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terça-feira, 12 de março de 2024

Estados em emergência por dengue; confira métodos de prevenção

 Especialista do Hospital Sepaco alerta para a importância da vacinação e sugere métodos alternativos de prevenção 

 

Nove unidades da federação já decretaram estado de emergência por dengue. Nesta terça-feira, 5 de março, São Paulo anunciou o decreto, devido ao aumento de casos. A doença é considerada uma epidemia, pois ultrapassou mais de 300 casos para cada 100 mil habitantes. 

A infectologista Lisia Miglioli Galvão, do Hospital Sepaco, alerta para os principais grupos de risco. 

“Os grupos de maior risco são as crianças menores de 2 anos, adultos com mais de 65 anos, gestantes, obesos, pacientes portadores de doenças crônicas como hipertensão arterial e outras doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, doenças pulmonares como DPOC e asma, doenças hematológicas, doença renal crônica, doenças hepáticas e autoimunes”, explica a médica. 

Em medida também recente, o Ministério da Saúde decidiu ampliar a vacinação contra a dengue para adolescentes de 14 anos. Foi um pedido das secretarias estaduais, porque nos postos de saúde a procura por imunização está muito baixa, embora seja a principal maneira de prevenir a doença. 

“A vacina da dengue disponível no SUS e nas clínicas particulares é a QDENGA®. Está liberada para indivíduos de 4 a 60 anos. Deve ser administrada por via subcutânea em 2 doses, com intervalo de 3 meses entre as doses. Não há indicação de dose de reforço. Pode ser tomada por pessoas que já tiveram dengue. Após ter dengue, recomenda-se aguardar 6 meses para receber a vacina”, afirma a infectologista do Hospital Sepaco. 

Apesar da importância da vacina, nem todas as pessoas estão aptas a recebê-la, como explica Lisia: “Está contraindicada para pessoas com hipersensibilidade a qualquer componente da formulação; pessoas com imunodeficiência congênita ou adquirida, incluindo pacientes em uso de terapia imunossupressora como quimioterapia e altas doses de corticoide; pacientes com HIV sintomático ou HIV assintomático com evidência de função imunológica comprometida; gestantes e lactantes”. 

Com a vacina ou não, o repelente é uma das maneiras mais eficazes de criar barreiras químicas para afastar o Aedes aegypti. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a Anvisa recomendam que, para ser efetivo contra o mosquito da dengue, o repelente deve conter uma das seguintes substâncias: Icaridina, DEET ou IR3535. Entretanto, existem métodos alternativos para prevenir a chegada dos mosquitos. 

“Para afastar o mosquito, sugere-se o uso de roupas compridas e de cor clara; uso de telas em janelas e portas; uso de mosquiteiro ao redor das camas; uso de inseticidas em spray ou de tomada. É importante lembrar que a principal forma de prevenção é eliminar o foco do mosquito em qualquer tipo de recipiente com água parada”, alerta Lisia. 

Com a recente alta de casos de COVID-19, cresceu a preocupação por casos de infecção simultânea com a dengue, mas esse tipo de caso é incomum. 

“A diferenciação deve ser feita após atendimento médico especializado e mediante algumas características clínicas, o médico poderá distinguir as infecções, com confirmação diagnóstica após exames adequados. Mediante definição diagnóstica, será realizado o tratamento pertinente”, esclarece a médica. 

A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus da família Flaviviridae, gênero Flavivirus. Este vírus possui quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3, DENV-4. Após ser infectado por um dos sorotipos, o sistema imune desenvolve uma resposta inicial e transitória contra todos os tipos durante alguns meses. Posteriormente, a imunidade desenvolvida será específica ao sorotipo da infecção, e a pessoa fica suscetível a novas infecções pelos demais sorotipos.


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