Estudo com a participação da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), apresentado recentemente em Madri, destaca a eficiência de uma droga que prolonga a vida, com qualidade, de mulheres com metástase cerebral por câncer de mama
Uma nova medicação pode mudar paradigmas no
tratamento de mulheres com metástase cerebral por câncer de mama. Um estudo com
a aplicação do fármaco Trastuzumabe Deruxtecan, que envolveu pacientes do
Hospital Conceição, em Porto Alegre (RS), mostrou que 80% das que utilizaram a
nova droga apresentaram, em 12 meses, diminuição do risco de progressão da
metástase. Também no período de um ano, somente 10% das mulheres que usaram a
medicação padrão tiveram o mesmo benefício. “Os resultados com o uso do novo
medicamento em prolongamento da vida, com qualidade, são surpreendentes”,
ressalta o mastologista José Luiz Pedrini, editor da Revista
Mastologia News, da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).
O estudo multicêntrico sobre o Trastuzumabe
Deruxtecan em mulheres com metástase cerebral por câncer de mama HER2 positivo,
sigla que define um dos subtipos mais agressivos da doença, foi apresentado em
outubro, no congresso da European Society for Medical Oncology (Esmo), em Madri
(Espanha), que reuniu especialistas de todo o mundo para debater os últimos
avanços em tratamento oncológico.
José Luiz Pedrini, da SBM, um dos autores da
pesquisa realizada com a participação de mastologistas de várias
nacionalidades, entre eles Fabrice Andre, presidente do congresso Esmo, afirma
que a nova medicação age como um “cavalo de Troia”. O Trastuzumabe Deruxtecan,
explica Pedrini, apresenta um anticorpo que se instala e traz consigo um
quimioterápico potente, atuando basicamente sobre a célula tumoral.
“Estamos vivendo uma época de transição entre a
quimioterapia tradicional e as novas drogas imunológicas que agregam anticorpo
(vacina) a uma droga química”, diz o mastologista. “Temos, assim, a
terapia-alvo, direto ao ponto da célula tumoral, que poupa o restante do
organismo de efeitos colaterais, entre eles a minimização da queda de cabelo.”
Os prognósticos a partir da utilização do novo
fármaco, segundo José Luiz Pedrini, vêm sendo saudados pela ciência. “A SBM e
os mastologistas que dela fazem parte estão muito confiantes na ação do
Trastuzumabe Deruxtecan, que tem potencial para mudar padrões no tratamento do
câncer de mama”, finaliza o especialista.
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