Quando o paciente avança para sintomas
graves, é preciso hidratação via soro no hospital, pois esse é o tratamento
mais importante para quem está com dengue. Diagnósticos da doença no Hospital
Sugisawa em janeiro já são maiores do que a soma de casos em 2023Shutterstock
A dengue não tem um tratamento antiviral específico. O que se faz é repouso, muita hidratação e analgésicos para aliviar as dores. No entanto, quando o paciente evolui para os sintomas graves, um deles pode impedir a parte mais importante do restabelecimento: a hidratação do corpo. Isso porque o vômito e as dores abdominais muitas vezes impedem que o paciente tome água, nesses casos é preciso correr e buscar a hidratação via soro em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais.
Flávia Cunha Gomide Capraro, médica infectologista do Hospital Sugisawa, mostra que, em geral, os sintomas são leves a moderados. “O primeiro deles, que surge abruptamente, costuma ser a febre, depois dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores no corpo, dor abdominal, fadiga, fraqueza, manchas, erupções e coceiras na pele. Então é preciso buscar orientação médica. Também é necessário parar e fazer muito repouso e hidratação”.
Caso
os sintomas se agravem é preciso voltar ao médico, para definir o
acompanhamento. “Os sintomas graves da dengue são vômitos (que impedem que a
pessoa se hidrate em casa), dor abdominal, confusão mental, sangramento
gengival, pontinhos vermelhos na pele, entre outros. A desidratação é o
problema mais grave para quem está com dengue, pois prejudica a recuperação.
Mesmo que o paciente não tenha diarréia, o vômito gera desidratação moderada a
severa. Nestes casos, é preciso que receba soro e acompanhamento médico no
hospital”, ressalta.
Diagnósticos de dengue se multiplicaram em janeiro
No Hospital Sugisawa, em Curitiba, as suspeitas de infecções por dengue se multiplicaram em janeiro e fevereiro de 2024 e já são maiores do que a soma de diagnósticos do ano passado.
Só entre junho e dezembro de 2023, o Hospital Sugisawa solicitou 146 exames para confirmação de dengue, dos quais 16 deram positivo. Já em janeiro e fevereiro (até dia 22), foram 147 solicitações de exames, dos quais 23 foram positivos para a doença.
O
alerta acendeu no mês de dezembro. Até então, a média de exames solicitados era
18 por mês. Em dezembro, foram 35 solicitações e 1 confirmação. Isso depois do
Sugisawa ter ficado quatro meses consecutivos sem nenhuma confirmação de
dengue.
Em
janeiro, a situação “explodiu”. Foram 85 solicitações de exame e 12
confirmações da doença. Ou seja, em dezembro, apenas 2,8% das suspeitas se
confirmaram. Em janeiro, 14% de todas as suspeitas positivaram para dengue. E a
tendência é que no fechamento dos números do mês de fevereiro a situação seja
ainda mais alarmante.
Outro fato que colocou a equipe do Hospital Sugisawa em alerta máximo é que, até então, os casos de dengue atendidos no hospital, que é sediado em Curitiba, eram importados. Ou seja, o paciente foi picado pelo mosquito em outras regiões e voltou de viagem doente. Desde janeiro, casos autóctones (infecção na cidade de residência) começaram a ser atendidos no Sugisawa.
Prevenção
da dengue
A infectologista Flávia Capraro ressalta que é preciso evitar toda e qualquer água parada. “A fêmea do mosquito aedes aegypti prolifera seus ovos na água parada. E é pela picada do mosquito que o ser humano é infectado. O uso de repelente também é altamente recomendado”.
A vacina está disponível na rede particular, porém com a alta procura, já está em falta em muitos locais. E na rede pública, está sendo incorporada nos sistemas de saúde. O Paraná recebeu nesta quinta-feira (22) o primeiro lote de vacinas com 35.025 doses do imunizante que serão distribuídas aos municípios mais afetados para a aplicação na faixa-etária recomendada pelo Ministério da Saúde, que são inicialmente crianças de 10 e 11 anos de idade.
Hospital Sugisawa
Facebook: HospitalSugisawa
Instagram: @hospitalsugisawa
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