Fim da menstruação, queda de libido, fogachos, mudanças na região íntima e instabilidade emocional: essas são as alterações mais conhecidas da menopausa. Entretanto, esse período não pode ser resumido apenas a isso, uma vez que há modificações em todo o organismo e, consequentemente, há sintomas que, embora menos conhecidos, podem surgir mesmo antes do fim completo do período menstrual. Segundo números divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), até 2030, serão 1 bilhão de mulheres atravessando a menopausa. O Brasil tem, aproximadamente, 29 milhões de mulheres entre climatério e menopausa, o que totaliza 27,9% da população feminina brasileira, em pesquisas do IBGE. Abaixo, seguem quatro fatos que você, provavelmente, não sabia sobre esse período da vida.
1)
Sim, é possível engravidar na menopausa
Se engana quem pensa que a menopausa é o fim para aquelas mulheres
que querem engravidar. Hoje em dia, com o avanço da ciência, é possível ter
filhos em idades mais avançadas, seja por meio do congelamento de óvulos ou
mesmo da ovodoação. Ou seja, embora as chances de engravidar durante essa fase
sejam pequenas, não estão descartadas. “Embora a mulher não produza óvulos de
forma natural durante a menopausa, seu útero não envelhece. Por isso, é
possível gestar um bebê saudável caso um embrião seja introduzido no útero”,
explica a ginecologista Natacha Machado, que também é
diretora clínica da Plenapausa, femtech voltada para mulheres na menopausa.
2)
Dor nas articulações: um sintoma pouco conhecido
Assim como os outros sintomas, as dores articulares na menopausa
também são causadas pelas alterações hormonais. Isso acontece pelo seguinte
motivo: existem receptores de estrogênio nas articulações. Este hormônio
protege os ossos e ajuda a manter baixa a inflamação das articulações. Durante
a perimenopausa, que é o primeiro estágio da menopausa, os níveis de estrogênio
diminuem e as articulações podem inchar e ficar doloridas.
A diminuição dos níveis de estrogênio também contribui para a
perda de densidade óssea. Outro fator que gera dor articular, pois a redução da
massa óssea deixa os ossos mais fracos e quebradiços, desenvolvendo então a
osteoporose. Outra informação sobre esta questão é que a redução de estrogênio
também gera inflamação das articulações, um problema chamado osteoartrite.
3)
Mudanças na pele e no cabelo
Com a perda do colágeno, por causa da queda do estrogênio, a pele
tende a ficar mais flácida e fina, enquanto há diminuição no crescimento dos
cabelos, que ficam mais quebradiços, opacos e ressecados. De acordo com a
Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o colágeno é um dos grandes
responsáveis por manter a firmeza da cútis e isso acontece porque seus
ligamentos atuam como uma espécie de adesivo entre as células, mantendo o
tecido cutâneo unido. Diante disso, seus efeitos são primordiais para a saúde e
para a beleza, doando firmeza, elasticidade e hidratação à derme, além de
contribuir para mantê-la mais protegida e conservada.
Considerar suplementos pode ser uma estratégia eficaz para
compensar a diminuição natural que ocorre durante a menopausa. “Esses
suplementos promovem a saúde da pele de dentro para fora. A suplementação com
colágeno apresentou efeitos positivos em relação a critérios estéticos da pele,
em especial a hidratação, abrangendo também critérios como elasticidade, melhor
aparência de linhas de expressão e rugas, bem como a redução no grau de
celulite”, diz a CEO da femtech Márcia Cunha.
4)
Calorão não atinge todo mundo, não!
Comparado a uma labareda que percorre o corpo, o tão famigerado
calorão atinge de 60% a 80% das mulheres na menopausa. As ondas de calor,
também conhecidas como fogachos, podem mudar em 4ºC a temperatura dos pés à
cabeça em questão de segundos. E para quem sofre com esses sintomas, o verão
costuma ser ainda mais desafiador.
De acordo com estudo do periódico da Sociedade Americana de Menopausa, o qual avaliou mais de 12 mil mulheres com idades entre 40 e 65 anos no Brasil, Canadá, México, Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia, as ondas de calor durante a menopausa estão ligadas à diminuição do estrogênio, o principal hormônio feminino. As mulheres brasileiras foram as que relataram os fogachos com maior intensidade, representando 36,2%, equivalente a um terço das entrevistadas. O clima foi o fator determinante, visto que o Brasil é um país mais quente.
Natacha Machado - Ginecologista e diretora clínica da femtech Plenapausa. Especialista em saúde feminina, saúde íntima, hormônios femininos, implantes hormonais, colposcopia, sexualidade e rejuvenescimento íntimo.
Márcia Cunha - Fundadora e CEO da Plenapausa, Márcia é empreendedora de segunda viagem, graduada em Economia e MBA em Gestão Estratégica de Negócios pela FGV. Sempre inserida no universo feminino, formou-se em Psicanálise pelo CEP SP, a fim de compreender ainda mais as mulheres. Ela é Business and Executive Coach formada pelo ICI, possui mais de 18 anos de experiência profissional e atuou em organizações nacionais e multinacionais de grande porte como Alcoa, Delphi, Vivo e Epay Worldwide.
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