De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o agronegócio representou 24,8% do PIB do Brasil em 2023. E, não há como negar que a tecnologia se tornou uma grande aliada desse crescimento. Como prova disso, segundo dados da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), cerca de 67% das propriedades agrícolas já aderiram ao uso de algum tipo de inovação tecnológica. Por sua vez, diante da atual era de transformação digital, que também acomete o segmento, é importante compreender como as novas tecnologias podem contribuir para o futuro do setor.
A utilização da tecnologia no campo já é uma
realidade, uma vez que agrega benefícios que incluem a mitigação e gestão de
riscos operacionais, rastreabilidade, confiabilidade, redução de custos,
integração da equipe, comunicação, entre outros ganhos que proporcionam um
crescimento sustentável para o setor. Tais vantagens favorecem que o setor
mantenha sua posição de destaque na economia.
Atualmente, a aquisição de diversas tecnologias tem
influenciado o desempenho do agro, como, por exemplo, a tão conhecida
Inteligência Artificial (IA). Entretanto, é importante enfatizar que este recurso,
em específico, para o agronegócio, deve ser considerado como um dos pilares na
gestão do setor, que tem muito a ganhar com a sua aplicação na utilização
conjunta com outras ferramentas vitais para o segmento do agro, como o
diagnóstico e recomendações de ações através de aprendizagem de máquinas.
Portanto, dentre as tecnologias existentes,
destacam-se: a Internet das Coisas (IoT), que, por meio de sensores, consegue
fazer medições e gerar alertas; Machine Learning, a qual, através da IA, dá às
máquinas a capacidade de realizar tarefas com base em padrões e tendências;
robótica, substituindo trabalhos repetitivos e de riscos no campo; e aplicações
de sistemas mobile ou nuvem, proporcionando a integração do setor com a
disposição de dados a qualquer hora e lugar.
O uso dessas tecnologias tem como foco principal
não apenas contribuir para maior eficiência, mas também favorecer para a
consolidação de uma gestão assertiva. Ou seja, com o maior controle de
informações e organização das funções, torna-se mais ágil o processo de tomadas
de decisões, baseadas em indicadores reais que garantem a solidificação do
setor independente do período em que esteja atravessando.
Paralelamente, ter uma gestão assertiva para o
agronegócio também é fundamental, considerando a ampla responsabilidade do
segmento em aplicar os princípios da agenda ESG nas operações. Deste modo, a
tecnologia contribui em cada um destes pilares, em que, do ponto de vista
ambiental, proporciona um consumo mais sustentável dos recursos: na esfera social,
traz um diferencial nas condições de trabalho e no desenvolvimento comunitário
e regional; e no viés corporativo, reflete a integridade das operações com a
transparência das movimentações para toda rede de clientes, fornecedores e
colaboradores.
No entanto, assim como os outros setores, o
agronegócio também é exposto a uma gama de desafios diariamente, que acometem,
principalmente, os negócios familiares. Na prática, uma decisão tomada baseada
em dados errados pode gerar impactos financeiros altamente significativos à
operação da empresa. E, embora sempre seja enfatizado a vital importância da
tecnologia para a garantia de crescimento e desempenho, ainda assim, não é
incomum encontrarmos nesse meio posições resistentes quanto sua adesão.
Deste modo, precisamos reforçar que, mesmo o agro
sendo um setor promissor, cenários de instabilidades causados pelas mudanças
climáticas ou baixa de safras também podem afetar seu desempenho. Quanto a
isso, não existe fórmula mágica, mas sim preparo, que pode ser feito a partir
da utilização de sistemas de gestão que apoiem na realização de análises
preditivas, antecipando movimentos a partir da obtenção de dados lapidados.
Outro aspecto importante é que a tecnologia, por si
só, não tem o poder de provocar uma transformação. Ou seja, adotar algum dos
recursos descritos anteriormente sem nenhuma base ou estrutura, dificulta o
alcance do resultado esperado. Sendo assim, ter o apoio de uma consultoria
especializada nessa abordagem é uma estratégia vital, uma vez que a equipe irá
guiar em toda essa jornada, ajudando a identificar e traçar metas alcançáveis.
Em suma, o papel da tecnologia é acelerar de forma
segura o crescimento do agronegócio. Ao olharmos para 2024, o setor terá pela
frente uma série de desafios, os quais podem ser desburocratizados com a
utilização correta dos recursos tecnológicos, auxiliando para uma maior
acessibilidade e controle operacional. Todavia, para que esse resultado seja
alcançado, é fundamental que aqueles que ainda não têm essa compreensão a obtenham
o quanto antes, já que o tempo não espera, e ficarão à frente só os que
estiverem preparados.
Alêssa Ramos - gerente de negócios da SPS Group, uma das principais consultorias e integradora de tecnologia. SPS Group
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