A Tomate BR, associação criada em prol do desenvolvimento sustentável da cadeia tomateira, traz informações sobre produção, cenário e expectativas para 2024
O
Brasil ocupa variavelmente a 6ª ou 7ª posição no ranking global de produção de
tomate destinado ao processamento, com os três primeiros lugares sendo ocupados
pelos Estados Unidos, China e Itália.
O
produto a base de tomate está presente em praticamente todos os lares
brasileiros e constitui um mercado amplamente diversificado que abrange todas
as classes de consumo, oferecendo desde produtos premium até os mais populares.
Ou seja, de molhos para macarrão saudáveis a
condimentos saborosos, os produtos a base de tomate são deliciosos e saborosos e estão repletos de
nutrição incrível, sendo uma boa fonte de vitamina C,
fibras, potássio, ferro, licopeno e outros
antioxidantes. Melhor ainda, quando os tomates frescos são rapidamente cozidos
para se tornarem produtos de tomate, o licopeno torna-se ainda mais fácil de
ser absorvido pelo corpo.
E hoje, 1º de fevereiro, data em que se comemora do Dia do Tomate,
a Tomate BR, Associação Brasileira dos Processadores e Utilizadores de Tomate
Industrial, traça um panorama do setor e da cadeia produtiva e ainda faz um
alerta sobre os desafios quanto à sua sustentabilidade.
Como explica Vlamir Breternitz, Diretor Secretário da TOMATE BR, A
Safra de Tomate para processamento no Brasil em 2023 foi, sem dúvidas, uma das
mais desafiadoras já enfrentadas pela cadeia produtiva. Quebras na
produtividade, decorrentes de condições climáticas e produtivas adversas,
resultaram em um volume cerca de 22% inferior ao inicialmente programado pelas
indústrias. “Este cenário impactou significativamente nos planejamentos
industriais e, igualmente, na rentabilidade dos produtores, que se viu
praticamente nula diante dos custos de produção”, diz. “No ano de 2023,
cultivamos uma área superior com tomate no Brasil; contudo, a quantidade
produzida foi inferior à registrada em 2022”.
Atualmente, há uma restrição global na oferta de matéria-prima, o que exerce pressão adicional sobre os custos de produção. “O Brasil, não sendo autossuficiente em matéria-prima de atomatados, se vê obrigado a importar uma parte significativa de sua demanda, gerando pressão no mercado interno. Além dos desafios relacionados à oferta, o mercado de atomatados é altamente sensível à situação econômica do país, condição que pode influenciar significativamente o consumo e, por conseguinte, impactar as operações industriais e produtivas”, complementa Breternitz.
Produtividade no Brasil nas Principais Regiões Produtoras:
- Nos últimos anos, observou-se um crescimento consistente na
produtividade brasileira.
- Entretanto, em 2023, retornamos aos níveis produtivos da década
passada, encerrando a safra com uma produção de aproximadamente 77
toneladas de frutos por hectare colhido.
- Esta situação, atípica segundo as expectativas de toda a cadeia
produtiva, gera a esperança de que em 2024 os números retornem a patamares
próximos aos registrados em 2022.
Regiões Produtoras:
A
produção de molhos e derivados de tomate está ativa em grande parte do país.
Contudo, a produção dos frutos concentra-se, em ordem de quantidade produzida,
nos estados de:
- Goiás (responsável por quase 70% do total produzido)
- Minas Gerais
- São Paulo.
Crescimento
Comparativamente a 2022, a área cultivada de tomate para processamento cresceu
6%, no entanto, devido a fatores climáticos e produtivos, observou-se uma
redução de 7% na quantidade de frutos produzidos no mesmo período.
Para
2024, é esperado um aumento na área plantada, embora essa condição ainda não
esteja totalmente consolidada, uma vez que as situações climáticas e
operacionais continuam em definição.
Área Plantada e Sazonalidade da Cultura:
O Brasil se destaca como um dos poucos países que cultivam tomate para
processamento industrial durante o inverno, diferentemente dos demais que
possuem condições climáticas favoráveis apenas no verão. Assim, todas as
regiões produtivas do país realizam o cultivo do tomate entre fevereiro e
outubro, com o período de transplantio ocorrendo de fevereiro a junho e a
colheita de junho a outubro de cada ano.
Custo de Produção:
O cultivo de tomate para processamento envolve tecnologia agrícola avançada e
mobiliza uma extensa cadeia produtiva. Em comparação com 2023, a tendência para
2024 indica estabilidade nos custos de produção, com uma redução nos valores de
aquisição de insumos, mas aumentos expressivos nos custos relacionados à
mão-de-obra e logística.
Rentabilidade:
A cadeia produtiva do tomate enfrenta margens estreitas em todos os cenários,
tanto na indústria quanto entre os produtores de tomate. Os custos de produção
variam entre 80 e 90 toneladas por hectare, dependendo do nível de tecnologia
empregado no cultivo.
Essa
pressão representa um desafio significativo para toda a cadeia, uma vez que
qualquer descontrole pode resultar em prejuízos consideráveis.
Balanço Geral da Cultura em 2023 e Tendência para 2024
Apesar dos desafios identificados em 2023, a expectativa para a safra de 2024 é
positiva.
Gargalos produtivos e operacionais identificados no ano anterior estão sendo corrigidos pela cadeia, e prevê-se uma situação climática mais estável, com menos ocorrências de chuvas, especialmente no primeiro semestre do ano, favorecendo as lavouras que operam sob sistemas de irrigação.
A
TOMATE BR acredita que apesar dos grandes desafios que estão por vir, um
trabalho conjunto de fabricantes e varejo se faz cada vez mais necessário para
que a cadeia estabeleça um desenvolvimento sustentável e viável economicamente,
dirimindo impactos e buscando soluções benéficas a todos os envolvidos.
Tomate
BR - Associação Brasileira dos Processadores e Utilizadores de Tomate
Industrial
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