Falar sobre a igualdade de gênero no mercado pode parecer um assunto batido, mas, infelizmente, ainda vemos muitos desafios enfrentados por elas. Principalmente, em cargos de liderança e, ainda, em mercados majoritariamente masculinos, como o tech. Embora estejamos em um movimento contínuo na luta por essa igualdade, muito ainda precisa ser colocado em pauta sobre as dificuldades que elas enfrentam nestas carreiras, para que possamos ver cada vez mais representantes inspiradoras que revertam essa realidade.
Mesmo analisando um setor tão próspero e rico de
oportunidades como o de TI, o cenário que vemos acerca da inserção e
valorização das profissionais nessa área é preocupante. Em dados divulgados
pela pesquisa Woman in Technology, como prova disso, foi identificado que menos
de 20% dos cargos das áreas de tecnologia no Brasil são ocupados por mulheres.
Se tratando das posições de liderança, o choque é ainda maior: totalizando apenas
12% que são mulheres, segundo outro estudo da KPMG com a Harvey Nash.
Reduzir essas porcentagens não é uma missão fácil,
mas possível de ser feita se, primeiramente, houver uma compreensão das
dificuldades que prejudicam essa igualdade para que, a partir disso, sejam
estabelecidas medidas de combate a esse objetivo.
Por isso, confira abaixo cinco desafios
consideráveis que devem ser levados em consideração neste aspecto:
#1 Falta de
representatividade: a falta de apoio e incentivo à
representatividade feminina, principalmente em cargos liderança, é um dos
maiores fatores que fazem com que muitas profissionais deixem este mercado,
conforme foi divulgado no relatório “Tech Leavers Study”. Precisamos de
mulheres que inspirem e sirvam de apoio para que cada vez mais talentos
alcancem este êxito, principalmente, diante da baixa quantidade de iniciativas
existentes em muitas empresas que acaba dificultando esse processo.
#2 Estereótipos: quem nunca ouviu que o mercado tech é “trabalho de homem”? Muito costuma
ser associado a profissões destinadas a cada gênero, o que, invariavelmente,
dificulta que elas alcancem uma posição de liderança neste setor. Esses
estereótipos só desencorajam que elas entrem nessa área, e precisam ser
combatidos para que não existam mais esses pensamentos limitantes de gênero.
#3 Cultura organizacional: é dever das mulheres conciliar suas responsabilidades profissionais às
do lar e família, enquanto dos homens é focar em seus trabalhos. Pode parecer
antiquado, mas, até hoje, esse pensamento é enraizado em nossa sociedade e,
muitas vezes, refletida na cultura das empresas – o que gera, por exemplo, em
um tempo de licença paternidade significativamente menor do que a materna. Essa
questão também precisa ser vista e analisada em como está refletida na cultura
organizacional, para que não acabe prejudicando a luta pela igualdade de
gênero.
#4 Discriminação e assédio: essa é uma questão que, infelizmente, ainda é vista em muitas empresas,
principalmente as que contém um time majoritariamente masculino. Seja qual for
o tipo de discriminação ou assédio, são situações extremamente desconfortantes
e prejudiciais à presença feminina no local, o que desmotiva que permaneçam na
empresa e alcancem posições de liderança.
#5 Falta de diversidade: times com diferentes visões, experiências, idades e hábitos são
excelentes para trazer novas ideias e processos às empresas – especialmente, em
prol de mudanças internas que impulsionem essa diversidade em todos os
sentidos. Já aquelas que pecam nesse quesito, por sua vez, não criam o ambiente
necessário para que elas consigam crescer e prosperar em suas áreas.
A luta pela inserção e valorização da mulher no
mercado tech sempre foi grande, assim como em muitos outros setores como o
esportivo, de engenharia etc. É fato que já estamos presenciando um movimento
importante sobre isso, porém, muito ainda precisa ser mudado em relação à
conscientização e aplicação de medidas que combatam essa realidade.
Precisamos reconhecer tudo o que foi conquistado
até aqui e continuar promovendo ambientes profissionais cada vez mais inclusos,
através de ações que não se limitem à liderança feminina. Afinal, existem
muitos outros grupos minoritários que também enfrentam grandes dificuldades de
valorização no mercado e, quanto mais nos unirmos em prol de um mesmo objetivo,
mais forte estaremos para termos as mesmas oportunidades e conquistarmos nossos
sonhos.
Camila Paiva - Diretora de Gente e Gestão da Pontaltech,
empresa especializada em soluções integradas de voz, SMS, e-mail, chatbots e
RCS.
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