Com uma metodologia pautada na
paciência, Wagner Brandão é um dos poucos comportamentalistas animais do
Brasil. Adestrou desde moscas até tigres e tigresas.
Existe uma crença enraizada na sociedade de que os animais são seres extremamente diferentes dos seres humanos. Os pets, tanto de estimação quanto os da natureza, sofrem com problemas de saúde física e emocional como depressão, síndrome do pânico, fobia e principalmente ansiedade.
Conforme revelado por um estudo conduzido pelos cientistas da Universidade de Helsinque, na Finlândia, cerca de três em cada quatro cachorros vivenciam episódios de ansiedade. Essa condição, mais conhecida como ansiedade de separação, geralmente se desencadeia na ausência de seus tutores, manifestando-se através de sintomas como medo, falta de atenção, agressividade, sensibilidade a ruídos e comportamentos compulsivos. Contudo, a boa notícia é que a ansiedade animal pode ser superada com a assistência de um profissional comportamentalista, cuja abordagem difere significativamente dos métodos tradicionais de adestramento, sendo pautada pela paciência, precisão e uma atenção individualizada ao animal.
Wagner Brandão é um dos trinta comportamentalistas animais no Brasil formado pela USP (Universidade de São Paulo) em 2002, em uma turma exclusiva. Residente em São Paulo, Wagner já adestrou mais de quinhentos cachorros e não se restringe apenas a essa espécie. Em sua carteira de “clientes," encontram-se gatos, hamsters, peixes, tigres, tigresas e até mesmo moscas.
"Quando um cachorro apresenta um comportamento anormal, como
fazer xixi no lugar errado, latir incessantemente ou morder os móveis, é comum
pensar em chamar um adestrador. Isso não está errado; em alguns casos, o
adestrador pode resolver o problema. No entanto, meu método comportamentalista
é mais específico. Poderíamos dizer que eu venço o animal pelo cansaço; minha
metodologia se baseia na paciência. Eu não aplico broncas ou repreensões, sou paciente
e trabalho no aspecto psicológico do pet, sempre buscando compreender as raízes
do comportamento e como tratá-lo." comenta Wagner Brandão.
Ex-investigador da Polícia Civil, em 2005, Wagner foi convocado
para treinar cachorros para faro e ataque na mesma. Entre seus feitos notáveis,
o comportamentalista foi responsável por treinar um cachorro na cidade de
Franco da Rocha - SP, para rastrear cheiros específicos de um tipo de sangue,
facilitando o reconhecimento de possíveis vítimas de crimes e desaparecimentos.
Além disso, Wagner desenvolveu projetos de interação entre cachorros e crianças
autistas para promover o estímulo muscular e o desenvolvimento psíquico delas.
Parceiro de mais de 156 protetores de animais independentes,
Brandão também é um ativista da causa animal. Para o futuro, sua meta é abrir
uma creche e um hotel animal. "A creche e o hotel animal são propostas
diferenciadas, ao contrário dos estabelecimentos convencionais que, geralmente,
aceitam apenas cachorros. Em meu projeto, gatos e até outras espécies serão
bem-vindos. Tudo com preços acessíveis e o máximo de segurança. Além disso, o
treinamento comportamentalista animal poderá ser realizado durante a
hospedagem, se for desejo do tutor”, resume.
Atualmente, Wagner atende tanto de forma online quanto presencial,
oferecendo pacotes de cinco a dez aulas. O comportamentalista não impõe um
tempo máximo para atender seus clientes; cada aula é cuidadosamente planejada e
conduzida de acordo com a necessidade de cada um. A rapidez também é uma das
suas principais características, isso porque de cinco a dez aulas o animal já
está adestrado. Além disso, o comportamentalista oferece consultorias onlines
gratuitas aos tutores de cães, onde tira dúvidas, conhece mais sobre o cachorro
e passa alguns exercícios comportamentais.
Wagner assegura que nunca encontrou um pet que não pudesse ser adestrado. "Tenho uma taxa de eficiência de 100%. Jamais recebi relatos de cachorros, gatos ou outros animais não adestrados, e para mim, isso é apenas o começo. O futuro reserva ainda mais parcerias, projetos e tutores conectados com seus pets.", finaliza o comportamentalista.
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