Cirurgião plástico Matheus Manica
e dermatologista Paula Rahal explicam os riscos dessas substâncias e como
usá-las de forma seguraAdobe Stock.
Com a chegada de fevereiro, é hora de tirar
as fantasias do armário. Junto com elas, artefatos típicos dessa época são a
espuma de carnaval e as tintas para o rosto, presentes nas folias de adultos e
crianças. Embora sejam frequentes nas festividades, esses elementos podem
representar riscos à saúde se não forem utilizados da forma correta. O
cirurgião plástico Matheus Manica e a dermatologista Paula Rahal alertam para
os riscos envolvidos e dão dicas para garantir uma folia com segurança.
Espuma de carnaval
Os sprays de espuma são bastante populares no
carnaval, mas, ainda que legalizados, podem ser muito perigosos. Entre seus
riscos, estão conjuntivite e irritação nos olhos. Em contato com a pele, podem
provocar alergias, irritações e, na presença de fontes de calor, também
queimaduras.
“Isso acontece porque, na composição desses sprays, está presente o gás propelente, uma mistura de gás propano e butano, que é o mesmo utilizado na cozinha, ou seja, uma substância altamente inflamável”, explica Matheus Manica.
Caso seja ingerido, o produto pode provocar intoxicação e problemas no sistema nervoso central, como tonturas, confusão mental e asfixia. O uso do gás é proibido no Brasil, por isso é recomendado cuidado redobrado ao comprar espumas como essa, checando sua composição.
“Após a utilização da espuma, deve-se lavar e secar bem as mãos, assim como as partes do corpo atingidas com água em abundância, para evitar o contato prolongado da pele com as substâncias. Caso os sintomas persistam, é necessário buscar a avaliação médica”, recomenda Rahal.
Tintas
para o rosto
Outra prática frequente no carnaval é a pintura no rosto e no corpo, como parte da fantasia. No entanto, é preciso atentar para as tintas adequadas a isso. A depender do produto utilizado, corre-se o risco de despertar reações alérgicas na pele e nos olhos, além de poder surgir dermatite, que provoca sintomas como coceira, vermelhidão, descamação e alteração na superfície da pele.
“Aqui novamente deve-se ter atenção especial com as crianças. Por ainda não terem todos os mecanismos de autoproteção presentes nos adultos, as crianças apresentam maior sensibilidade a substâncias externas. Assim, recomenda-se para elas a utilização de produtos hipoalergênicos, para evitar que desenvolvam dermatite de contato, uma erupção cutânea ocasionada por uma reação alérgica”, alerta Matheus Manica.
“É importante ressaltar que, ainda que seja hipoalergênica, a tinta guache não deve ser utilizada para pintura corporal. Em contato com a pele, ela pode causar ardor, coceira e vermelhidão e, nos piores quadros, inchaço nos olhos e na boca e mesmo falta de ar. Ao comprar uma tinta para pintar o rosto, deve-se optar por aquelas específicas para esse fim, que sejam dermatologicamente testadas e a base de água, sem látex e parabenos, pois essas são menos agressivas e podem ser retiradas com maior facilidade”, acrescenta Paula Rahal.
Para a retirada do produto, deve-se utilizar demaquilante sem álcool em sua composição, não sendo necessário esfregar a pele. E, para a limpeza da pele, água e sabonete.
Matheus Manica - Cirurgião Plástico, pós-graduado e especialista em Dermatocosmiatria pela Faculdade de Medicina do ABC. Professor de Estética da Faculdade de Medicina do ABC. Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Paula Rahal - Dermatologista da Clínica Dr. Otávio Macedo & Associados, de São Paulo. Graduada pela Faculdade de Medicina do ABC. Especialização em Dermatologia no Hospital Estadual Infantil Darcy Vargas. Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. Pós-graduada em Oncodermatologia pelo Hospital Albert Einstein.
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