Ocorrências de
Infecções Sexualmente Transmissíveis aumentaram rapidamente nos últimos anos
Casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis
dispararam, segundo o IBGE, e, em 2019, foram registrados 1 milhão de
diagnósticos em território nacional. Globalmente, a Organização Mundial da
Saúde (OMS) estima que, em 2022, mais de 1 milhão de pessoas foram infectadas
por ISTs diariamente no mundo todo. Isso resulta em uma estimativa de 374
milhões de novas infecções por ano no mundo.
As infecções mais comuns e curáveis são a clamídia,
gonorreia, sífilis e tricomoníase. Mesmo predominantes, não são, necessariamente,
doenças fáceis de serem descobertas por conseguirem permanecer assintomáticas
durante muito tempo. Apesar de existirem grupos de risco, qualquer pessoa
sexualmente ativa pode ser sucessível, independente da faixa etária, orientação
sexual, situação financeira, etc. Pensando nisso, a Sami, healthtech revolução dos planos
de saúde, compartilha ser fundamental saber como se prevenir, alerta sobre
quais são os riscos de contrair essas condições e a importância de detectá-las
precocemente e tratá-las.
“Segundo a OMS, existem mais de 30 bactérias, vírus
e parasitas diferentes que podem ser transmitidos através do contato sexual sem
proteção, isto é, sem camisinha masculina ou feminina. E isso inclui sexo
vaginal, anal e oral. No entanto, há pessoas que podem já nascer com IST, pois
algumas dessas condições (como o HIV, por exemplo) podem ser transmitidas
durante a gestação, no parto ou na amamentação”, explica Dra. Karina Santos,
médica de família e comunidade na Sami.
Atualmente, existem oito patógenos de maior
incidência no mundo todo. Destes, quatro são curáveis e podem ser completamente
eliminados do organismo: sífilis, a gonorreia, a clamídia e a tricomoníase. Os
outros quatro, porém, são infecções virais incuráveis: hepatite B, herpes, HIV
e vírus do papiloma humano (HPV).
A seguir, a especialista cita as principais IST
(entre as curáveis e não curáveis) com suas respectivas formas de diagnóstico,
prevenção e sintomas.
1. Sífilis: Muito comum e com danos graves a longo prazo, a sífilis é curável. No
entanto, pode apresentar diferentes estágios de manifestação, que se dividem em
primário, secundário, latente e terciário. A sífilis é exclusiva do ser humano
e pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha ou passada da mãe para
o bebê durante a gestação ou parto. Durante os períodos primário e secundário,
a possibilidade de transmissão aumenta consideravelmente. Caso não seja
tratada, a sífilis pode, ainda, causar graves complicações, como lesões
cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas. Pode, inclusive, levar à
morte.
Existe um teste rápido de sífilis e está disponível
em qualquer unidade de saúde do Sistema Único de Saúde. Além disso, existe a
detecção através do exame de sangue. A maneira mais simples e eficaz de
prevenir essa infecção é usando camisinha feminina ou masculina, bem como a
testagem e acompanhamento de gestantes durante o pré-natal.
A sífilis se desenvolve em quatro estágios, são
eles: sífilis primária: ferida no local de entrada da bactéria,
podendo aparecer no pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus ou boca. Essa
ferida costuma aparecer entre 10 e 90 dias após o contato com a infecção, sendo
chamada de cancro duro. Mas atenção: a ferida desaparece sozinha, independente
do tratamento, o que não significa cura da infecção. Além disso, a ferida não
dói, não coça, não arde e não tem pus e nem sempre acompanha ínguas na virilha.
Sífilis secundária: depois da cicatrização da ferida,
outros sintomas podem aparecer pelo corpo. Esse estágio é conhecido como
secundário e acontece entre seis semanas e seis meses depois da ferida
cicatrizada. Podem surgir algumas manchas na pele, geralmente na palma da mão e
na planta dos pés. Essas lesões também são ricas em bactérias. Além das lesões,
podem aparecer febre, mal-estar e dor no corpo. Outro ponto que devemos ter
atenção é que as lesões, assim como as feridas, também desaparecem independente
do tratamento, o que não significa cura da infecção. Sífilis
latente Esta fase também é bastante perigosa, pois não aparecem
sintomas ou sinais, mas ainda pode ser transmitida. Sífilis
terciária Neste estágio, que pode surgir entre 2 e 40 anos após
o início da infecção, surgem lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e
neurológicas, podendo levar à morte.
2. HIV: O vírus da imunodeficiência humana (HIV) ataca o sistema imunológico,
cuja responsabilidade é defender o organismo. A primeira fase é chamada de
infecção aguda, que vai de três a seis semanas. Depois dessa fase, acontece uma
forte interação entre as células saudáveis do corpo com o vírus, a fim de
enfraquecer o organismo. Esse período pode durar anos e não apresentar
sintomas. Com a destruição quase completa das defesas do corpo, outras doenças
conseguem se instalar com facilidade. É quando a pessoa começa a apresentar
diversas infecções recorrentemente. O diagnóstico acontece por meio do teste
anti-HIV, feito a partir de amostras de sangue ou de fluido oral. É possível
encontrar testes rápidos nas unidades de saúde do SUS gratuitamente.
A transmissão do HIV acontece por relações não
protegidas, ou seja: sem o uso da camisinha. Bem como por transfusão de sangue
contaminado, instrumentos contaminados que furam ou cortam, uso de seringas
compartilhadas e de mãe para o bebê durante a gravidez, parto ou amamentação. É
importante ressaltar que sexo com camisinha não transmite, assim como beijos,
suor ou lágrima, aperto de mão ou abraço. Também não há risco em compartilhar
sabonete, toalha, lençóis, talheres e copos.
3. Hepatite B e C: As hepatites B e C são inflamações no fígado causadas por vírus.
Geralmente, são silenciosas e acabam sendo descobertas em estágios mais
avançados, causando cirrose ou câncer. Existe uma diferença no contágio das
duas hepatites. Ambas podem ser transmitidas por: relação sexual sem camisinha;
transfusão de sangue contaminado; objetos de uso pessoal, como lâmina de
barbear, seringas e agulhas (inclusive agulhas para fazer tatuagens)
contaminadas; instrumentos de manicure, como alicates, espátula de cutícula e
pinça, não esterilizadas adequadamente. A diferença, porém, é que a hepatite B
pode ser transmitida durante o parto ou pela amamentação, enquanto a hepatite C
também é passada durante o parto, mas a amamentação é segura e não transmite a
condição.
A detecção dessa infecção ocorre via exame de
sangue e está disponível gratuitamente em qualquer unidade básica de saúde.
Para se prevenir, é possível com uso da camisinha durante atos sexuais, não
compartilhar seringas e objetos de uso pessoal e buscar locais seguros para
fazer as unhas e tatuagens, certificando sempre que os materiais são
esterilizados adequadamente.
4. Gonorreia e clamídia: Causadas por bactérias e geralmente associadas, a gonorreia e clamídia
causam infecções que atingem órgãos genitais, ânus, garganta e olhos. O sinal
mais comum visto em mulheres é o corrimento vaginal com dor. Já nos homens, é o
corrimento uretral com dor ao urinar. Exames ginecológicos de rotina conseguem
detectar a presença dessas infecções.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, na presença
de qualquer sinal ou sintoma, é necessário procurar um médico para fazer o
diagnóstico e iniciar o tratamento com antibiótico. Por ser transmitida
sexualmente, a melhor prevenção é o uso de preservativo.
Sami Saúde
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