A intuição pode ser, por vezes, confundida com o que algumas
pessoas costumam chamar de “sexto sentido”, porém a intuição é muito mais
profunda e palpável. Esta percepção feminina tem muito mais a ver com
sensibilidade, fruto de uma sabedoria herdada de nossas mães e avós. É uma
capacidade de discernir diferente em situações decisivas ou críticas.
Mesmo que alguns homens possam ter certa sensibilidade, somos
diferentes. Homens e mulheres são por essência diferentes, possuem talentos e
experiências próprias. Por isso, a intuição é uma característica bem mais comum
à mulher.
E como, então, a mulher pode contribuir com a sociedade a partir
da sua percepção mais aguçada e sensível? Te convido a refletirmos um pouco
acerca disso.
Sabe aquele sentimento que surge do nada e incomoda frente a um perigo
ainda não iminente, sem sabermos explicar sua origem? É a intuição. Isto é, a
capacidade de dizer o que é, por vezes, inexplicável. Aquela opinião solicitada
por seu esposo ou namorado frente a algo que ele está inseguro de decidir,
fazer. Aquela visão esclarecedora que ele espera de você, esta é a intuição.
Nessas e em tantas outras situações, a intuição pode ser colocada a serviço
próprio e também do outro.
Obviamente que nós, mulheres, não podemos usar deste artifício
para nos considerarmos “donas da verdade”. Se o meu e o seu coração não
estiverem intimamente ligados ao Senhor e ao discernimento no Espírito Santo,
sairão de nossas bocas apenas palavras soltas, palavras vãs, das quais o mundo
está cheio!
Recordo sempre de uma cena em que meu esposo diz que foi
decisiva para ele me pedir em namoro. Éramos amigos e frequentávamos o
ambiente universitário por algumas horas. Certo dia, ele disse que, ao
atravessar o portão de entrada da faculdade, me viu parada no pátio,
contemplando e tentando tirar uma foto do lindo pôr do sol que estava por
detrás de uma árvore. Naquele momento ele disse a si mesmo que queria se casar
comigo, pois enquanto ele (homem) só via mais um dia comum, eu (mulher) via uma
cena incrível da natureza a nos presentear em mais um dia de vida. Ele sabia
que precisava, na vida dele, de alguém que visse as coisas com outros olhos.
Para mim, minha atitude no pátio era algo natural, mas para ele
fez toda a diferença. E saber disso, que trago outro olhar e sensibilidade para
a vida do outro, não é algo trivial. Por isso, não devemos nos acostumar com o
que sentimos, com nossas atitudes que consideramos apenas pessoal. Devemos
transformar nosso dom e sensibilidade em dedicação, em serviço ao outro.
Usemos dos dons que Deus nos deu para sermos melhores e fazermos o
mundo se encantar com a beleza que passa despercebida na correria do dia a dia.
Que Deus abençoe seus dons, sua intuição! Com carinho, Camila Carvalho Duarte.
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