica para essas pessoas”, observa a consultora do Sabin
Diagnóstico e Saúde.
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