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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Lesões no joelho e quadril correspondem a 30,7% das cirurgias ortopédicas realizadas no último ano

 Esportes de alto impacto como futebol estão entre as principais causas


Cerca de 17% das cirurgias ortopédicas realizadas pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia em 2022 correspondem a lesões no joelho, e 13,7% dos mais de 7.400 procedimentos foram destinados ao tratamento de lesões no quadril. Os dados são do último relatório divulgado pelo INTO junto ao Ministério da Saúde.

Para o médico ortopedista especializado em cirurgia do joelho e quadril, Thiago Fuchs, o alto índice de lesões nas articulações é resultado de diversos fatores, como traumas e entorses decorrentes de quedas e atividades de alto impacto, como esportes, além das alterações degenerativas relacionadas ao envelhecimento, obesidade e disfunções mecânicas articulares. 

“As articulações do joelho e quadril já recebem altas cargas por sustentar o peso corporal, e são submetidas a grandes forças de aceleração / desaceleração nas atividades da vida diária e mais ainda durante a prática esportiva. Quedas e entorses podem acontecer tanto dentro de casa quanto ao praticar uma atividade física, mas percebemos que entre os jovens os casos de lesão no esporte são muito maiores”, explica Thiago Fuchs. 

As cirurgias para o tratamento de lesões no joelho e quadril são indicadas quando o tratamento conservador não é efetivo, ou quando houver uma lesão grave, como rompimento de ligamento, menisco e cartilagem no joelho, e fraturas e lesões do impacto no quadril. “Muitos pacientes têm medo de não voltar às atividades esportivas após a cirurgia, mas hoje o cenário é diferente. Com as técnicas de cirurgia realizadas através de videoartroscopia, onde fazemos pequenas incisões no joelho e quadril, podemos corrigir as lesões presentes com um alto grau de resultados satisfatórios (acima de 90%), levando o atleta ou esportista amador a retornar às suas atividades prévias à lesão”, afirma Dr. Thiago.

 

Caso Neymar e tipos de lesão no joelho

Em outubro, o jogador Neymar Jr. teve o joelho lesionado durante a partida de futebol Brasil x Uruguai. O laudo médico aponta uma ruptura do ligamento cruzado anterior e lesão no menisco. Para o ortopedista especializado em cirurgia do joelho, Rogério Fuchs, casos como o de Neymar são muito comuns, inclusive entre os jogadores amadores. 

“O futebol é um esporte de contato e alto impacto. Esse tipo de lesão acontece quando o jogador sofre uma torção, ou apoia e gira o corpo sobre o joelho e sente que o joelho falseia, rompendo o ligamento e resultando em lesões associadas, como menisco. O tratamento na maioria dos casos é cirúrgico e o retorno ao futebol é, em média, de 8 meses”, explica Rogério Fuchs. 

As lesões traumáticas mais frequentes no joelho são:

  • Lesão dos ligamentos (ligamento cruzado anterior/ posterior, ligamento colateral medial /lateral): muito comum nos esportes de contato como futebol;
  • Lesão dos meniscos: pode acontecer durante torções nos esportes ou ao agachar/ levantar rapidamente;
  • Luxação da patela: frequente em meninas jovens que apresentam alterações desde o nascimento. Geralmente são traumas mínimos, como dança e girar o corpo numa atividade simples;
  • Fraturas/ lesão de cartilagem: lesões mais raras, porém se não diagnosticadas e tratadas adequadamente, podem evoluir para um quadro grave.


Cuidados imediatos

Os joelhos após um trauma podem apresentar dor, inchaço, bloqueio para dobrar/esticar o joelho e atrofia muscular nos casos crônicos. Na presença de qualquer destes sinais/sintomas, é preciso investigar a causa destas alterações para realizar o diagnóstico correto e propor o tratamento mais adequado. 

Rogério Fuchs também alerta sobre os cuidados ao sofrer um trauma ou entorse. “É extremamente importante que a pessoa não faça manobras para tentar ‘colocar no lugar’ algo que pareça estar fora. O recomendado é fazer compressas com gelo e, se sentir alguma insegurança para caminhar, o joelho pode ser enfaixado. Deve-se procurar um Pronto-Socorro ou médico especialista logo em seguida, para que seja feito exame clínico adequado e exames de imagem, se forem necessários, para o diagnóstico e tratamento”, orienta.


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