Segundo a OPEE Educação, 32,07% dos educadores brasileiros utilizam a tecnologia na sala de aula, sendo que essa frequência é justificada pela maioria (48,40%) devido à disponibilidade de recursos tecnológicos da escola
Todas as escolas,
públicas e privadas, do país têm até o dia 1º de novembro para iniciar a
implementação do complemento curricular à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) sobre computação.
Esse prazo foi
definido na Resolução 1/2022, da Câmara de Educação Básica do Conselho
Nacional de Educação (CNE), que determinou as diretrizes para a implementação
do ensino de computação nas escolas.
Em termos
práticos, isso significa que, até a data limite, as escolas precisam estar
preparadas para colocar em prática o ensino de computação da educação infantil
até o ensino médio. Vale ressaltar que a resolução define uma data de início,
mas não um prazo final para a implementação ser concluída
O debate acerca da
presença da tecnologia em sala de aula vem ganhando muito espaço e é neste
contexto que o Estudo OPEE 2023 com educadores brasileiros: educando na era digital foi
elaborado.
A pandemia da
Covid-19 acelerou muitos processos, como o maior uso da tecnologia em um
momento de isolamento social, cuja alternativa foi adaptar a realidade
presencial à remota. Na escola, isso não foi diferente.
Diariamente,
32,07% dos educadores relatam utilizar a tecnologia em sala de aula. E essa
frequência é justificada por 48,40% dos profissionais devido à disponibilidade
de recursos tecnológicos da escola. Já em relação ao uso de celulares e de tablets
nas salas de aula, 45,59% dos educadores permitem, mas estabelecem uma
aplicação consciente.
“A OPEE considera
que há ganhos sim no uso da tecnologia, mas considerando o dado de que o Brasil
tem sido um dos países cuja população fica mais tempo diante de telas por dia,
precisamos urgentemente entender que se ‘em terra de cego quem tem olho é rei’,
como diz o ditado, em tempos de tecnologia, quem tem humanidade se torna
soberano sobre seu destino”, explica Silvana Pepe, diretora-geral da OPEE
Educação.
Em sua segunda
edição, a pesquisa, realizada em setembro deste ano com educadores de escolas
públicas e privadas, foi desenvolvida pela OPEE Educação e executada pela Mercare! Educação, com o objetivo de diagnosticar o cenário
pedagógico e escolar brasileiro nos últimos 12 meses sobre essa temática.
O estudo, que
contou com 1.746 respondentes – mais de 50% professores – de todas as regiões
do país, apresenta um conteúdo expressivo sobre a percepção dos educadores em
relação à era digital e como a tecnologia pode impactar na formação e no
desenvolvimento dos comportamentos infantil e juvenil.
O uso
de telas por crianças e jovens
Quando perguntados
sobre o uso da tecnologia pelas crianças e pelos jovens, 97,02% dos educadores
responderam que as crianças e os jovens estão usando excessivamente as telas
sem acompanhamento familiar.
A inteligência
artificial (IA) vem ganhando cada vez mais destaque nos diversos setores,
inclusive no de educação. Ferramentas como o ChatGPT, chatbot
de inteligência artificial desenvolvido pela OpenAI, respondem dúvidas, criam
histórias, resolvem problemas e muito mais — tudo isso com uma linguagem
semelhante à humana.
Nesse sentido,
outro dado interessante que a pesquisa evidencia é que 43,81% dos educadores
afirmam que o tema da utilização de recursos como inteligência artificial por
parte dos alunos é debatido com frequência, visto que é uma preocupação em
relação à aprendizagem.
A tecnologia
facilita muitos âmbitos da nossa vida, mas quando usada com precaução: “É
essencial incentivarmos a presença autêntica, treinar o foco no presente, nas
pessoas, reaprender a ‘desligar’ e repousar a mente”, afirma Leo Fraiman,
psicoterapeuta, palestrante internacional, escritor e autor da metodologia
OPEE.
Bullying
e tecnologia
A pesquisa revela,
de forma ampla, que os educadores consideram que os impactos da tecnologia no
desenvolvimento do comportamento infantil e juvenil são mais negativos (67%) do
que positivos (33%). Dentre as grandes consequências desfavoráveis, estão a
redução da interação e da convivência entre os pares (30,20%) e a dificuldade
de concentração e foco (29,86%). Já os impactos positivos de destaque são a
facilitação do aprendizado (44,68%) e o melhor rendimento escolar (22,70%).
Vale também
destacar que para 80,87% dos educadores, o bullying e o cyberbullying são
práticas favorecidas pela tecnologia. “Educação em tempos digitais não é sobre
vigiar, punir ou controlar, apenas. Educar nestes tempos é sobre cuidar, amar e
proteger nossas crianças e jovens para que, a partir de relações humanas
saudáveis e equilibradas, cresçam de forma integral e integrada”, afirma Pepe.
OPEE
Educação
A OPEE Educação
trabalha com projetos educacionais que abrangem toda a Educação Básica,
Organizações Não-Governamentais e ambientes corporativos. O foco principal da
instituição é contribuir para a construção de projetos de vida sustentáveis e
colaborativos e da atitude empreendedora por meio de três linhas de atuação: Metodologia
OPEE, formada por coleções de livros que vão desde a Educação
Infantil até o Ensino Médio; Educa OPEE, com foco em cursos EAD para
democratizar o processo de aprendizagem; e Escola Para Pais, com conteúdos
digitais que visam orientar e trazer reflexões para as famílias no que se
refere à educação de crianças e adolescentes.
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